O protetor solar é um dos recursos mais importantes para a proteção da pele. Não se trata apenas de um produto para se usar em dias ensolarados ou durante a ida à praia e piscina, por exemplo. De acordo com dados da Campanha Nacional do Câncer da Pele da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) realizada em 2020, mais de 60% dos brasileiros não usam nenhum tipo de proteção no dia a dia. Em dias chuvosos, frios ou nublados, o protetor pode parecer dispensável, mas ele é um item indispensável na rotina.
Conforme o médico dermatologista, Denis Miyashiro, independentemente da estação do ano, os raios ultravioletas são constantes ao longo do dia e as nuvens podem "mascarar" a intensidade desses raios. " Muitas pessoas acham que, por não ter Sol, não precisa passar o protetor solar, e acabam se queimando de forma intensa. A UVA e a UVB não são visíveis, e o fato de estar nublado não quer dizer que elas não estejam presentes, o que acaba enganando muitas pessoas", afirma. Os raios UVA penetram mais profundamente, enquanto os raios UVB são mais superficiais, porém ambos, em excesso, são muito prejudiciais.
Apesar de apresentar um menor risco em comparação com a luz solar, a luz visível também é maléfica. O Sol que atravessa os vidros das janelas, mesmo que não sendo direto, a exposição à luz azul, vinda dos aparelhos eletrônicos, e à luz de lâmpadas, por exemplo, pode trazer danos à pele, sendo recomendado o uso dos protetores solares também em ambientes fechados.
O envelhecimento da pele é um processo natural que ocorre com todas as pessoas. O surgimento de rugas, queimaduras e manchas pode, porém, ser evitado com o uso diário e contínuo dos protetores solares. Além da prevenção do envelhecimento, a proteção proporcionada evita o desenvolvimento de câncer de pele. De acordo com o Ministério da Saúde, esse é o tipo de câncer mais frequente no Brasil e representa cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país.
Opções para todos os gostos
Os protetores solares apresentam diferenças em relação às composições das fórmulas — podem ser físicos ou químicos, terem diferenças em relação ao FPS, à textura, entre outros. A principal diferença entre o protetor solar físico e o químico é a forma com que cada um reage na pele: o primeiro forma uma camada sobre a pele, refletindo a luz e impedindo que ela penetre na pele; já o segundo absorve a radiação e diminui os efeitos e os impactos.
O FPS (fator de proteção solar) indica a quantidade de tempo que o produto protege dos raios solares. Segundo o consenso de fotoproteção da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o fator de proteção solar mínimo recomendado é de 30, e que quanto maior o FPS, menos radiação passa para a pele e mais protegida ela está. A indicação pode variar de acordo com as necessidades individuais.
O mercado farmacêutico proporciona diversas texturas para os filtros solares, agradando diferentes preferências. "As apresentações vão levar, na maioria das vezes, os mesmos fotoprotetores, mas eles serão escolhidos de acordo com o tipo de pele e a área em que serão aplicados", argumenta a dermatologista Thais Buffo, assessora do Departamento de Oncologia Cutânea da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Texturas
O mais conhecido é o de textura líquida, que pode ser indicado para peles oleosas e com tendência a acne. O protetor cremoso tem uma textura mais densa, uma cobertura mais pesada e tem composições corporais, em sua maioria. O em spray exige um cuidado redobrado em sua aplicação, para que algumas áreas não fiquem sem o produto, e mais atenção ao ter contato direto no rosto para evitar irritações nos olhos e na boca. Um diferencial é sua facilidade de aplicação, alcançando as áreas do corpo de maneira ampla. Já o em bastão tende a ter uma aplicação prática, mais leve e ser resistente ao suor — uma boa opção para os praticantes de atividades físicas.
O protetor deve fazer parte da rotina diária dos cuidados faciais, do skincare, não podendo ser deixado de lado quando for feito o uso de maquiagens. O ideal é aplicá-lo após a limpeza da pele e antes de qualquer outro produto. Os protetores com cor são ideais para unirem proteção e beleza, proporcionando uma uniformidade ao tom de pele, e os em pó são associados ao pó compacto, resultando em uma alta cobertura.
E se engana quem acha que aplicação uma vez ao dia é suficiente. Segundo a médica dermatologista Regina Buffman, o tempo ideal de reaplicação do produto é a cada três horas, em média, e até antes, em caso de contato com a água ou grande sudorese. Para que o filtro comece a funcionar, é necessária uma aplicação de pelo menos 15 a 20 minutos antes da exposição solar, tanto o filtro facial quanto o corporal.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte