
"Que está como foi criado pela natureza; cru, intocado, natural." Esse é o primeiro verbete para a palavra bruto que aparece no dicionário Michaelis. Em seguida, vem "que não tem apuro ou refinamento; grosseiro, mal-acabado, tosco". Em uma definição de linguagem coloquial, o dicionário traz, ainda, "que tem grandes dimensões ou é demasiado intenso; colossal, descomunal, desmedido".
Lendo estes significados, brutalismo parece ser o nome perfeito para a estética arquitetônica surgida na Europa nos anos 1950, após a Segunda Guerra Mundial e que ganhou o mundo depois do filme O Brutalista ser indicado a 10 categorias no Oscar 2025 e levar três estatuetas.
- Leia também: Oscar: Lol Crawley vence melhor cinematografia por ‘O brutalista’
- Leia também: O brutalista reflete sobre imigração por meio da arquitetura
O nome deriva da expressão francesa "béton brut", que significa "concreto bruto", e sintetiza uma das principais características do brutalismo: material aparente e exposto, sem revestimentos. E na grande maioria dos exemplares, o concreto está presente.

O termo foi popularizado por Le Corbusier, um dos arquitetos precursores do estilo, que, além do concreto aparente, traz estruturas maciças e prioriza a funcionalidade em detrimento da ornamentação.
E falando em 'termos', cabe um esclarecimento antes de continuar, até mesmo para evitar que arquitetos fiquem desgostosos com nossa reportagem. Existe uma certa dificuldade para estabelecer uma definição sobre o que é o brutalismo. Ele é chamado de tendência, estilo e movimento por diferentes profissionais da área.
A arquitetura é considerada uma ciência social aplicada, ou seja, traz elementos tanto das ciências exatas quanto das humanas, o que permite que existam diferentes interpretações e abordagens. Alguns arquitetos definem o brutalismo como um braço do modernismo, com quem divide algumas características, além do intervalo de tempo em que aconteceram. Outros acreditam que ele tem força e particularidades o bastante para ser um estilo independente.
Para garantir fluidez, usaremos todas as palavras como sinônimos, além de universo estético ou estética arquitetônica — termos usados pelo arquiteto e professor de arquitetura na Universidade de Brasília (UnB) Eduardo Pierrotti Rossetti. Ele acredita que, embora a historiografia considere o brutalismo um estilo quando o estuda, não costuma usar essa abordagem pelo fato de o tema ser mais complexo.
Eduardo acrescenta que a definição do brutalismo é elástica, pode ser mais ou menos abrangente, e traz consigo intensos debates teóricos. E dentro dessa elasticidade, o professor define o brutalismo como um universo estético em que questões estruturais têm uma valorização plástica, termo que, na arquitetura, trata sobre o aspecto estético e artístico do design de estruturas.

"Especialmente com o uso do concreto aparente e que, além dele, em sua rudeza, outros materiais construtivos são articulados e relacionados com o concreto e se mostram de maneira também aparente", determina.
O arquiteto acrescenta que o brutalismo valoriza o não revestido, que pode até ser detalhado, mas não passa por etapas de pós-produção, como revestimentos ou rebocos. "Valoriza a materialidade do material, a expressão plástica do material, seja concreto, tijolo, seja qualquer outro", completa.
O arquiteto Daniel Mangabeira segue uma linha de raciocínio semelhante à de Eduardo. "Se eu tentar categorizar um desdobramento de um movimento que é a princípio indefinível por diversos escritores, cairei em contradição", comenta.
Ele ressalta que há documentos do Docomomo, uma rede de documentação e preservação da arquitetura do movimento moderno, que caracterizam o brutalismo como um estilo, mas que, de forma pessoal, prefere não entrar nessa discussão, por receio de torná-la superficial. O que podemos dizer, com certeza, é que ele trata de um conjunto de produções robustas que surgiram na primeira metade dos anos 1950 e se difundiram pelo mundo nas duas décadas seguintes.
Como tudo começou
A origem do brutalismo está intimamente ligada a Le Corbusier, que solidificou as principais características do estilo e as materializou na figura, ainda imponente, das Unités d’Habitation, unidades de habitação, construídas em Marselha, na França, entre 1945 e 1949.
No pós-guerra, foram criadas diversas obras brutalistas, mas seus criadores, não necessariamente tiveram seus nomes reconhecidos. Entre alguns deles se destacam, além de Corbusier, Auguste Perret e o casal Alison e Peter Smithson.

