Saúde & Bem-estar

5 dicas para evitar a superproteção das crianças

Veja como transformar o excesso de cuidado em momentos prazerosos e positivos para os seus filhos

A superproteção pode prejudicar o desenvolvimento das crianças (Imagem: fizkes | Shutterstock) -  (crédito: EdiCase)
A superproteção pode prejudicar o desenvolvimento das crianças (Imagem: fizkes | Shutterstock) - (crédito: EdiCase)

Algumas frases são ditas com frequência por pais preocupados com os filhos, tais como: “ei, filho, não sobe aí, você vai se machucar!”, “cuidado, está escuro!”, “ele tem medo de altura”, “ele não gosta de pisar no chão, tem medo de bichos picarem seu pé.” No entanto, a superproteção, aliada à redução das experiências motoras e sociais, pode limitar o desenvolvimento das potencialidades da criança. 

O cérebro humano assimila as informações que recebe, e algumas delas são armazenadas e podem se transformar em crenças limitantes que podem acompanhar o indivíduo por toda a vida. Esses medos gerados pela superproteção podem resultar, no futuro, em inseguranças e falta de proatividade para explorar e conquistar os diversos mundos.

Por isso, é fundamental que os pais cuidem, encorajem, fortaleçam e estimulem experiências, oferecendo o apoio necessário para incentivar o desenvolvimento de habilidades motoras, cognitivas e socioemocionais.

Por isso, veja 5 dicas que podem ser aplicadas no dia a dia da família para ajudar a evitar a superproteção e garantir o bom desenvolvimento das crianças!

1. Acompanhamento no processo de aprender a andar

Quando a criança começa a dar os primeiros passos é um desafio incalculável por um adulto, e totalmente novo para a criança. Por isso, a presença dos pais ou responsáveis acompanhando de perto, mantendo-se numa altura que não a deixe “pendurada” ou excessivamente segurada, ajudará a criança a sentir que tem apoio, mas também autonomia. 

Se ela tropeçar ou cair, é importante entender que isso faz parte do aprendizado. Em vez de reagir com susto ou gritos, que podem assustá-la e desencorajá-la, o ideal é oferecer um acolhimento tranquilo, incentivando-a a tentar novamente. Essa abordagem promove resiliência e confiança no próprio corpo e estimula o continuar tentando.

2. Encorajamento durante os primeiros saltos

Quando a criança começa a dar pequenos saltos, isso indica que ela confia em sua competência motora e já tem certo domínio sobre o corpo. Esse é um momento crucial para o desenvolvimento da autoconfiança. 

Encorajá-la a pular, mesmo que inicialmente com algum receio, permite que ela experimente a satisfação de superar dificuldades e explorar suas capacidades motoras. Celebrar esses avanços, ainda que pareçam pequenos, reforça o desejo de enfrentar novos desafios, promovendo tanto o crescimento físico quanto o emocional. Além disso, esse processo é um excelente exercício de autonomia.

3. Estimular o contato com o chão em ambientes naturais

Brincar descalço em ambientes naturais, como grama, areia ou terra, oferece inúmeros benefícios. Além de fortalecer o sistema imunológico ao entrar em contato com diferentes texturas e microrganismos, essa prática auxilia no desenvolvimento do equilíbrio e da autoconfiança. 

O contato direto com o chão permite que a criança sinta diversos estímulos táteis, contribuindo para a propriocepção – a percepção do próprio corpo em relação ao espaço. Essa vivência também promove uma conexão natural com o meio ambiente, desenvolvendo o respeito e a valorização da natureza desde cedo.

Família cozinhando junta, os pais e duas filhas
É importante dedicar tempo de qualidade às crianças mesmo que nas tarefas do dia a dia (Imagem: fizkes | Shutterstock)

4. Ao invés de tela, ofereça tempo

O tempo é o bem mais valioso da humanidade, e dedicar tempo de qualidade ao outro revela cuidado, interesse e amor. Por isso, a relação familiar deve também ser pautada em momentos de valor, em que as experiências sejam vividas com presença e conexão genuínas, e não simplesmente encaixadas na rotina. Aproveite, por exemplo, o período da alimentação para brincar, cantar e encorajar a criança a experimentar novos sabores.

No banho, apresente as partes do corpo e explore brincadeiras que envolvem molhar o rosto, trabalhando o bloqueio respiratório de forma leve e divertida. Deite-se no colo da criança e convide-a a fazer cafuné em você; os pais costumam oferecer carinho, mas não tanto a recebê-lo – essa troca fortalece a conexão. Participe das aventuras de correr e andar descalço, e, ao invés de limitar, apresente um universo de descobertas e não tente mantê-lo escondido.

5. Que tal um banho de chuva?

Muitos pais e familiares evitam um banho de chuva por acreditarem que pode causar doenças respiratórias, como resfriados e até pneumonia. No entanto, essas doenças são causadas por vírus, e não pelo ato de se molhar na chuva. Mesmo que exista algum receio, permita-se viver essa experiência com a criança e se divirta correndo na chuva, celebrando a magia de se conectar com a natureza.

Depois, compartilhe as memórias com outros familiares, dando voz à criança para contar como foi a experiência. E caso você se mantenha inseguro, tome um banho quente e depois um chocolate com bolinho de chuva que a experiência será mais rica e duradoura na lembrança. 

Por Cristiano dos Santos

Formado em Educação Física, pós-graduado em Psicopedagogia, Inteligência Socioemocional e Educação Física Escolar. É mestrando em Educação, consultor educacional da Editora Movimenta e membro da Aliança Pela Infância. 

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Redação EdiCase
postado em 27/08/2024 15:02
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