Estima-se que o WhatsApp já superou o número de 2 bilhões de usuários em 180 países. Entretanto, no país em que ele foi criado, os Estados Unidos, menos de 20% dos usuários de smartphones usam o aplicativo, segundo a empresa de pesquisas Pew Research Center.
Apesar de vir de uma fonte diferente, a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box, de agosto, estimou que no Brasil nada menos do que 99% dos smartphones têm o WhatsApp instalado.
A cultura do SMS
Um dos motivos para o aplicativo não ser tão popular no seu país de origem é que a maior parte dos consumidores de telefonia móvel nos Estados Unidos têm planos contratados. Diferente de outros países, é raro ter um plano pré-pago por lá.
Na década de 1990, quando os celulares se tornaram populares, ainda era caro enviar e receber mensagens de texto SMS (Short Message Service). Os planos incluíam um número limitado de SMS e passar disso levava a cobranças adicionais.
Com a expansão da infraestrutura e da tecnologia 2G, e consequentes ampliação da cobertura e da competição, as coisas mudaram. As operadoras passaram a oferecer planos com ligações ilimitadas e SMS grátis, o que popularizou essa ferramenta de envio e recebimento de mensagens de texto.
"A boa e velha telefonia 2G realmente surpreendeu os americanos, que a tomaram para si", explicou Scott Campbell, professor de telecomunicações da Universidade de Michigan, no blog de tecnologia Lifewire.
Neste contexto, a opção de usar dados de internet ainda era cara — por isso, para enviar mensagens, o SMS continuou prevalecendo por um tempo.
Mesmo que hoje ter internet móvel seja mais acessível e que conexões Wi-Fi estejam por todo lado no país, o hábito do SMS ficou.
O avanço do Facebook Messenger
A internet trouxe novas alternativas além do SMS e do WhatsApp, como outro aplicativo de mensagens da mesma empresa, o Facebook Messenger.
Um levantamento da Statias sobre ferramentas para troca de mensagens e videochamadas mostrou que, em 2021, o Facebook Messenger foi o mais usado (87%) pelos americanos. E FaceTime (34%), Zoom (34%) e Snapchat (28%) aparecem à frente do WhatsApp (25%).
Mas quando se trata dos latinos nos EUA, as coisas mudam: quase 50% deles usam o WhatsApp, principalmente porque muitos recorrem ao aplicativo para falar com pessoas que estão em outros países.
Na América Latina, o WhatsApp se popularizou ao inaugurar a possibilidade da comunicação instantânea totalmente gratuita.
O fator iPhone
Outro elemento que afasta os americanos do WhatsApp é a considerável presença do iPhone no país, usado por cerca de 50% dos consumidores de telefonia móvel por lá.
Como o sistema iOS, usado nesse tipo de celular, adaptou seu aplicativo iMessage às plataformas de SMS das operadoras de celular, o uso do SMS não foi afetado.
Quando os usuários de iPhones enviam mensagens entre si, o celular usa o iMessage; mas se um dos celulares correspondentes tiver sistema de outro fabricante, como o Android, ele usa a rede SMS.
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Entretanto, especialistas em segurança digital dizem que os SMS são mais vulneráveis a invasões do que as conversas criptografadas oferecidas pelo WhatsApp.
Além disso, a possibilidade de formar grupos no WhatsApp é outro recurso que pode mudar a arraigada cultura do SMS nos Estados Unidos.
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