Assim como as obras de Le Corbusier, as de Auguste Perret se concentram na França. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o arquiteto foi um dos principais responsáveis pela reconstrução do município de Le Havre, no noroeste francês, onde o concreto aparente é a grande estrela.
Alison e Peter Smithson concentraram suas criações em Londres e se referiam ao brutalismo e ao novo brutalismo, uma variação do estilo, como uma ética e não uma estética. Eles buscavam criar obras queconectavam a arquitetura com as realidadesda vida moderna da Bretanha pós-guerra.
Ser ou não ser
Nesse contexto, parte dos arquitetos, como Marcela Peres Chagas, acredita que apenas as edificações criadas entre as décadas de 1950 e 1970, no contexto pós-guerra, no qual a ideia era economizar tempo e recursos, podem ser chamadas de brutalistas. As demais, criadas fora desse período, seriam apenas obras com características brutalistas.
"É polêmico, mas, na minha concepção, uma edificação construída hoje, mesmo que tenha toda a essência e características, não é brutalista. Se alguém pintar agora um quadro com estética renascentista, ele não vai ser considerado renascentista. Para mim, é o mesmo pensamento", completa.
Marcela comenta ainda que, hoje, o concreto armado e aparente é bem quisto por muitas pessoas, mesmo fora do mundo da arquitetura, o que não acontecia na época em que o estilo surgiu. "Era realmente muito brutal, pesado, os materiais brutos e sem casca, a estrutura exatamente como ela é. Isso não era tão popular ou considerado bonito."

Luiza Loivos de Azevedo Ceruti, arquiteta e urbanista e mestranda em arquitetura na UnB, considera o conceito difícil de definir, mas acredita ser importante partir do princípio que o brutalismo vem do movimento modernista que começa tanto nas artes quanto na arquitetura no período entre guerras.
"É um momento de crise econômica, social e um período de pessimismo muito intenso. Uma das principais premissas do modernismo é abrir mão do luxo e do ornamento, a arquitetura é tratada pela função, uma forma de abrigo", reflete.
Saiba Mais
E é desse berço que vem o brutalismo, como defende Luiza, apesar de achar que o estilo vai muito além, pois, enquanto o modernismo está muito focado na forma, o brutalismo tem um grande foco no material. "Percebo uma questão de mostrar a beleza inerente ao material. É um pingo de esperança na ruína. Algo como 'essa é a forma mais econômica de fazer, mas olha como tem vida e pode ser bonito'".
E para ela, sim, edificações construídas em outros lugares e momentos que não a Europa no pós-guerra podem ser chamadas de brutalistas. "É uma briga dentro da academia e não existe uma conclusão absoluta".
Nessa discussão, Eduardo, que estuda e ensina a arquitetura, comenta que não costuma trabalhar com discussões estilísticas ou sentir a necessidade de estar o tempo todo definindo este ou aquele prédio como brutalista ou dentro de qualquer outra estética. Para ele, esse tipo de enquadramento reduz demais as obras, apesar de ressaltar a necessidade e utilidade desse tipo de organização.
Para o professor de arquitetura, é mais interessante manter o olhar aberto e entender as expressões das obras. "É olhar para essa arquitetura em Brasília, que tem uma expressão brutalista, menos do que uma integridade estilística, é essa expressão, essa manifestação plástica que valoriza o concreto", completa.
Brasília bruta
E se você, brasiliense, descobriu recentemente o brutalismo, em função do filme ou de pesquisas sobre o tema após o hype, e se pegou refletindo sobre alguns edifícios da capital, saiba que temos diversos exemplares brutalistas em Brasília.
Alguns, claro, ficam envoltos nas polêmicas do "é ou não é", tendo um ou outro elemento que foge da estética arquitetônica; outros são brutalistas em essência, forma e plástica. "Brasília tem um conjunto de arquitetura que pode ser chamado de brutalismo sem nenhum tipo de dificuldade. É o que compõe o cerne da UnB, o núcleo duro. Notadamente o ICC, a Bibleotca Central (BCE), a Reitoria e o Restaurante Universitário (RU), além das faculdades de Tecnologia e de Direito", afirma Eduardo Pierroti Rossetti.

Cabe dizer, também, que, no Brasil, São Paulo é apontada pela maioria dos arquitetos como a cidade que mais tem exemplares brutalistas no Brasil. Entre eles, destacam-se o Museu Brasileiro de Escultura e o Edifício Jaraguá, ambos de Paulo Mendes da Rocha.
Exemplos candango e brasileiro
A arquitetura brasiliense é quase um sinônimo de Oscar Niemeyer. O arquiteto, responsável por mais de 500 edifícios espalhados pelo mundo — segundo o livro Tributo a Niemeyer, um compilado de autores —, trabalhou com diferentes estilos arquitetônicos ao longo dos anos, mas em Brasília, tem essência modernista e flerta com o brutalismo.
Em documentos do Docomomo, rede de documentação e preservação da arquitetura do movimento moderno, diversos profissionais e estudiosos da área consideram o concreto como material preferido do arquiteto, o que por si só o aproxima do brutalismo. Criações como o Edifício Copan, em São Paulo, estão entre as que se encaixam na estética arquitetônica.

