As principais causas relacionadas a esse processo incluem má higiene íntima, uso prolongado de roupas úmidas e apertadas, baixa ingestão de água, relações sexuais e retenção urinária — o hábito de segurar a urina por muito tempo. “Outros fatores incluem a presença de cálculos renais, dificuldade de esvaziamento completo da bexiga e alterações na flora bacteriana natural da região. Essas alterações podem ser desencadeadas pelo uso de sabonetes ou sprays perfumados na área genital, bem como duchas higiênicas”, acrescenta André.
Sintomas
Os sintomas mais comuns e característicos de infecção urinária incluem:
- Vontade constante de urinar, mesmo que em pequenas quantidades.
- Urina com odor forte ou aparência turva.
- Dor na região pélvica ou na parte inferior do abdômen.
- Em casos mais graves, febre e dor lombar podem indicar que a infecção alcançou os rins.
Diagnóstico
Após a manifestação dos sintomas, o diagnóstico de infecção urinária é confirmado por meio de exames laboratoriais. “Quando o paciente se apresenta no pronto-socorro, realizamos exames de sangue e de urina”, explica Felipe Machado. Um dos exames realizados é a urocultura. “Essa cultura de urina identifica precisamente qual bactéria está causando a infecção, e o resultado demora de três a cinco dias para ficar pronto”, acrescenta o urologista.
Nos casos em que os pacientes apresentam sintomas de infecção mais severa, como febre e dor lombar, é aconselhável também realizar exames de imagem, como ultrassonografia ou tomografia. “Esses exames são importantes para verificar a presença de complicações, como abscessos ou cálculos renais”, complementa Felipe.
Dada a natureza de rápida evolução da infecção, o diagnóstico deve ser precoce, e o tratamento, imediato. “Isso é fundamental para evitar complicações, como a progressão da infecção para os rins, que pode resultar em pielonefrite e, em casos extremos, em sepse, uma infecção generalizada”, conclui André Rezek.
Tratamento
Como a infecção urinária é causada por bactérias, o tratamento consiste em antibióticos, cuja prescrição varia conforme o tipo de bactéria identificada. Além disso, podem ser indicados medicamentos para alívio dos sintomas, como analgésicos e anti-inflamatórios. Os especialistas ressaltam a importância de seguir rigorosamente a prescrição médica dos antibióticos. “É crucial utilizar o antibiótico mais eficaz para a bactéria específica que está causando a infecção”, orienta Felipe. Outra recomendação importante durante o tratamento é completar o ciclo de antibióticos, mesmo que os sintomas melhorem e a infecção pareça ter sido eliminada.
Prevenção
A melhor forma de prevenir a infecção urinária é evitar os fatores que facilitam a entrada de bactérias no trato urinário e criar condições que inibam sua proliferação. Para isso, alguns cuidados e hábitos simples são essenciais:
- Beber bastante água para aumentar o fluxo urinário.
- Urinar e realizar a higiene íntima após as relações sexuais, removendo resíduos corporais próximos à uretra.
- Evitar segurar a urina por longos períodos.
- Optar por roupas mais soltas e, em ambientes como praias ou piscinas, evitar permanecer com roupas de banho molhadas por muito tempo.
- Utilizar papel higiênico sempre da frente para trás, evitando o contato de resíduos fecais com a vagina.
- Moderar o uso da ducha higiênica. Quando utilizada, deve-se direcionar o jato de água de cima para baixo, evitando contato direto com a uretra.
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Palavra do especialista
A infecção urinária é transmissível?
A infecção urinária não é considerada uma doença contagiosa do ponto de vista sexual. O que ocorre é que, após a relação sexual, a vagina da mulher pode sofrer microtraumas e lacerações, o que facilita a entrada de bactérias que já estão presentes em seu corpo na bexiga, especialmente devido à movimentação e ao aumento da pressão local. Por isso, algumas mulheres apresentam infecções urinárias recorrentes pós-coito, mas isso não significa que a bactéria foi transmitida durante a relação sexual; na verdade, a bactéria já está na vagina, e a relação sexual pode impulsioná-la para dentro do trato urinário. Por esse motivo, é recomendável que, após a relação sexual, a mulher se higienize, urine e tome um banho, a fim de reduzir o risco de infecção.
O que é a infecção urinária por repetição?
A infecção urinária por repetição é aquela que ocorre três ou mais vezes no último ano ou duas ou mais vezes nos últimos seis meses. Esse tipo de infecção não é raro e é mais comum entre mulheres, especialmente após a menopausa.
Por que a infecção urinária é tão comum em mulheres na menopausa?
A incidência de infecção urinária aumenta entre mulheres após a menopausa. Isso se deve à deficiência do estrogênio, um hormônio feminino, que causa o afinamento da mucosa e das paredes da uretra e da vagina. Essa alteração diminui a proteção contra bactérias. Para mulheres pós-menopausa, opções como reposição hormonal ou terapia a laser podem ajudar a melhorar a espessura e a qualidade da mucosa na parede da uretra.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte