MUNDO VIRTUAL

Deepfake: especialista dá dicas sobre como identificar conteúdos falsos

Deepfake usa inteligência artificial para criar vídeos falsos, mas bem realistas. A tecnologia é capaz de sincronizar movimentos, falas na boca de personagens, imagens de rostos e outros detalhes que a primeiro momento são bem convincentes

Muitas informações circulam na internet e nem todas são verdadeiras — alguns vídeos podem ser manipulados ou descontextualizados com o objetivo de disseminar conteúdos falsos como se fossem reais, e tudo isso é possível de ser feito com uma tecnologia chamada deepfake.

Deepfake usa inteligência artificial para criar vídeos falsos, contudo, bem realistas. A tecnologia é capaz de sincronizar movimentos, falas na boca de personagens, imagens de rostos e outros detalhes que a primeiro momento são bem convincentes, e esse comportamento em uma sociedade polarizada deixa margem para as pessoas acreditarem em algo, seja verdadeiro ou não.

Segundo o perito em crimes digitais e CEO da Enetsec, Wanderson Castilho, esses vídeos representam uma certa preocupação, e exige consciência digital de todos, além disso, quem costuma acreditar é quem menos tem conhecimento digital.

“É muito importante ter um olhar crítico antes de compartilhar qualquer vídeo. Caso receba algum conteúdo suspeito, ainda que reforce seu ponto de vista, pare e assista inúmeras vezes, em todas as velocidades, para ficar mais fácil constatar imperfeições", alerta o especialista.

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Cinco dicas para distinguir o que é real do que é falso

Observe os movimentos dos olhos e da boca: Apesar da tecnologia estar cada vez mais sofisticada, as expressões ainda dizem muito em vídeos falsos. Castilho alerta sobre o padrão de movimentos robóticos. “Amplie a imagem do vídeo e observe se os lábios estão mal sincronizados com as falas, nariz desalinhado do queixo, se existem piscadas em excesso, ou nenhuma piscada. Em um conteúdo deepfake os movimentos são pouco naturais”, pontua.

Escute bem os áudios: Embora o maior objetivo dos vídeos falsos sejam as imagens, os áudios podem relevar falhas. Observe se há ruídos, se a voz está abatida, e se os movimentos físicos estão alinhados à boca do interlocutor.

Se atente às emoções: Certifique-se de que as emoções estão bem precisas, e se os movimentos condizem com o que está sendo dito.

Observe as cores: Se no vídeo tem cenas muito claras, principalmente ao redor da boca é um grande indicativo de que é falso. Mudanças repentinas no tom de pele, ou na própria cena também são sinais que você está diante de um vídeo falso. Segundo Castilho, a qualidade da imagem é um ponto importante. Os vídeos com muito desfoque e pouca nitidez também podem ser falsos.

Veja o vídeo em tela maior: Com uma resolução maior, as chances das falhas passarem despercebidas são menores.

“A verdade é que essas tecnologias estão cada vez melhores, então o mais importante nesses casos é usar o senso crítico e não compartilhar vídeos ou imagens sem saber a veracidade. Pesquise de onde saiu a informação, e se foi veiculada em outros veículos, compare, e caso não tenha sido de um veículo confiável, certamente é uma notícia falsa”, conclui o especialista.

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