JUSTIÇA

A indenização multimilionária que o Google terá de pagar por rastrear pessoas com geolocalização desativada

Acordo é o maior relacionado a questões de privacidade fechado com Estados americanos da história dos EUA

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postado em 16/11/2022 09:22 / atualizado em 16/11/2022 09:28
 (crédito: Getty Images)
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Os usuários haviam desativado a geolocalização em seus dispositivos porque não queriam ser rastreados, mas ainda assim o Google sabia sua localização.

Agora a empresa americana de tecnologia terá que pagar US$ 391,5 milhões como parte de um acordo judicial fechado com dezenas de Estados dos EUA, que a acusaram de coletar de forma enganosa os dados de seus usuários.

É o maior acordo já fechado com Estados americanos relacionado a questões de privacidade.

Após uma investigação, procuradores-gerais de 40 Estados do país acusaram a empresa de tecnologia de continuar rastreando usuários que haviam desativado os serviços de geolocalização em seus dispositivos, violando assim as leis estaduais de proteção ao consumidor.

Um funcionário do Google disse que a investigação foi baseada em "políticas de produtos obsoletas" que mudaram anos atrás — e que o acordo a que eles chegaram para encerrar a questão era "consistente" com as melhorias que a empresa havia feito nos últimos anos.

No mês passado, o Google concordou em pagar ao Arizona US$ 85 milhões por questões semelhantes relacionadas à forma como coleta dados de localização dos usuários.

Agora resta um caso pendente sobre o assunto nos tribunais dos EUA, depois que Texas, Indiana, Washington e o Distrito de Columbia deram início a ações judiciais contra a empresa em janeiro.

Ilustração mostra ícone de localização em um mapa
Getty Images
Geolocalização ajuda anunciantes a segmentar campanhas

'Enganando os consumidores'

Conhecer a localização de um usuário ajuda os anunciantes a segmentar campanhas para promover seus produtos.

E os serviços de localização ajudam o Google a gerar US$ 200 bilhões em receita publicitária por ano.

A procuradora-geral do Oregon, Ellen Rosenblum, que liderou o caso, junto ao procurador-geral do Nebraska, Doug Peterson, afirmou:

"Durante anos, o Google priorizou o lucro em detrimento da privacidade de seus usuários. Tem sido ardiloso e enganoso."

"Os consumidores pensaram que haviam desativado as funções de rastreamento de localização no Google, mas a companhia continuou a registrar secretamente seus movimentos e a usar essas informações para os anunciantes", acrescentou.

Os procuradores-gerais disseram que o Google estava enganando os consumidores desde pelo menos 2014, violando as leis estaduais de proteção ao consumidor.

Além disso, eles instruíram a companhia a melhorar significativamente os controles do usuário e a forma como divulga o rastreamento da localização a partir de 2023. Os usuários haviam desativado a geolocalização em seus dispositivos porque não queriam ser rastreados, mas ainda assim o Google sabia sua localização.


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