Fim de ano, verão e férias! Para muitas pessoas, a época perfeita para viajar. E por que não tornar a experiência ainda mais especial levando o companheiro de quatro patas junto? Seja em uma viagem longa, seja em um passeio rápido no fim de semana, incluir o pet nas aventuras em família é uma escolha cada vez mais popular. No entanto, para que tudo ocorra de forma segura e confortável, é essencial adotar um planejamento cuidadoso.
De acordo com as especialistas Fabiana Volkweis, professora de medicina veterinária do Ceub, e Cheyanne Maziviero, veterinária e sócia-diretora do Centro Veterinário Panamericano (@centrovetpanamericano), o primeiro passo é realizar um checape no animal antes da viagem. "Marque uma consulta com seu veterinário de confiança, que avaliará a condição clínica de saúde do animal, a presença de pulgas ou carrapatos e as últimas terapias realizadas, incluindo a vermifugação", ensina Fabiana.
Manter a carteira de vacinação atualizada e, para quem optar pela viagem de avião, emitir todas as documentações necessárias também é indispensável. "Tratando-se de voos nacionais, a vacina antirrábica precisa ter sido aplicada há mais de 30 dias e há menos de um ano do embarque", alerta Cheyanne. Já para voos internacionais, as exigências de microchipagem e sorologia de raiva variam de país para país. "Pode levar até meses para completar todo o processo. Dessa forma, é primordial se preparar com antecedência", alerta a veterinária.
Outra medida importante durante a viagem é a atenção à alimentação e à hidratação. Segundo Fabiana, mudanças na dieta devem ser evitadas, pois podem causar alterações no sistema digestório, como vômitos e diarreias. "Leve a ração que o animal está habituado a comer e um cantil ou pote para oferecer água durante o percurso", recomenda.
Já na avaliação de Cheyanne, os animais não devem ser alimentados, pelo menos, três horas antes do embarque, já que a maioria tende a enjoar durante o trajeto. "Ainda assim, a oferta de água deve ser constante, e fique atento à temperatura", orienta. Para viagens longas, a especialista sugere uma alternativa prática e nutritiva: "Oferecer pequenas porções de ração úmida ajuda a manter o bichinho nutrido e hidratado".
Segurança durante o percurso
A segurança do pet deve ser uma prioridade ao longo do trajeto, independentemente do meio de transporte. No caso de viagens de avião, a escolha da caixa de transporte é um dos principais pontos a considerar. "As companhias aéreas têm exigências específicas: a caixa deve ser flexível e confortável, garantindo boa mobilidade ao animal", explica Fabiana Volkweis.
Além disso, é importante lembrar que, embora as viagens de avião possam ser desafiadoras para os bichinhos, não é indicado medicar os animais sem que haja prescrição do médico veterinário. "Cada bichinho tem particularidades; por isso, nunca medique seu pet sem orientação profissional", alerta Fabiana.
Apesar disso, é possível ajudá-los a passar pelo voo de forma menos estressante. "Antes da viagem, leve seu pet para um passeio para gastar energia. Brincadeiras ajudam a relaxar o bichinho", recomenda Cheyanne. Tornar a caixa de transporte mais acolhedora também é uma boa opção. "Deixar um objeto, como uma camiseta ou um travesseirinho com o cheiro do tutor, ajuda o pet a se sentir em casa. O uso de sprays ou difusores de feromônios auxilia na redução no estresse", continua a veterinária.
E para quem optar pela viagem de carro, o transporte mais seguro varia para cada tipo de pet. Cães de grande porte devem usar cinto de segurança próprio, enquanto os de pequeno porte podem ser transportados em cadeirinhas. Já para os gatos, a caixa de transporte é essencial. "Em dias quentes, deixe as janelas do veículo ligeiramente abertas ou utilize o ar-condicionado para evitar que o pet sofra com o calor. E nunca deixe o animal sozinho no carro", alerta Cheyanne.
As paradas ao longo do caminho devem ser parte obrigatória da viagem. "O confinamento em caixas de transporte ou no cinto de segurança pode gerar ansiedade. As paradas os relaxam, reduzindo o estresse e o desconforto", explica a veterinária. Além disso, esses momentos são importantes para que os pets façam suas necessidades e se alonguem. Durante as paradas, é essencial manter os animais com coleiras, prevenindo fugas em locais desconhecidos. "Escolha sempre áreas seguras para as pausas, como espaços específicos para pets ou locais com sombra", orienta.
Maria Patané, 23 anos, é estudante e tutora de Yang, uma poodle de 9 anos. Nesta semana, elas viajam para Vitória de carro, um trajeto que repetem anualmente desde que Yang era filhote. "Sempre foi tranquilo. O único problema é que ela enjoa, então precisamos dar um remédio cerca de meia hora antes de sair", conta. Para Maria, o planejamento da viagem é simples. "Além de dar a medicação para enjoo, separamos a ração em porções individuais e levamos água gelada em uma garrafa. Também carregamos os potes dela para que possa comer e beber", explica.
Quando o assunto é transporte, a estudante comenta que Yang não se adapta bem às caixas de transporte convencionais. "Ela chora a viagem inteira. Então, recentemente, comprei uma caixa toda aberta para ela", relata. E na hora de arrumar a bagagem, Maria não esquece os itens essenciais da cachorrinha. "A coleira, a comida e a água gelada na garrafa térmica. Se o calor estiver muito forte, também levo um tapete de resfriamento, que ajuda bastante", enumera. Durante as paradas, Maria faz questão de escolher locais com sombra, garantindo o conforto de Yang e evitando o risco de queimaduras nas patinhas.
Cuidados especiais com gatos
Cães e gatos possuem comportamentos e necessidades distintas, o que reflete diretamente nos cuidados durante viagens. Gatos, por serem mais sensíveis a mudanças de ambiente, tendem a ficar estressados nessas situações. “Eles precisam de um espaço que os faça se sentir protegidos. Por isso, é essencial transportá-los em uma caixa fechada, que ofereça conforto e segurança”, orienta a veterinária Cheyanne Maziviero.
Para reduzir o impacto da viagem, é recomendável iniciar um processo de adaptação com antecedência. “Comece habituando o gato à caixa de transporte. Deixe-a em um local visível, tranquilo e de fácil acesso dentro de casa, integrando-a ao ambiente. Isso ajuda a desfazer a associação da caixa com experiências negativas”, explica a especialista.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte
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