A chegada de um novo membro de quatro patas à família é sempre um momento especial. E, com ela, surge também a hora de decidir o nome, um passo importante na criação de uma nova identidade para o pet. Em algumas famílias, a escolha é um consenso; em outras, pode gerar debates acalorados ou até virar motivo de votação entre os membros.
Independentemente do processo, a escolha do nome é uma das etapas mais memoráveis da chegada do pet, simbolizando o início de uma nova fase de convivência e carinho. De acordo com uma pesquisa realizada pela PetLove em 2023, os nomes mais comuns para pets no Brasil incluem Mel, Luna e Nina para as fêmeas, enquanto Thor, Luke e Theo lideram entre os machos.
Esses nomes refletem tendências populares, mas há também aqueles tutores que preferem sair do comum e apostar na originalidade. Para essas pessoas, a inspiração pode vir de muitos lugares: de uma história de família, uma homenagem a uma pessoa querida, ou até mesmo de uma piada interna. O que importa é que o nome escolhido carrega significado e, muitas vezes, uma boa dose de criatividade e afeto.
Um desses exemplos é o do nome escolhido pela gerente de Tl Vanessa Dias, de 39 anos, que é tutora de uma pinscher chamada Docinho, de 4 anos. A pequena cachorrinha entrou para a família durante a pandemia, trazendo esperança e companhia em um momento difícil. "Queríamos um pet pequeno, fácil de cuidar e que fosse carinhoso. A ideia era que ela dormisse com minhas filhas no mesmo quarto ou até na mesma cama", relata Vanessa.
O nome Docinho foi escolhido como uma brincadeira, devido à fama que os cães da raça pinscher têm por serem estressados e, muitas vezes, de temperamento forte. "Decidimos chamá-la de Docinho para ver se o nome influenciava a personalidade dela", narra Vanessa.
Curiosamente, a ideia deu certo. Docinho, na maior parte do tempo, faz jus ao nome. "Ela é muito carinhosa com as meninas, não morde, e sempre que alguém chega, já pede carinho e adora ficar no colo", descreve Vanessa. No entanto, a tutora admite que nem tudo é tão doce assim. "Nos passeios, ela fica meio chata, late para qualquer coisa que se mova. Mas não ataca ninguém. É um doce meio chato às vezes, mas um doce", brinca.
Homenagens musicais
A estilista Talitha Oliveira, 39, é tutora de quatro cachorros, todos batizados com nomes de artistas e cantores que a família admira. A tradição começou com a border collie Latoya Jackson, 5 anos, a primeira a entrar para a família, recebendo o nome em homenagem à cantora e dançarina irmã do astro pop Michael Jackson.
"Quem escolheu o nome foi meu irmão mais velho. Quando adotamos a Latoya, tivemos a ideia de homenagear cantores que admiramos, especialmente artistas negros", conta Talitha. A estilista relembra que a paixão da família pela música, em especial pela cultura negra americana, foi o ponto de partida para a escolha.
"O Michael Jackson sempre foi uma referência artística lá em casa. Quando ela surgiu, por ser fêmea, acabou sendo a Latoya a homenageada, já que minha mãe sempre amou os Jacksons", relata. "Crescemos assistindo aos clipes deles e dançando passinhos."
Depois de Latoya, foi a vez de Fred, um shih tzu de 4 anos, entrar para o lar. Ele chegou à família com apenas 8 meses de vida, após ser abandonado pela antiga tutora. "Quando chegou, seu nome era Spike, mas eu não conseguia me acostumar. Acabava chamando ele de Skype sem querer", relembra, rindo da confusão.
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Decidida a mudar o nome do novo integrante, Talitha optou por uma homenagem ao lendário Freddie Mercury, vocalista da banda britânica Queen, mantendo a tradição familiar de dar aos cães nomes de grandes artistas.
A próxima a chegar foi Ciara, uma husky siberiana de 2 anos, batizada em homenagem à cantora americana Ciara Princess Harris. "A ideia veio do filme Se ela dança, eu danço. Uma das músicas de Ciara fazia parte da trilha sonora, e eu e minha irmã adorávamos assistir ao filme e ver os clipes na adolescência."
A mais recente adoção foi no ano passado, com a chegada de Bob Marley, um lhasa apso resgatado das ruas. "O antigo tutor dele simplesmente abriu o portão e o deixou ir. Os vizinhos viram e começaram a compartilhar a situação nos grupos, procurando alguém disposto a adotá-lo", relata.
Talitha e a irmã decidiram acolher o cãozinho, mas, ao encontrá-lo, perceberam que ele estava bastante maltratado. "Seu pelo estava todo embolado, parecia até dreads", lembra. Foi aí que surgiu o nome perfeito: Bob Marley, em homenagem ao ícone do reggae, famoso por seu cabelo cheio de dreadlocks.
Aventura literária
Escolher o nome de um pet para homenagear uma celebridade é algo comum, mas e quando o próprio pet se torna uma estrela por conta própria? Foi o que aconteceu com Faro Farofa, um cãozinho de 8 anos, que começou sua vida com um nome inspirado no apresentador Rodrigo Faro, mas acabou virando protagonista de um livro infantil.
Paulo Almeida, 42, professor e escritor, deu o nome ao seu cãozinho em 2016, logo após o nascimento do pet. "Na época, eu tinha uma colega de trabalho que era fã do Rodrigo Faro. Nós escrevíamos várias cartas para ele, e quando meu cachorro chegou, claro, o nome dele não poderia ser outro: Faro. Faro Farofa", relembra ele.
Nesse mesmo ano, o professor começou a se dedicar à escrita de livros infantis e criou a coleção Aventuras do Arthur (@aventurasdoarthur). Três anos depois, em 2020, durante a pandemia, ele escreveu o livro Cadê o abraço?, em que o protagonista é ninguém menos que o cãozinho Faro Farofa, ilustrado com as mesmas características da vida real.
"Na história, os personagens descobrem a importância do abraço, do amor ao próximo e da solidariedade. E o Farofa é o personagem principal dessa aventura", conta Paulo.
*Estagiária sob a supervisão de
Sibele Negromonte