Economia

O empreendedor que não está na internet está perdendo dinheiro

Vendas pela internet crescem 27% entre janeiro e agosto e revelam a necessidade urgente dos comerciantes em se investir pesado no marketing digital

Seja uma grande marca ou uma quitanda da esquina da rua, se não estiver com os produtos anunciados na internet, a chance de fracasso é quase total. Pesquisa Neotrust, uma das mais respeitadas empresas de soluções de inteligência do Brasil, em parceria com o Comitê de Métricas da Câmara Brasileira da Economia Digital, destacou que as vendas pela internet cresceram cerca de 27% de janeiro a agosto, se comparado com o mesmo período no ano passado.

O apontamento ainda revelou que as vendas praticadas pela internet, comparando os meses de agosto de 2021 com 2020, também tiveram um bom desempenho: 11,96%, com o acumulado do ano, o crescimento é de 17,13%.

“É notório o crescimento dessas transações, desde os marketplaces (sites de compra e venda de produtos), a exemplo do Mercado Livre, bem como o Instagram e o Google, que anunciam e levam os internautas para as lojas digitais, onde a pessoa compra de fato estão em ascensão”, destaca a estrategista em marketing digital Cibele Luziê. “Os motivos são simples: segurança, rapidez na entrega das compras e comodidade de receber tudo em casa, o que está esvaziando cada vez mais as lojas físicas”, explica a especialista.

Há mais de dez anos no ramo, Cibele Luziê destaca também as vantagens para o empreendedor. “Ficou muito mais viável, pois os custos reduziram consideravelmente, acabou a necessidade de um estoque, é o fim de diversos problemas como locação de espaço e contratação de pessoal”, resume e acrescenta: “Os principais trabalhos passaram a ser a divulgação na internet e o despacho de mercadoria, que são bem mais fáceis.”

A estrategista de vendas on-line é enfática ao afirmar que “os negócios que não estão na internet estão fadados ao fracasso. É inevitável. As pessoas cada vez mais estão se acostumando em realizar suas compras online”.

Ela ressalta que uma justificativa para essa mudança de postura foi a pandemia. O longo período de confinamento com comércios físicos fechados, alavancaram as vendas pelo comércio eletrônico. “Primeiramente, o foco foi em comida. Com o passar dos meses, desde as classes economicamente mais favoráveis até às pessoas mais humildes, as compras on-line mostraram-se como referência”, lembra Cibele. “Essa nova postura, o que muitos chamaram de novo normal, é inevitável e irreversível”, garante.

Outra constatação da pesquisa da Neotrust justifica essa afirmação: no trimestre de abril a junho de 2021, no auge da pandemia, 18,5% dos internautas brasileiros realizaram ao menos uma compra online. Em 2020, foi 17,2%; enquanto que em 2019 foi 10,1%.

Em relação aos itens mais procurados, a composição ficou da seguinte forma: equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (43%); móveis e eletrodomésticos (28,1%); e tecidos, vestuário e calçados (10%). Na sequência, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (7,4%); outros artigos de usos pessoal e doméstico (5,7%); hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,4%); e, por último, livros, jornais, revistas e papelaria (2,5%).