Em sua quinta edição, o Brasília Trends Fashion Week mostrou, mais uma vez, que a capital tem uma cena de moda rica e diversa. O tema do evento foi Jardim das Esculturas, destacando a união entre moda e sustentabilidade.
Além dos desfiles de marcas locais e nacionais, o evento, que consolida a imagem de Brasília como Cidade Criativa do Design, título concedido pela Unesco em 2017, contou com palestras, mesas redondas, rodas de conversas, exposições com artistas locais 60 , música, tarde de autógrafos e eventos de networking para empresários e criadores. Entre os 25 desfiles, ocorridos no fim de semana passado, a Revista escolheu alguns dos estilistas brasilienses para contar um pouco sobre suas criações.
Excelência
Responsável pela Maison Louback Couture, a empresária e estilista Louback Jacobi, ressalta a importância de valorizar o trabalho de excelência feito na capital. "Temos aqui profissionais excelentes em todas as etapas da produção. Valorizando isso, garantimos que as peças sejam únicas e perfeitas. Com uma mão de obra de qualidade, bem remunerada e trabalhando com conforto, o resultado é um produto que é uma obra de arte", aposta.
Além da loja, localizada no Lago Sul, a Louback tem um ateliê onde são feitas peças sob medida. Para a estilista, um dos grandes diferenciais de seu trabalho é a qualidade dos tecidos e a exclusividade das estampas, criadas por ela e sua equipe. "É muito importante termos eventos de moda aqui. Eles mostram que somos mais do que política, e as marcas locais conhecem a elegância e a versatilidade das brasilienses", completa.
Autenticidade
Salomão Ferreti, criador da Ferretti Wear, apresentou uma coleção inspirada na beleza única do Cerrado e comenta que se deixou levar pela necessidade de resistir às imposições culturais que ameaçam a autenticidade candanga.
"Queremos celebrar nossas raízes e questionar as narrativas que, muitas vezes, apagam a riqueza da diversidade candanga como ponto de inspiração. As cores refletem essa essência, com tons que remetem ao Cerrado. As formas evocam a arquitetura do DF e os tecidos, a abundância do que produzimos", detalha.
Para o estilista, valorizar não somente a identidade brasiliense, mas também as marcas locais é essencial para fortalecer a economia regional e criar transformações culturais. Salomão defende que, ao usar a sua grife, as pessoas estão investindo também na identidade e na diversidade do país, sobretudo em Brasília.
Ele acredita que a força da moda brasiliense, com a qual se identifica, afinal, mesmo sendo pernambucano, vive no DF há 20 anos, tem uma estética única, que combina elementos urbanos e naturais. "O que torna a moda da capital verdadeiramente exclusiva é a forma como ela pode dialogar com a identidade local, utilizando tecidos e estilos que contam a história de Brasília e do Cerrado. Essa autenticidade é o que nos diferencia e nos torna especiais", completa.
Costura
O Instituto Criar Mulher Na Costura Sustentável, uma rede de empoderamento de mulheres por meio da moda e outros projetos, foi o responsável pelo desfile que encerrou o evento com a coleção Africanidades e Sustentabilidade.
Sarah Martins, uma das idealizadoras do desfile, comenta que a coleção foi inspirada na missão do instituto como uma rede de empreendedoras sociais que se unem em fortalecimento. "Através do nosso trabalho, podemos empoderar outras mulheres e impulsionar a economia criativa e solidária. A coleção Africanidades e Sustentabilidade, exibida nas passarelas, reflete esse propósito", acrescenta.
A criadora acredita que o evento uniu propósito e criatividade na passarela. "Uma experiência de empoderamento, inclusão e moda com alma sustentável", completa.
Outubro Rosa
O desfile Outubro Rosa foi criado com sete looks da Zinc e três da DazTrez, além de acessórios Zinc. Protagonizado por mulheres em tratamento de câncer de mama, é uma das maneiras de mostrar a essas mulheres a própria beleza e inspirar outras que passam pelo mesmo processo.
"Queremos mostrar a história de mulheres que estão vencendo essa luta e que é possível manter o amor-próprio e a autoestima dentro de nós. Somos lindas. E é importante lembrar disso", comenta Ângela Ferreira, idealizadora do projeto Fashion Inclusivo e criadora do Rosas do Cerrado.
Maquiadas, bem vestidas, penteadas e, o mais importante, confiantes. Foi assim que essas mulheres em tratamento oncológico desfilaram pela passarela, um lembrete de que a vida não acaba no diagnóstico.
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