
Pesquisa liderada pela Universidade de Viena e recém-publicada na Nature Communications mostra que voluntários sentem alívio de dor aguda ao serem expostos a vídeos de imagens da natureza. Imagens de ressonância magnética funcional apontaram que regiões do cérebro associadas ao processamento de dor eram menos ativadas, quando se comparou à exposição com outros tipos de vídeo, como o interior de uma casa ou cenas urbanas. Imagens da natureza se mostrando um potencial coadjuvante no tratamento da dor.
Há 40 anos, Ulrich publicou na Science a melhor evolução no pós-operatório de pacientes que tinham uma janela com visão de árvores comparado àqueles que só tinham uma parede de tijolos. Melhor evolução, nesse caso, significa menor uso de analgésicos e alta mais precoce. Já visitei uma UTI na Alemanha em que os pacientes internados tinham a visão de um amplo jardim à frente dos leitos.
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Ah! O exercício físico pode ser mais fácil quando a atividade é feita na natureza, com mais vigor e menor percepção do esforço demandado. Mesmo que a natureza esteja presente de forme virtual no exercício, ela também favorece a regulação da pressão arterial. É o que se chama de exercício verde.
Alguns países como a Finlândia, Japão e Coréia do Sul têm programas de “banhos de floresta” como forma de promoção da saúde. São muitos os benefícios já demonstrados com essas pílulas de natureza. Além da promoção do equilíbrio psíquico, temos ganhos na atenção, memória, linguagem e até na capacidade criativa. Também temos menores índices de doença cardiovascular, obesidade, diabetes, hospitalização por crises de asma e, finalmente, menor mortalidade.
*Ricardo Afonso Teixeira é doutor em neurologia pela Unicamp e neurologista do Instituto do Cérebro de Brasília