Frases simples ditas no cotidiano como “você conhece alguém para dar uma ‘olhada’ na minha avó?” ou “você poderia indicar alguém para cuidar da minha mãe?”, trazem escondidas uma confusão de conceitos e perspectivas do que seria a função de um cuidador.
Há quem acredite que qualquer um apto a fazer companhia ou um trabalho doméstico está qualificado a desempenhar uma função tão específica que demanda atributos especiais, tanto pessoais quanto técnicos. Entretanto, a função vai muito além de apenas presença.
Para ser um cuidador é necessário conhecer aspectos normativos e conceituais da profissão. O profissional deve ser devidamente treinado e capacitado, inclusive, seu psicológico para lidar com demandas especiais. O fisioterapeuta David Cordeiro, diretor da unidade Cuidare Brasil, em Arapiraca (AL), mostra a importância de contratar um cuidador de pessoas qualificado para a assistência.
Benefícios de um cuidador
Ao ter atenção especializada, há inúmeros benefícios, tanto para o assistindo quanto para os familiares. David Cordeiro explica que esses profissionais, com sua presença constante na rotina, garantem a segurança e permitem que o indivíduo tenha assistência específica adaptados às suas necessidades.
Um cuidador exerce papel importante, sobretudo na vida dos familiares. Saber que seu ente querido está sendo cuidado por alguém capacitado e atencioso reduz o estresse e a preocupação, permitindo que eles possam dedicar mais tempo a outras responsabilidades ou simplesmente descansar. A flexibilidade do profissional significa que eles podem estar presentes em horários variados, ajustando-se às necessidades específicas da família e do assistido, seja para cuidados diurnos, seja para noturnos.
Contratar uma pessoa qualificada traz uma série de vantagens que vão além do cuidado físico. Ela envolve uma abordagem que abrange o apoio emocional, a segurança e a adaptação às necessidades individuais, beneficiando o indivíduo e, consequentemente, seu entorno.
Mais qualidade de vida
Muito se fala sobre a qualidade de vida dos idosos. Como uma forma de aprimorar o bem-estar do necessitado, um especialista adequado pode auxiliar no processo de equilíbrio vital. David Cordeiro conta que um cuidador, dotado de técnicas e conhecimentos especializados, auxilia o assistido com suporte nas atividades diárias, como mobilidade, alimentação e higiene. Além disso, o profissional garante a boa administração dos medicamentos, para serem tomados nos horários corretos.
A interação regular com um cuidador pode melhorar significativamente o bem-estar do assistido, promovendo uma sensação de independência e dignidade. A socialização diária e o acompanhamento contínuo contribuem para o conforto geral, ajudando a prevenir sentimentos de isolamento e depressão. Saber que há alguém disponível para ajudá-lo em emergências ou simplesmente ter uma companhia também faz parte do tratamento.
Para além da companhia, o profissional estimula o indivíduo a realizar suas tarefas por conta própria quando possível, incentivando a independência. Eles facilitam visitas a amigos, familiares e eventos sociais, ajudando a manter conexões importantes e a combater doenças como ansiedade e a própria depressão. Por meio da companhia, escuta ativa e compreensão, o cuidador cria um ambiente acolhedor e seguro para o indivíduo.
Habilidades, desafios e superações
Apesar de ser uma profissão incomum, um cuidador profissional exige habilidades e conhecimentos específicos para tal área de atuação. É necessário ter um curso de cuidador de pessoas no currículo, além de ter conhecimento básico em primeiros socorros e técnicas de cuidado com a saúde. É preciso, também, responder às necessidades emocionais dos assistidos, os atendendo com empatia e paciência.
Mesmo com todas essas qualificações, os profissionais enfrentam diversos desafios ao longo de sua carreira. David Cordeiro destaca a carga emocional que é preciso lidar, como a perda de um auxiliado ou piora no estado de saúde. Além disso, a profissão demanda extremo esforço físico e gestão de tempo, pois precisa equilibrar várias responsabilidades, tanto pessoais quanto de quem está recebendo os cuidados.
Por Victoria Muzi
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