Neurônios em dia

Quando a reposição hormonal aumenta os risco de eventos vasculares

Reposição hormonal no climatério com medicamentos orais são menos seguros que os transdérmicos

Arte ilustrando o ciclo da mulher com a menopausa -  (crédito: Freepik )
Arte ilustrando o ciclo da mulher com a menopausa - (crédito: Freepik )

Reposição hormonal combinada por administração oral (estrogênio + progesterona), assim como o hormônio sintético tibolona, está associada a um maior risco de eventos vasculares. Tibolona aumenta o risco de acidente vascular cerebral (AVC) e infarto agudo do miocárdio (IAM) com estimativa de uma a cada mil mulheres. Terapia combinada está associada a maior chance de IAM e tromboembolismo venoso estimada em sete a cada mil mulheres. Por outro lado, as terapias de reposição transdérmicas não aumentaram a incidência de eventos vasculares.

Essas foram as conclusões de uma pesquisa da Universidade de Uppsala, na Suécia, que envolveu um milhão de mulheres na menopausa em uso de diversas formas de reposição hormonal. A apresentação transdérmica evita que o hormônio tenha uma primeira passagem pelo fígado. No caso da administração oral, essa passagem pelo fígado promove a produção de fatores de coagulação que aumentam o risco de trombose.

A tibolona não é aprovada nos Estados Unidos e, após esses resultados, Åsa Johansson, líder dos pesquisadores do presente estudo, declara esperar que o medicamento também saia do mercado Europeu. O estudo foi publicado na última semana pelo prestigiado British Medical Journal.

*Ricardo Afonso Teixeira é doutor em neurologia pela Unicamp e neurologista do Instituto do Cérebro de Brasília

postado em 06/12/2024 17:25
x