Em Brasília, ainda que alguns de seus projetos não sejam considerados inteiramente brutalistas, o principal elemento, o concreto aparente, está presente ou esteve, antes que eles fossem modificados e pintados, como é o caso da Catedral Metropolitana de Brasília. O Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal são algumas das criações que trazem, em sua concepção modernista, claros acenos ao brutalismo.
No Brasil, outros nomes também merecem destaque quando falamos em brutalismo. Criador do Museu Brasileiro de Escultura e Ecologia (MuBE) e do Ginásio do Clube Atlético Paulistano, em São Paulo, Paulo Mendes da Rocha é um dos principais expoentes do brutalismo brasileiro.
Responsável pelo projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP), João Vilanova Artigas se une ao time de arquitetos brasileiros entusiastas do brutalismo que se concentraram em São Paulo.

Aos já citados, une-se a arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, que tem obras brutalistas, mas é também famosa por suas contribuições modernistas. Ela criou o Sesc Pompeia, um exemplar quase perfeito do brutalismo no país.
- Brutalismo na UnB
- Reitoria
- Restaurante Universitário
- Biblioteca Central
- ICC, o famoso Minhocão
- Faculdade de Tecnologia
- Faculdade de Direito
- Brutalismo pela cidade
- Blocos residenciais F, G e I, na 107 Norte
- Sede do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit)
- Sede da Caixa Econômica Federal
- Embaixadas da Itália, México e Portugal
Vivendo no brutalismo
E na cidade planejada e cheia de obras de arte arquitetônicas, "um museu moderno em uso e em constante desenvolvimento que pode se relacionar com qualquer tipo de boa arquitetura", segundo o arquiteto Daniel Mangabeira, temos não só prédios públicos brutalistas, mas também residências.
Uma delas fica na QI 7, no Lago Sul, foi criada por Milton Ramos, na década de 1970, e os primeiros donos da casa eram amigos do arquiteto. Essa família viveu ali por 40 anos até surgir a necessidade de vendê-la.

O atual proprietário, Luís Gustavo Freitas da Silva, 43 anos, advogado, sempre morou em apartamentos e sentia muita vontade de viver em uma casa, sonho que começou a tomar junto com outro — foi quando a esposa ficou grávida, que eles resolveram se mudar.
Amigo de arquitetos, adorando estudar o tema e sendo, como ele mesmo diz, "um tipo de arquiteto frustrado que é formado em direito", Luís começou a pesquisar casas e se deparou com a obra de Milton Ramos.
Mesmo com a verba muito aquém do que valia o espaço, resolveu marcar uma visita. Acompanhado de Daniel Mangabeira, que depois foi um dos arquitetos responsáveis pela revitalização da casa, ele conheceu a antiga proprietária e sua história. Depois de viver na casa sua vida toda, ter criado os filhos e perdido o marido ali, era difícil se desfazer. Os dois criaram uma conexão instantânea. Quando ela se emocionou contando que recebia ofertas milionárias de pessoas que queriam demolir a casa, Luís emocionou-se — e indignou-se — junto.
Uma das poucas intervenções na estrutura da casa, feita pelos antigos moradores, foi soterrar o espelho d'água, mas a alteração só ocorreu depois que um dos filhos do casal quase se afogou. Quando Luís disse que, se fosse dono da casa, revitalizaria a sua glória original, a senhora foi ficando mais maleável.

Por fim, mesmo recebendo outras ofertas mais vantajosas financeiramente, ela escolheu vender para Luís começar a nova vida ao mesmo tempo em que resgatava o passado da obra. "Ela entendeu que eu ia continuar a história bonita da casa, preenchendo aquela sala ampla com crianças brincando e correndo e respeitando e reverenciando a história", conta.
A promessa foi cumprida, o primeiro filho nasceu e hoje tem 11 anos, mesma quantidade de tempo que a família vive na casa, que tem também a presença da caçula, de 7. O espelho d'água voltou a brilhar, e Luís garante que não se muda ou compromete a casa por dinheiro nenhum no mundo.
Simples e funcional
Apreciador do brutalismo, o advogado enxerga o imóvel como simples e fácil de usar. "É uma casa coerente. Acima da estética vem a funcionalidade. A vida é muito gostosa aqui, a casa permite isso."
Luís entende que a simplicidade da casa traz a possibilidade de que cada morador traga o próprio estilo, decoração e personalidade. E bate novamente na tecla da coerência quando menciona aspectos arquitetônicos que entram na moda, como portas gigantes que só trazem dificuldades. "Como você vai limpar uma porta de três metros? O que vai fazer com oito quartos se sua família tem quatro pessoas?", questiona.
E o advogado garante que não pretende se mudar, abre apenas espaço para um talvez quando ele e a esposa forem bem mais velhos e os filhos já tenham seus próprios espaços. Outro cuidado de Luís é preservar a casa e o legado histórico que ela tem para Brasília "É uma obra de arte, ela tem vida própria, a personalidade dela atrai um certo tipo de morador, pessoas coerentes como ela", completa.
Apartamento AG
Assim como Luís Gustavo Freitas da Silva, o administrador Alexandre Carvalho Gaeta, 54, é um apaixonado por arquitetura e fã do aspecto cru do brutalismo. Morando em Brasília desde 2019, depois de se separar e ter a liberdade para criar o espaço que queria morar levando em conta apenas o seu gosto, começou o projeto que teria como resultado o Apartamento AG, na 215 Sul.

