A novidade do momento, assim como quase tudo no cíclico mundo da moda, nada tem de novidade. A saia balonê se tornou um artigo de alta moda em 1950, pelas mãos de Christian Dior e Cristóbal Balenciaga. Na época, a modelagem era conhecida como "balloon skirt" ou saia balão. Atualmente, em inglês, ela é a bubble skirt, saia bolha, e no bom e velho português, é a nossa balonê.
Celebrando a silhueta, o modelo teve um revival poderoso nos anos 1980, com estilos mais irreverentes e volumosos, mas também em looks sofisticados em representantes de peso, como a eterna Lady Di.
A estética volumosa permite uma série de combinações e destaca a criatividade de quem aposta no modelo, que tem sido visto nas passarelas internacionais em diversos estilos, indo desde os mais elegantes até os mais despojados.
A consultora de imagem e estilo e personal stylist Tiara Mendes ressalta o aspecto inflado da saia, que, com seu formato arredondado e volumoso, a diferencia das outras e faz com que ela desperte diferentes reações: há quem ame e quem deteste a volta da tendência.
Mais comum com os comprimentos midi e mini, ela tem aparecido também em calças, vestidos, blusas e até nas mangas de algumas peças. Tiara explica que o comprimento ideal é aquele que fica melhor em cada pessoa, dependendo do formato do corpo e também do efeito desejado.
"Dependendo de como for usada, ela pode acabar achatando a silhueta. Para quem quer fugir disso, a mini é a melhor escolha. Quem resolver ousar e adaptar em calças e outras peças deve estar atento à sensação de aumento que o volume vai trazer para o corpo", ensina Tiara.
Para looks mais equilibrados, o efeito balonê pode ser combinado com peças ajustadas ao corpo. A monocromia do look ajuda na sensação de alongamento da silhueta, que casa bem com o volume.
Nas passarelas, está sendo muito usado em cores intensas e em tecidos mais rígidos, como tafetá e gabardine, que garantem um efeito bem estruturado e inflado. Bem chamativas, essas peças, segundo Tiara, comunicam jovialidade, expressividade e ousadia.
"Quem sou eu, ou qualquer consultor, para dizer quem pode ou não usar determinada peça ou tendência? Vai do que a pessoa quer mostrar de si. Quem é mais discreto ou não quer chamar atenção para o quadril, por exemplo, faz bem em evitar esse tipo de escolha", comenta.
Mas quem, mesmo tendo essas características, quiser tentar investir na balonê, pode optar pela modelagem nas mangas ou em cores discretas. Estilos mais lúdicos e expressivos, com silhuetas diferentes, estão aparecendo com frequência nas passarelas, e dentro do seu estilo, é possível incrementar o look com algumas das tendências.
Extravagância
A estilista, palestrante e, como gosta de se definir, disseminadora de boa informação de moda Joy Alano acredita que os looks mais extravagantes vêm como uma contrapartida ao quiet luxury, já que a moda se alimenta de movimentos opostos.
"O retorno triunfal e inquestionável da modelagem balonê é um contraponto à austeridade e à sobriedade propostas pela saia longa estilo coluna, por exemplo, que também tem sido amplamente vista nas ruas."
Embora não tenha aderido à tendência em seu próprio guarda-roupa, ela acredita que um dos pontos fortes da moda contemporânea é a liberdade para testar de tudo, sem se prender a regras.
"A saia balonê é uma peça maximalista, que se torna a protagonista de qualquer look. Coordene-a com camisas, regatas básicas, blusas mais importantes ou camisetas. A impressão do estilo pessoal dará o tom, e o que realmente importa é liberdade e diversão", acredita.
Outro ponto positivo que Joy destaca sobre a moda atual é que qualquer pessoa pode aderir à tendência que agrada. "Mais do que nunca, está em alta quebrar padrões e fugir de paradigmas. O que está fora de questão é simplesmente consumir por ser uma trend. Nada mais cafona e ultrapassado do que consumir por impulso ou para seguir tendências passageiras", acredita.
Ela explica que, embora a balonê amplie o formato dos quadris, cai muito bem com tops ajustados e pode ser incorporada em todos os tipos de corpo e estilos.
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