Um espaço para relaxar, brincar, desenvolver-se e crescer. Na hora de planejar um quarto infantil, muitos aspectos devem ser levados em consideração. O primeiro deles é sempre a segurança. A área precisa ser livre de elementos que ofereçam perigo, as pontas dos móveis devem ser arredondadas ou suavizadas com protetores e nenhum objeto que seja um risco pode estar ao alcance dos pequenos.
Mas depois de considerar a segurança, a diversão e o conforto são as palavras de ordem. Arquiteta da ON Arquitetura, Luciana Canalli explica que gosta de criar projetos em que a criança consiga interagir e ter acesso a tudo no quarto, exercitando bastante a autonomia.
Considerando o início da infância, desde bebês de 1 ano até crianças de 7 anos, Luciana defende que o quarto seja um microssistema. Ter acesso aos brinquedos, contato com tapetes de mais de um tecido ou textura e diferentes cores são alguns dos elementos que ela incorpora em seus projetos.
E, embora acredite que, quando há a possibilidade, o ideal é que exista um cômodo específico para a brincadeira, a arquiteta entende que a limitação de espaço precisa ser considerada, principalmente na maioria dos seus projetos, feitos em apartamentos.
"Se tem muito espaço, eu recomendo um lugar que seja só para brincadeiras. Assim você consegue separar a área de lazer e descanso, e fica mais claro para a criança o que cada cômodo representa e o que está na hora de fazer", explica.
Mas como essa não é a realidade da maioria das pessoas, a arquiteta cria projetos que incluam brincadeira e descanso no mesmo espaço, delimitando as áreas e criando pequenos nichos.
Nesses projetos, é possível incluir paredes de escalada, piscinas de bolinhas e elementos que já sejam do gosto da criança, como espaço para pintura e desenho, mesas para brincar de massinha. Luciana acredita que incluir tanto brincadeiras corporais quanto as mais lúdicas, que envolvem as mãos e a criatividade, deve fazer parte do universo da criança e, consequentemente, do espaço em que ela passa a maior parte do tempo.
A arquiteta acrescenta a importância de pensar e escolher projetos versáteis, que possam funcionar a longo prazo. "É legal criar estruturas que vão se manter, para não refazer tudo a cada fase da infância, e mudar só objetos mais pontuais de decoração e de brinquedos", ensina.
Criar um quarto cheio de brincadeiras infantis não é o ideal, por exemplo, para aqueles que já se aproximam da pré-adolescência, Luciana acredita que é importante pensar a longo prazo e no custo-benefício na hora de criar os quartos dos filhos.
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Inspiração Montessori
A arquiteta Alessandra Moussa explica que nos quartos montessorianos, o ambiente é projetado para promover a autonomia e a liberdade da criança e todos os móveis e objetos essenciais devem ser escolhidos com base nesse princípio.
Dicas valiosas
Para ajudar as famílias a fazer essas adaptações, Alessandra Moussa faz algumas sugestões:
Para bebês
- Cama no chão: em vez de um berço, utiliza-se um colchão no chão para que o bebê tenha liberdade de subir e descer sozinho quando começar a engatinhar.
- Espelho na parede: posicionado na altura do bebê, permite que ele se observe, estimulando a autopercepção e os movimentos.
- Barra de apoio: uma barra fixada na parede, na altura da criança, para que ela se segure e desenvolva o equilíbrio ao começar a se levantar.
- Tapete ou tatame: uma superfície macia para o bebê explorar o ambiente, rolando ou engatinhando com segurança.
- Prateleiras ou estantes baixas: para que o bebê tenha fácil acesso a brinquedos e livros. Deve ser organizada com poucos itens, promovendo a escolha e a concentração.
Para crianças maiores
- Cama baixa: continuando com o conceito de cama acessível, uma cama baixa ou no chão promove a autonomia de subir e descer sozinha.
- Armário ou cabideiro baixo: móveis adaptados para que a criança escolha e organize suas próprias roupas, promovendo a independência.
- Prateleiras baixas: para livros, brinquedos e materiais de fácil acesso, organizados de forma simples para incentivar a concentração.
- Espaço para atividades: uma pequena mesa e cadeira, na altura da criança, para atividades como desenho, leitura e brincadeiras.
- Tapete ou almofadas: espaços confortáveis para brincadeiras no chão, que favoreçam o movimento e a exploração.
- Estante de atividades: organizada com jogos educativos e materiais de arte ou construção, ao alcance e ao gosto da criança, que possa escolher suas atividades