A arquitetura de Brasília sempre cativou o administrador, que entende que, mesmo prioritariamente modernista, tem referências que se comunicam muito bem com o brutalismo, além de obras brutalistas em si. A influência da arquitetura de Berlim e de outras cidades da Europa, onde ele passou muito tempo, também ajudaram a moldar o gosto de Alexandre.
"O apartamento nunca tinha sido reformado, era 100% original, e como adoro colunas e pilares, quis deixar todas as vigas aparentes. Queria descascar o apartamento e o concreto, aproveitando também a estética do próprio prédio", lembra.
Por coincidência, chegou até a arquiteta Maria Araújo, que embarcou no projeto e comprou as ideias de Alexandre. Além de desnudar o apartamento, a profissional responsável pelo projeto trouxe a ideia de acrescentar uma parede de metal, criando uma divisão entre a sala e os quartos.
Empolgado, ele chegou a pedir que até mesmo a tubulação do espaço ficasse aparente, mas foi aconselhado por Maria a reduzir o tom brutalista extremo. "Era para ser mais bruto, mas ainda bem que ela me segurou", conta, rindo.
Atualmente, o "apartamentos dos sonhos" de Alexandre está alugado, afinal, ele se casou de novo e o casal buscou um lar que atendesse melhor a família. Mas quando considera vender, a parceira o impede. "Apesar de não ser muito o estilo dela, ela mesma diz para segurar, já que eu coloquei tanto amor e carinho nesse lar. ER já disse que talvez um dia, depois que os filhos saírem de casa, podemos voltar", completa.

Memórias
Parceira de Alexandre no projeto ousado, junto com a arquiteta Marina Zuquim, Maria Araujo comenta a forte relação de Brasília com o brutalismo, que acaba influenciando os moradores de certa forma. Alexandre também tinha uma forte referência de São Paulo e da infância em espaços brutalistas. "Ele queria unir essa memória e, ao mesmo tempo, juntar com a identidade brasiliense", conta.
No projeto, as arquitetas deixaram todas as estruturas originais do prédio aparentes, além de acrescentar elementos novos que reforçaram o estilo desejado pelo cliente. Com uma estética um pouco mais moderna, trouxeram uma linguagem contemporânea para o apartamento.
"No nosso trabalho, temos uma identidade muito forte de respeitar a história da arquitetura em que estamos inseridos, respeitar o modernismo, principalmente na Asa Sul e Asa Norte", ressalta a arquiteta.
Brutalismo como sentimento
Por Pedro Ibarra
O longa O brutalista é um dos destaques dessa temporada de premiações. O filme conquistou três Oscars — Melhor fotografia, Melhor trilha sonora e Melhor ator, para Adrien Brody — e foi o segundo maior vencedor da noite. Porém, o que mais chama atenção é a metáfora que o filme conseguiu fazer sobre o movimento arquitetônico que carrega no título.
O longa acompanha o arquiteto Laszlo Toth, um judeu húngaro que precisa fugir da Europa por conta da ocupação e da perseguição nazista durante os tempos de Segunda Guerra Mundial. Ele migra para os Estados Unidos e acaba em uma situação de falta de reconhecimento. Até que um mecenas traz a possibilidade de ele fazer a obra que esperou a vida inteira para ter a oportunidade.

Para além da arquitetura, o filme é um retrato sobre imigração e sobre as mentiras presentes no tal sonho americano. É uma obra que, independentemente de como termina, fala sobre a melancolia e a falta de esperança de uma pessoa deslocada da própria cultura e inserida em uma lógica que é pensada para explorá-la.
O brutalismo como movimento não fala sobre a imigração, mas traz consigo a tristeza e a desesperança do pós-guerra. Dessa forma, o longa escolhe o estilo arquitetônico oriundo do modernismo como uma alegoria. Com edificações que prezam pelo duradouro e usam de uma estética minimalista, o filme abusa da metalinguagem com o tema e realmente consegue transmitir a sensação que fez o brutalismo na arquitetura.