Com o rápido aumento das espécies ameaçadas de extinção, ecologistas estão utilizando cada vez mais vestígios de material genético deixados por organismos vivos no meio ambiente para catalogar e monitorar a biodiversidade. Mas devido ao difícil acesso a habitats pouco explorados, muitas espécies permanecem sem rastreamento. Como alternativa, pesquisadores do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique e do Instituto Federal de Pesquisa em Florestas, Neve e Paisagem, desenvolveram um drone que, de forma autônoma, coleta amostras de DNA em galhos de árvores.
Com base no chamado DNA ambiental (eDNA), pesquisadores podem determinar quais espécies estão presentes em uma determinada área a partir da coleta e do sequenciamento desses traços genéticos. "O eDNA é o material genético obtido diretamente de amostras ambientais (solo, sedimento, água, ar etc.) e caracterizado por uma mistura complexa de DNA intracelular, de células vivas, ou extracelular, originado de pele trocada, pelos, urina, fezes ou carcaças", explica Stefano Mintchev, professor de robótica ambiental em ambos os institutos.
O drone é equipado com coletores adesivos e, ao pousar nos galhos, ao menos um é pressionado contra a superfície. "Em seguida, ele decola, e a superfície adesiva do coletor remove o DNA e as partículas que o contêm", diz Mintchev. "É um método simples, mas eficaz". A análise em laboratório desse material permite chegar a correspondências genéticas de vários organismos a partir de comparações com banco de dados.
O dispositivo voador também foi programado para se aproximar dos galhos de forma autônoma e permanecer estável por tempo suficiente para coletar as amostras. "O eDrone pode automatizar a coleta de eDNA, fornecendo amostragem padronizada e barata e permitindo pesquisas em ambientes normalmente de difícil acesso", afirma o pesquisador. "As pesquisas de eDNA estão revolucionando o monitoramento da biodiversidade porque não são invasivas e várias espécies, mesmo as mais evasivas, podem ser detectadas a partir de uma única amostra ambiental".
Segundo Ricardo Bomfim Machado, professor da Faculdade de Zoologia da Universidade de Brasília (UnB), a otimização da coleta é um diferencial positivo para o estudo dos ecossistemas. "A copa das árvores são de difícil acesso com o uso de técnicas normais, por exemplo, as escaladas. O uso de drones facilita bastante o acesso ao material depositado nas folhas. Caso existam vários drones em operação em uma área, é possível fazer coletas simultâneas para aumentar o tamanho das amostras", indica.
Quanto mais informações, enfatiza o especialista brasileiro, maiores as possibilidades de conservação. "Monitorar a biodiversidade é uma necessidade rotineira para que sejam avaliadas as respostas dos organismos às nossas interferências na natureza. É por meio da obtenção de dados sobre variações na abundância dos organismos, nas ocorrências e na distribuição que podemos acompanhar as mudanças e, quando necessário, fazer uma intervenção para corrigir tendências negativas." (FF)
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