
Apesar de ser conhecida por doença do beijo, a mononucleose não é transmitida apenas assim. Por se tratar de uma infecção pelo vírus Epstein-Barr (EBV), o contágio se dá por meio da saliva, ou seja, pode ser transmitida por meio do contato com pessoas contaminadas, do compartilhamento de objetos pessoais, como copos e talheres, do sangue, de seringas ou transfusão, e pelo sexo desprotegido.
Durante o carnaval, a atenção deve ser redobrada, pois as chances de contaminação aumentam devido às aglomerações e às interações típicas da época, compartilhamento de utensílios e baixa imunidade, pelo excesso de álcool e alimentação inadequada, que podem enfraquecer o sistema imunológico.
Segundo o Ministério da Saúde, a doença é considerada comum no mundo inteiro e afeta, principalmente, jovens e adultos com idade média entre 15 a 25 anos. Por não ter um método de prevenção específico, a melhor forma para se expor menos à doença é fortalecer o sistema imunológico. A recuperação completa pode levar de duas a quatro semanas.

Sintomas
Normalmente, os primeiros sintomas apresentados são:
Fadiga
Febre
Dor de garganta
Linfomas, especialmente no pescoço e axilas
Manchas avermelhadas pelo corpo
Dor de cabeça
Dor muscular
Perda de apetite
De acordo com Arthur Seabra, clínico geral e coordenador da Emergência do Hospital Santa Lúcia Sul, é importante ter muita atenção aos sintomas. "Esses sintomas podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças, como gripe e amigdalite bacteriana, devido à semelhança nas manifestações clínicas", explica.

Em casos mais graves:
Aumento do baço e do fígado
Anemia
Hepatite
Hemorragia
Trombocitopenia: redução no número de plaquetas
Complicações neurológicas: como meningite e encefalite
Obstrução das vias aéreas, devido ao inchaço das amígdalas e linfonodos
Prevenção
O infectologista Marcelo Cordeiro, consultor médico do Sabin Diagnóstico e Saúde, orienta alguns cuidados básicos. "As principais recomendações incluem o uso de preservativos em todas as relações sexuais, a não partilha de copos, garrafas ou utensílios pessoais e cuidados gerais, como manter-se hidratado, moderar o consumo de álcool e higienizar as mãos antes das refeições."
Tratamento
Segundo Arthur Seabra, não existe um tratamento específico para a mononucleose, o foco é no alívio dos sintomas com:
Repouso
Hidratação
Uso de medicamentos
Evitar esforços físicos
Palavra do especialista
Existem casos assintomáticos? Como identificar a doença nesses casos?
Sim, muitos indivíduos podem ser assintomáticos ou ter sintomas leves, semelhantes aos de um resfriado. A infecção pode ser identificada por exames laboratoriais, mas que, no caso de pessoas sem sintomas, dificilmente são realizados.
Quem já teve mononucleose pode contrair a doença novamente?
Geralmente, não. Após a infecção, o organismo desenvolve imunidade permanente. O vírus, no entanto, permanece latente no corpo e pode ser reativado em algumas situações, como em pessoas com a imunidade comprometida, mas isso raramente causa sintomas semelhantes à mononucleose inicial.
Quanto tempo após os sintomas desaparecerem o paciente ainda pode transmitir o vírus?
O vírus é eliminado na saliva, então a transmissão ocorre principalmente por contato íntimo, como beijos, compartilhamento de utensílios ou gotículas respiratórias. Mesmo após o desaparecimento dos sintomas, os indivíduos podem continuar a carregar e a eliminar o vírus na saliva. Não se sabe exatamente por quanto tempo. Portanto, é possível transmitir o vírus, mesmo sem apresentar sintomas.
Marcelo Cordeiro é infectologista e consultor médico do Sabin Diagnóstico e Saúde
*Estagiária sob a supervisão
de Sibele Negromonte
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