Elas já foram o calçado preferido de ícones como Audrey Hepburn, dominaram nos anos 2000 e, agora, voltam com força total em 2025. As sapatilhas, sinônimo de conforto e versatilidade, consolidam-se como tendência, adaptando-se aos mais diversos estilos e ocasiões. No modelo slingback, Mary Jane ou nos novos formatos mais estruturados, o calçado reafirma seu lugar nos guarda-roupas femininos.
As sapatilhas surgiram no final do século 18 como calçados simples e funcionais usados por camponeses na França. Mas foi graças a figuras icônicas como Brigitte Bardot, famosa atriz dos anos 1950, que encomendou um modelo inspirado nas sapatilhas de dança, que elas ganharam popularidade no dia a dia.
Para a stylist Nina Stellato, a volta das sapatilhas está diretamente conectada à tendência Y2K, que resgata os queridinhos da década de 2000. "Nos anos 2000, elas estavam super em alta e agora conseguimos ver essa essencial voltando", explica. O retorno é reforçado pelo charme nostálgico do design e pela capacidade de dialogar com outros estilos, como o romântico e o minimalista.
Modelos em alta
Entre as principais apostas para os próximos anos estão as sapatilhas de bico fino, slingback e bailarina. De acordo com a consultora de moda Mabel de Bonis, as sapatilhas de bico fino são uma excelente escolha para alongar a silhueta e podem transitar entre looks corporativos e casuais. "Os metalizados levantam o look e emprestam luxo, sendo ideais para quem quer uma combinação sofisticada", destaca. Já as slingbacks, com sua tira charmosa atrás, são perfeitas para quem aprecia um toque vintage com uma pegada contemporânea.
Para quem busca conforto aliado ao estilo, as sapatilhas de bico redondo e as versões mesh (teladas) são opções certeiras. Inspiradas nos designs da marca Maison Alaïa, essas últimas conquistaram celebridades como Jennifer Lawrence e Elsa Hosk. "São fresquinhas, confortáveis e têm tudo para se tornarem clássicos entre os sapatos sem salto", comenta Mabel.
Nina também chama atenção para a versatilidade das novas sapatilhas. "Os modelos que a gente está vendo nas lojas têm um solado mais pesado, aplicação de brilhos e uma cartela de cores atualizada, como o preto, o vermelho e os metalizados puxados para o prata", detalha. Ela ainda destaca o modelo bailarina, com bico quadrado e tira no peito do pé, ideal para quem prefere um estilo romântico.
O retorno
Como toda tendência, as sapatilhas também passaram por altos e baixos. Durante boa parte dos anos 2010, elas ficaram à margem, substituídas por modelos mais robustos e ousados, como as plataformas, as botas de cano longo e os tênis. Nesse período, o conforto das sapatilhas parecia perder espaço para o apelo das silhuetas mais irreverentes e dos calçados de salto alto, que dominavam as passarelas e as ruas.
Muitos chegaram a pensar que as sapatilhas tinham se tornado uma peça antiquada, um símbolo da moda dos anos 2000. Mas a verdade é que elas nunca saíram completamente de cena.
Para Mabel, essa combinação entre design funcional e apelo estético é o que mantém as sapatilhas relevantes ao longo do tempo. "O tipo de calçado confortável, leve e flat nunca mais saiu do guarda-roupa feminino, estando na moda ou não", conclui.
Hoje, o desafio de escolher o modelo ideal passa tanto pelo estilo quanto pela anatomia do pé. "Sapatilhas de bico fino, por exemplo, podem não ser a melhor escolha para quem tem pés mais largos", lembra Nina. O importante, segundo ela, é que o calçado seja confortável e adequado à rotina de quem o usa.
Entre amores e ódios, sejam metalizadas, de verniz ou com aplicações de strass, as sapatilhas seguem firmes como uma peça-chave para quem busca unir praticidade e estilo. Mais do que uma tendência passageira, elas reafirmam sua posição como um clássico reinventado, adaptando-se às demandas da moda contemporânea.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte