Uma pulseira inteligente, que tinha o objetivo de sinalizar o período fertil de mulheres, conseguiu detectar a covid-19 antes mesmo da pessoa apresentar sintomas. O estudo publicado pela revista científica BMJ Open mostrou que o bracelete AVA conseguiu identificar a doença em 68% dos casos dois dias antes da pessoa manifestar sintomas.
Para os testes, foram estudadas 1.163 pessoas abaixo dos 51 anos em Liechtenstein, país da Europa, que foram acompanhadas de abril de 2020 até março de 2021. As pessoas precisavam usar o smart band durante a noite, que salvava os dados dos usuários a cada 10 segundos.
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Os aparelhos eram sincronizados com um aplicativo de celular, no qual os participantes registravam quaisquer atividades que pudessem afetar os resultados, como consumo de álcool, de medicamentos receitados ou drogas recreativas. Além das atividades que podem alterar os resultados, sintomas de uma provável infecção por covid-19, como febre, também eram acompanhados.
O bracelete da AVA utiliza três sensores para medir nove biomarcadores como frequência e alterações respiratórias, cardíacas e de temperatura, além da qualidade do sono. Todos os participantes do estudo faziam regularmente testes rápidos de antígeno, e os que apresentavam sintomas faziam o PCR.
Durante quase um ano de pesquisas, foram coletados ao todo, 1,5 milhão de horas de dados fisiológicos, e 127 pegaram o coronavírus, das quais 66 (ou 52%) utilizaram o aparelho por pelo meno 29 dias consecutivos durante os sintomas, sendo incluídas na análise.
Os pesquisadores registraram mudanças significativas no corpo durante o período de incubação do vírus (antes dos sintomas), e também durante e na recuperação, quando comparado às pessoas não infectadas.
Comparando as mudanças registradas pelos smartwatches foi possível identificar 68% dos casos positivos dois dias antes do aparecimento dos sintomas.
De acordo com os pesquisadores, o diagnóstico precoce pode ser incorporado nos aparelhos, e ajudar os usuários infectados a diminuir a transmissão. A pesquisa agora passou para outra etapa, sendo estudado em um grupo de 20.000 pessoas nos Países Baixos, e os resultados são esperados para a segunda metade de 2022.
*Estagiária sob supervisão de Pedro Grigori
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