Em muitas famílias, compartilhar o quarto entre irmãos é uma escolha; em outras, uma necessidade. Seja para economizar espaço, seja para estimular a proximidade entre as crianças, a decisão requer planejamento e organização para garantir um ambiente funcional e acolhedor. De acordo com a arquiteta Rosa Chaves (@rosa_chaves), a experiência de dividir o quarto pode trazer benefícios importantes.
"Dividir o espaço permite que as crianças aprendam a conviver e a desenvolver habilidades sociais, como empatia, paciência e colaboração", explica. Ela também destaca que essa convivência pode fortalecer os laços familiares: "A proximidade é capaz de promover um senso de companheirismo que pode ser benéfico ao longo do tempo".
Apesar disso, adaptar o ambiente para acomodar duas crianças pode ser desafiador. "O primeiro ponto a ser considerado é a distribuição do espaço, garantindo que ambas tenham conforto e respeitando suas necessidades", orienta Rosa. Além disso, a organização é fundamental, já que o quarto será compartilhado por duas pessoas com diferentes pertences e rotinas.
"É também essencial pensar em um bom equilíbrio estético, para que ambas se sintam representadas no ambiente", complementa. A arquiteta e engenheira civil Adriana Fialho concorda que a tarefa pode ser ainda mais complicada quando há grandes diferenças entre os irmãos. "Precisamos considerar primeiramente a idade das crianças. Também é importante avaliar se são menino e menina. Esses fatores tornam mais difícil harmonizar os gostos na decoração, o que exige um cuidado maior", ressalta Adriana.
Com o auxílio das especialistas Rosa Chaves e Adriana Fialho, reunimos orientações práticas que vão desde a otimização do espaço até estratégias para evitar conflitos na decoração. Confira:
Maximizando o espaço
Um dos maiores desafios na divisão de quartos é a otimização do espaço, especialmente quando ele é limitado. Assim, algumas soluções criativas e funcionais podem ajudar a tornar o ambiente mais prático e confortável. "Podemos colocar as camas mais encostadas e elevá-las, criando um espaço livre no chão que pode ser aproveitado para brincadeiras ou para organizar os pertences das crianças", sugere Adriana Fialho.
Rosa Chaves complementa com a indicação de móveis multifuncionais, como beliches ou camas do tipo loft, que liberam áreas para lazer e estudo. "Os móveis modulares, que podem ser reorganizados conforme a necessidade, também são excelentes opções. Armários embutidos e prateleiras suspensas ajudam a aproveitar ao máximo as paredes", orienta Rosa.
Além disso, mesas dobráveis ou retráteis para atividades e estudos são alternativas práticas que economizam espaço. Para completar, Rosa recomenda atenção à paleta de cores: "O uso de tons claros nas paredes e móveis contribui para uma sensação de maior amplitude, tornando o ambiente mais agradável."
Evitando conflitos na escolha da decoração
Quando as crianças têm idades ou gêneros diferentes, alinhar os gostos pode ser desafiador. A solução, segundo as especialistas, está na criação de uma base neutra e clean para o ambiente, permitindo que a personalização fique por conta dos elementos decorativos.
"A criança muda seu gosto com o tempo, então é interessante manter a marcenaria e as cores mais neutras, ajustando a decoração ao longo dos anos. Quadros coloridos ou temáticos são exemplos de itens que podem variar sem comprometer a harmonia do espaço", sugere Adriana.
Rosa recomenda incluir as crianças no processo de escolha: "Deixe que cada uma escolha um item ou uma parte da decoração, garantindo que ambas se sintam representadas". Outra alternativa é optar por temas compartilhados, como elementos naturais ou personagens neutros, que agradam diferentes perfis.
Organizando de forma prática e agradável
Manter o quarto organizado é essencial para a funcionalidade e a convivência pacífica. Para isso, é importante que cada criança tenha seu próprio espaço de armazenamento.
"Caixas, cestas ou gavetas etiquetadas são ótimas para organizar brinquedos, roupas e objetos pessoais", sugere Rosa. Prateleiras abertas podem ser usadas para itens de fácil acesso, desde que estejam sempre organizadas. Identificar os pertences com cores diferentes ou etiquetas também é uma estratégia eficaz.
Criando a sensação de ambientes individuais
Mesmo em um quarto compartilhado, é possível oferecer uma sensação de individualidade. "Elementos funcionais e visuais podem criar essa separação sem perder a harmonia do ambiente", explica Rosa.
Uma estante aberta, por exemplo, pode servir como divisória sem bloquear a luz natural. "O uso de texturas e cores diferentes para as camas ou áreas pessoais é outra maneira de garantir um espaço único para cada um", acrescenta a arquiteta. Cortinas ou painéis móveis também são recursos úteis para divisões temporárias, oferecendo privacidade quando necessário.
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*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte