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Clima seco e calor extremo: como proteger seu pet durante a estiagem no DF

Durante os meses de seca intensa na cidade, é fundamental cuidar da saúde dos animais. Confira estratégias para aliviar o desconforto dos peludos.

Em tempos de seca severa e altas temperaturas no DF, cuidar da saúde deve ser prioridade. O calor extremo e a baixa umidade do ar podem representar sérios riscos à saúde, caso não sejam adotados os cuidados necessários. E não são apenas os humanos que sofrem com as condições climáticas: nossos companheiros de quatro patas também precisam de atenção especial.

"O aumento de temperatura e a baixa umidade do ar podem levar os pets à desidratação, ao ressecamento das vias aéreas, à queimadura das patas e, principalmente, à hipertermia", alerta a médica veterinária Paloma Santana. Ao longo dos meses de estiagem, todos os pets estão expostos a esse perigo, independentemente de idade, raça ou tamanho. 

Entretanto, alguns são mais vulneráveis, como os obesos, os idosos e os braquicefálicos — animais de focinho curto. "Cães e gatos trocam calor por meio da respiração. Nos braquicefálicos, essa passagem de ar e, consequentemente, o resfriamento corporal, é comprometida", detalha Paloma. Por isso, é essencial redobrar os cuidados com a exposição ao calor e à secura nesses casos.

Protegendo o pet

O principal cuidado é manter o pet hidratado. Água fresca e limpa deve estar sempre disponível. "É importante não deixar a água esquentar, pois isso pode desestimular o consumo", sugere Paloma. Em dias muito quentes, adicionar gelo ao pote de água ou utilizar bebedouros que mantêm a temperatura mais baixa pode ajudar. Segundo Simone, no caso dos gatos, que naturalmente bebem menos água, é recomendado oferecer alimentos úmidos. 

Os passeios ao ar livre também exigem atenção. "Deve-se optar por passear em horários com temperaturas mais amenas e levar sempre água fresca para oferecer durante a atividade", orienta a médica veterinária Simone Freitas. Em dias de calor extremo e baixa umidade, reduzir as atividades físicas e os passeios longos é a opção mais segura.

Arquivo pessoal - Em dias de muito calor, Ed e Snow procuram sombra e um local fresco para deitar.

Para garantir conforto nos dias de calor, ambientes com ar condicionado e umidificadores são ideais. Contudo, quando isso não for possível, existem algumas soluções alternativas interessantes. "Pode-se colocar tapetes gelados refrescantes próprios para pets, garrafas com água congelada ou blocos de gelo reciclável próximo ao local que habitualmente descansam", exemplifica Simone.

Mitos e dicas

Embora muitos tutores acreditem que tosar os cães no calor seja o ideal, isso nem sempre é recomendado. Os pelos funcionam como isolantes térmicos nos animais e são importantes reguladores de temperatura, pois evitam que o calor chegue até a pele. Além disso, eles ajudam a proteger a pele do bichinho da radiação solar, prevenindo queimaduras. 

Uma dica refrescante é preparar sorvetes caseiros para os pets, conforme explica Paloma. "Basta apenas bater iogurte natural com uma fruta no liquidificador ou processador e, em seguida, congelar. Depois de uma hora, está pronto para servir", ensina ela. Para fazer a receita, é importante verificar se o pet não tem alergia a algum dos ingredientes e se certificar de não utilizar frutas tóxicas aos pets. 

Por fim, o uso de protetor solar para pets pode ser uma medida preventiva importante, especialmente para animais de pele despigmentada ou clara. "A exposição prolongada ao sol pode levar a queimaduras. Além disso, os raios ultravioletas podem causar câncer de pele", finaliza Paloma. 

A estudante de marketing Victoria Kortbawi, 28 anos, é tutora da vira-lata Kira, de 3 anos, e dos gatinhos Ed, 6, e Snow, 5. Ela adota uma série de cuidados para garantir o bem-estar de seus pets diante do clima seco de Brasília e utiliza soluções criativas para mantê-los refrescados. "A Kira não gosta muito de água, então não conseguimos dar banho de mangueira. Em vez disso, usamos um pano úmido para passar nela e ajudar a refrescá-la", conta.

Fotos: Arquivo pessoal - A vira-lata Kira recebe todos os cuidados para enfrentar a seca do DF.

Victoria também evita sair com a cachorra em horários de muito sol e adia os passeios para a noite. "Nesse momento, o asfalto está mais fresquinho e não machuca as patinhas dela", afirma. Além disso, a estudante se preocupa em manter água sempre à disposição dos seus animais. "Com os gatos, é um pouco mais complicado, porque eles preferem água corrente. Por isso, compramos uma bacia grande e instalamos um motorzinho que simula uma cachoeira. Eles adoram", relata.

Outra estratégia para incentivar a hidratação dos felinos são as rações e os petiscos líquidos. "Dou patês para eles e também faço petiscos caseiros. Usamos água de frango ou de legumes, congelamos e oferecemos para eles beberem", finaliza Victoria.

Cuidado com a fumaça

O nevoeiro de fumaça, causado por incêndios, que cobriu o céu de Brasília nos últimos dias também pode representar riscos sérios para os pets. “Da mesma forma que a fumaça e a fuligem são irritantes para nós, os pets também podem apresentar irritações na pele e nos olhos”, afirma a médica veterinária Simone Freitas. Além do desconforto, a inalação de fumaça pode provocar problemas respiratórios, como bronquite e pneumonia, e em casos mais graves, intoxicação.

Os pets que passam mais tempo ao ar livre ou têm maior exposição à fumaça estão especialmente vulneráveis. Para protegê-los, o ideal é mantê-los dentro de casa o máximo possível. Mesmo assim, alguns cuidados são essenciais. “É importante umedecer o ambiente, lavar os olhos dos pets com soro fisiológico e, sempre que possível, deixá-los em locais onde o ar é filtrado, como quartos com ar-condicionado”, recomenda a veterinária Paloma Santana.

*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte

 

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