Saúde & Bem-estar

Veja as formas de diagnóstico e tratamento do câncer de mama

Acompanhamento médico é essencial para a identificação precoce da doença

As mulheres precisam estar atenta aos sinais do câncer de mama e realizar exames periódicos (Imagem: Brunassaraiva | Shutterstock) -  (crédito: EdiCase)
As mulheres precisam estar atenta aos sinais do câncer de mama e realizar exames periódicos (Imagem: Brunassaraiva | Shutterstock) - (crédito: EdiCase)

O câncer de mama continua a ser uma das principais preocupações de saúde no Brasil, com o Instituto Nacional de Câncer (INCA) prevendo cerca de 73.610 novos casos em 2024. Somente no estado de São Paulo, a estimativa é de 20.470 diagnósticos, reforçando a urgência da conscientização sobre a doença e a importância do rastreamento precoce.

O Dr. Antônio Cavaleiro, coordenador médico do Centro de Oncologia e Hematologia do Hospital Santa Catarina – Paulista, destaca a relevância de se falar sobre o câncer de mama e as estratégias de prevenção. “É crucial que as mulheres estejam atentas aos sinais e realizem exames regularmente. O diagnóstico precoce pode salvar vidas”, afirma.

Importância das consultas de rotina

Antes dos 30 anos, a mulher deve ir ao ginecologista para o médico entender, a partir do histórico da paciente e da sua família, se ela apresenta algum risco maior de desenvolver câncer de mama e analisar a necessidade de realizar o rastreamento com exames de imagem antecipadamente. As mulheres com maior propensão para o câncer iniciam, então, uma série de ações relacionadas à detecção precoce da doença.

Caso não haja nenhum fator de risco adicional ou nódulo palpável, o recomendado é, até os 40 anos, apenas uma consulta com especialista a cada intervalo de 1 a 3 anos. Já a população jovem, de risco intermediário ou alto risco, necessita de rastreamento com exames de imagem, como a ressonância magnética e a mamografia, que têm alta sensibilidade e propiciam o diagnóstico precoce da doença.

Mulher realizando mamografia em hospital
A mamografia é o exame mais recomendado para a detecção precoce do câncer de mama (Imagem: Tyler Olson | Shutterstock)

Exames para diagnóstico do câncer de mama

O diagnóstico do câncer de mama frequentemente começa com o autoexame, em que a mulher deve estar atenta a qualquer alteração em suas mamas, como nódulos, mudanças na textura da pele ou secreção anormal. A mamografia é o exame mais recomendado para a detecção precoce. “O Ministério da Saúde sugere que mulheres a partir dos 50 anos realizem mamografias bianuais”, explica o Dr. Antônio Cavaleiro. Além disso, a ultrassonografia e a ressonância magnética são complementos importantes para uma avaliação mais detalhada, especialmente em mulheres com mamas densas.

Uma abordagem multidisciplinar é fundamental no diagnóstico e tratamento do câncer de mama. “Muitas vezes, a confirmação do diagnóstico vem por meio de biópsias, que podem ser feitas de forma minimamente invasiva. Quanto mais cedo o câncer for detectado, maiores são as chances de sucesso no tratamento”, ressalta o especialista.

Tipos de tratamento

Os tratamentos para o câncer de mama variam conforme o tipo e o estágio da doença. Eles podem incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapias-alvo. “Nos últimos anos, houve um avanço significativo nas opções terapêuticas, permitindo um tratamento mais individualizado. Muitas mulheres podem ser poupadas de quimioterapia, optando por terapias que se alinham mais com o perfil genético do tumor”, afirma Dr. Antônio Cavaleiro.

Além das terapias tradicionais, novas tecnologias estão revolucionando o tratamento do câncer de mama. O uso de medicamentos imunoterápicos e terapias genéticas, por exemplo, tem mostrado resultados promissores. “Essas abordagens são menos invasivas e muitas vezes apresentam menos efeitos colaterais, melhorando a qualidade de vida das pacientes”, explica o médico.

A cirurgia conservadora, que preserva a maior parte da mama, tem se tornado uma opção viável para muitas mulheres, dependendo das características do tumor. “É fundamental que as pacientes discutam todas as opções de tratamento com suas equipes médicas para tomarem decisões informadas”, enfatiza o Dr. Antônio Cavaleiro.

Mulher sendo abraçada pela mãe e pela filha
O apoio da família é fundamental após o diagnóstico da doença (Imagem: PeopleImages.com – Yuri A | Shutterstock)

Como a família pode ajudar

O apoio familiar é essencial para a paciente que enfrenta o diagnóstico de câncer de mama. “O impacto emocional do diagnóstico pode ser devastador, e ter uma rede de apoio sólida pode fazer toda a diferença na recuperação”, afirma o Dr. Antônio Cavaleiro. A família pode ajudar de várias maneiras, desde oferecer apoio emocional até auxiliar na logística dos tratamentos.

A comunicação aberta é fundamental. Os familiares devem incentivar a paciente a expressar seus medos e preocupações, promovendo um ambiente seguro e acolhedor. Participar das consultas médicas e estar informado sobre as opções de tratamento também podem ser um grande suporte, permitindo que a família atue como defensora da paciente.

Novas tecnologias no tratamento do câncer de mama

A evolução das terapias e o uso de tecnologias avançadas têm sido fundamentais na transformação do tratamento do câncer de mama. “Estamos cada vez mais integrando a inteligência artificial e a análise de big data no diagnóstico e no tratamento”, destaca o Dr. Antônio Cavaleiro. Essas tecnologias podem ajudar na interpretação de exames, na previsão de resposta a tratamentos e na identificação de novos alvos terapêuticos.

Além disso, a telemedicina está se tornando uma ferramenta valiosa, especialmente para pacientes que podem ter dificuldades de deslocamento. “A tecnologia permite que os pacientes tenham acesso a consultas e acompanhamento remoto, garantindo que eles recebam o suporte necessário sem precisar sair de casa”, completa o médico.

Em um cenário em que o câncer de mama é uma realidade cada vez mais presente, a mensagem que o Dr. Antônio Cavaleiro transmite é de otimismo. “O tratamento avançou significativamente. A maioria das mulheres pode contar com uma gama de opções que não existiam há uma década. É essencial que continuemos a promover a conscientização e o rastreamento, pois a detecção precoce realmente salva vidas.”

Por Dayane Martins 

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Redação EdiCase
postado em 09/10/2024 18:24
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