Esportes Eletrônicos

Brasília quer se tornar a capital nacional dos e-Sports

DF organizará evento para mais de 25 mil pessoas. Iniciativa vai fomentar a geração de até 20 mil empregos diretos e indiretos

Correio Braziliense
postado em 24/09/2022 17:05 / atualizado em 24/09/2022 17:07
 (crédito: Francisco Nero/Divulgação)
(crédito: Francisco Nero/Divulgação)

Programado para o primeiro semestre de 2023, evento de esportes eletrônicos, chamados de e-Sports, vai movimentar o Distrito Federal. A promessa foi feita na manhã deste sábado (24), durante o lançamento da Liga Candanga de e-Sports (LCE), em hotel na Asa Norte. O campeonato projeta reunir 25 mil pessoas e tem objetivo de transformar Brasília na capital nacional da modalidade.

Para iniciar a produção do torneio, a liga convocou o administrador de eventos Moacir Alves. Um dos diretores da Campus Party e representante brasileiro de uma empresa alemã de esportes eletrônicos, ele é uma das maiores referências da modalidade no Brasil. No currículo, atuação por equipes de Corinthians e Cruzeiro. “Brasília tem potencial para ser o grande centro de e-Sports do Brasil. Tudo aqui é propício, desde a quantidade de praticantes à estrutura”, comenta.

De acordo com o gestor, o entanto, faltam profissionais e apoio governamental. “O mercado de trabalho para os esportes eletrônicos é vasto e está em crescimento, mas falta mão-de-obra especializada”, lamenta Moacir. “Além disso, falta os políticos terem a visão de que trata-se uma ferramenta de transformação social. Estamos falando aqui de geração de emprego e renda, educação, assistência social e combate à violência. Enquanto uma criança joga, ela se capacita e não está fazendo besteira nas ruas”, resume.

Com projetos sociais ligados ao e-Sports no DF, Renata d’Aguiar vê a prática como uma forma de economia criativa. Fundadora do Instituto Reciclando o Futuro, recentemente, ela inaugurou um centro de treinamento para 250 crianças e jovens em situação de vulnerabilidade de Ceilândia

“Treinamos de forma gratuita com toda estrutura de última geração pessoas da região. É mais que formar grandes atletas. De alguma forma a gente combate a evasão escolar, ensina uma profissão do futuro e promove a inclusão digital dessas pessoas”, comenta.

Conforme explica Renata d’Aguiar, a ideia é expandir esses centros para mais regiões do DF. “Nosso próximo passo é buscar parcerias com empresas do ramo e levar essa pauta para a Câmara Legislativa e para o Poder Executivo, com o objetivo de implementá-la dentro da política pública de educação”, projeta.

Aos 28 anos, o mineiro Pedro Cruz, mais conhecido como Coach Galo, é técnico da equipe Nova Gaming, atual campeã dos Jogos Universitários Brasileiros, disputado em Brasília nessas últimas semanas. Segundo ele, é fundamental que os estados se organizem em federações e ligas. “Isso fortalece a modalidade, garante representatividade e eleva o nível de profissionalismo”, comemora.

Coach Galo enfatiza que o mercado dos e-Sports vai crescer muito nos próximos anos, principalmente por conta da chegada da rede 5G. “É preciso, porém, se especializar. Os competidores chegam a tirar R$ 50 mil em um torneio. Mas não são apenas os jogadores. Algumas funções, após um curso de seis meses, pagam até R$ 6 mil por mês ao profissional”, frisa. “Deixou de ser brincadeira de criança e virou profissional”. Proplayers, streamers, influenciadores e casters. Essa são algumas vagas que precisam ser ocupadas.


Nomes como Nobru, apelido de Bruno Goes, ganharam notoriedade internacional em jogos como Free Fire e Counter Strike, entre outros. Projeta-se que o paulista chegue a capitalizar até R$ 2 milhões mensais com os es-Sports.

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