Os usuários haviam desativado a geolocalização em seus dispositivos porque não queriam ser rastreados, mas ainda assim o Google sabia sua localização.
Agora a empresa americana de tecnologia terá que pagar US$ 391,5 milhões como parte de um acordo judicial fechado com dezenas de Estados dos EUA, que a acusaram de coletar de forma enganosa os dados de seus usuários.
É o maior acordo já fechado com Estados americanos relacionado a questões de privacidade.
Após uma investigação, procuradores-gerais de 40 Estados do país acusaram a empresa de tecnologia de continuar rastreando usuários que haviam desativado os serviços de geolocalização em seus dispositivos, violando assim as leis estaduais de proteção ao consumidor.
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Um funcionário do Google disse que a investigação foi baseada em "políticas de produtos obsoletas" que mudaram anos atrás — e que o acordo a que eles chegaram para encerrar a questão era "consistente" com as melhorias que a empresa havia feito nos últimos anos.
No mês passado, o Google concordou em pagar ao Arizona US$ 85 milhões por questões semelhantes relacionadas à forma como coleta dados de localização dos usuários.
Agora resta um caso pendente sobre o assunto nos tribunais dos EUA, depois que Texas, Indiana, Washington e o Distrito de Columbia deram início a ações judiciais contra a empresa em janeiro.
'Enganando os consumidores'
Conhecer a localização de um usuário ajuda os anunciantes a segmentar campanhas para promover seus produtos.
E os serviços de localização ajudam o Google a gerar US$ 200 bilhões em receita publicitária por ano.
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A procuradora-geral do Oregon, Ellen Rosenblum, que liderou o caso, junto ao procurador-geral do Nebraska, Doug Peterson, afirmou:
"Durante anos, o Google priorizou o lucro em detrimento da privacidade de seus usuários. Tem sido ardiloso e enganoso."
"Os consumidores pensaram que haviam desativado as funções de rastreamento de localização no Google, mas a companhia continuou a registrar secretamente seus movimentos e a usar essas informações para os anunciantes", acrescentou.
Os procuradores-gerais disseram que o Google estava enganando os consumidores desde pelo menos 2014, violando as leis estaduais de proteção ao consumidor.
Além disso, eles instruíram a companhia a melhorar significativamente os controles do usuário e a forma como divulga o rastreamento da localização a partir de 2023. Os usuários haviam desativado a geolocalização em seus dispositivos porque não queriam ser rastreados, mas ainda assim o Google sabia sua localização.