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Com prêmio de R$ 5 milhões, torneio de e-sports mobiliza gamers em SP

Torneio de 'Rainbow Six: Siege' tem o Brasil como favorito, já que a campeã mais recente, a w7m, é tupiniquim. Veja como foi o primeiro dia presencial do evento

São Paulo* — A Ubisoft realizou nesta sexta-feira (23/02) o primeiro dia das finais do torneio de Rainbow Six: Siege, o Six Invitational, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. O torneio reúne jogadores desde 13 de fevereiro. A final será neste domingo (25/2) de forma presencial — e com plateia. O prêmio para o primeiro lugar é de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5 milhões)! O segundo lugar leva US$ 450 mil (mais de R$ 2 milhões) e para o terceiro colocado serão US$ 240 mil (mais de R$ 1 milhão). A expectativa é que o evento receba 9 mil jogadores e fãs de todos os lugares do mundo durante os dias da final.

O campeonato contou com 20 times na fase inicial, de todos os lugares do globo. Ninjas in Pyjamas, LOS, FaZe Clan, Team Liquid e a w7m esports foram os representantes do Brasil no campeonato, com apenas dois times chegando na fase final, sendo eles a FaZe e a atual campeã: a w7m.

Louis “Helbee” Boreau, coach canadense do time de e-sports Wolves Esports, veio assistir de perto as finais, já que o time estava em São Paulo, mas acabou não passando para as finais. Sobre o evento, Helbee disse que veio curtir de perto a energia brasileira. “A gente já estava aqui. Então pensamos que poderíamos ficar e assistir, ver a torcida brasileira e se divertir”.

E quando perguntado sobre a torcida, Helbee acirrou a competitividade. “Eles são todos oponentes, não estamos torcendo para ninguém, estamos só aproveitando o show. Talvez um pouco para a VP (Virtuos.Pro, time europeu) porque gostamos deles, talvez para G2 (G2 Esports, time alemão) que já ganhou, dar a chance para outro time (de vencer), algum europeu”.

A coach principal do Wolves, Laurie “Lyloun” Lagier ainda foi homenageada no início do evento e Helbee dedicou algumas palavras a colega de trabalho. “É ótimo ver uma pessoal tão legal na cena, que está trabalhando pesado. É Muita coisa para ela, para o jogo, para todas as mulheres, é um bom exemplo, é bom ver esse reconhecimento da Ubisoft, de todo o trabalho que ela tem feito e colocado no jogo”.

Público na torcida

Vitor Torres e Gustavo Lourin, ambos da Zona Leste de São Paulo, são primos e vieram torcer pelo Brasil de pertinho no campeonato. “Acho o que (mais) encantou foi a do Pro League em 2016, com aquela clutch (jogada decisiva da partida), do Nesk absurdo pela BD (Black Dragons, time brasileiro de e-sports)”, comentou Vitor. “Foi o primeiro campeonato que a gente começou a assistir”, completou Gustavo.

Ambos estavam bem empolgados na plateia com o início do evento, trouxeram até bandeira para vibrar com os favoritos do torneio e já apostaram em uma vitória brasileira. “A minha torcida sempre vai ser para time brasileiro, tem o time o alemão na G2, então contra gringo ainda melhor ainda”, celebrou Vitor.

Leandro “Montoya”, diretor de e-sports da Ubisoft Latam, definiu que o evento em São Paulo é um sonho realizado. “A gente tem milhares de pessoas engajadas no evento e, especialmente, a gente tem uma comunidade muito apaixonada. A gente está com uma casa cheia, as pessoas já estão torcendo, é um sonho realizado, é realmente um momento único para mim”.

Além disso, o diretor falou um pouco sobre a profissão gamer e como ela vem sendo considerada mais seriamente, e especialmente sobre como os jovens enxergam a carreira de Pro-players. “Primeiro, você ser um Pro-Player é um privilégio, é uma coisa que vai demandar muito de você, é bom que tenha essa mensagem para os jovens. O que a gente consegue observar nos melhores jogadores, aqueles tem uma vida equilibrada, entre o jogo, entre uma vida familiar, uma vida social. Eles tratam com muita dedicação. E a gente fica contente que essa vida equilibrada e saudável gere os melhores jogadores. É importante frisar que para você se tornar um Pro-Player, você vai ter que ter uma performance muito boa, mais ou menos como no futebol, temos milhares de jogadores e só alguns são realmente os profissionais de ponta, é importante ter isso em mente".

Por fim, o diretor de e-sports confirmou que existem planos da empresa de trazer outros jogos para o mundo do esporte digital. “Há um plano para trazer outros jogos, a gente tem iniciativas em andamento, o Rainbow Six continua sendo a nossa principal vertente para e-sports. É um jogo já consolidado com nove anos de história uma comunidade firme, então ele vai continuar sendo a nossa prioridade, mas os fãs podem esperar coisas novas aí para o próximo ano”.

Os jogos na prática

O evento abriu com jogos da segunda parte do chaveamento. O primeiro jogo entre o time norte-americano DarkZero e a alemã G2 Esports foi acirrado em alguns momentos, com táticas pesadas ao longa das partidas, mas com a G2 arrancando na frente na pontuação inicial e levando a vitória no fim do melhor de três. O segundo jogo do dia entre a Soniqs (Estados Unidos) e a w7m esports (Brasil), que honrou o título de atual campeã e levou duas vitórias estratégicas e cheias de sinergia a adversária e foi para a final contra G2 Esports neste sábado (24/2).

O último jogo do dia, agora da primeira chave, foi entre a brasileira FaZe Clan e a europeia Virtuos.pro para a vaga na final. A sincronia da FaZe durante o jogo foi de longe o maior destaque da partida, com jogadas calculadas e bem executadas pelo time, o que garantiu os dois pontos da vitória contra VP. Sendo assim, a VP vai oficialmente disputar o terceiro lugar contra quem perder entre a G2 e a w7m.

Fazia quase seis anos desde que o evento não vinha ao Brasil, tendo a última realização em 2018, no Rio de Janeiro, em que a G2 e a FaZe Clan se enfrentaram e a equipe alemã levou a melhor. Os ingressos para as finais estão esgotados, mas o evento também tem transmissão simultânea para quem quiser acompanhar de casa. Basta acessar o canal oficial de Rainbow Six: Siege na Twitch neste link.

*O repórter viajou a convite do evento

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