Saúde & Bem-estar

8 dicas para se preparar para a fertilização in vitro

Veja como alguns cuidados são importantes para aumentar as chances de sucesso do tratamento

A fertilização in vitro é uma solução eficaz para muitos casos de infertilidade (Imagem: Marko Aliaksandr | Shutterstock) -  (crédito: EdiCase)
A fertilização in vitro é uma solução eficaz para muitos casos de infertilidade (Imagem: Marko Aliaksandr | Shutterstock) - (crédito: EdiCase)

Diversos casos de infertilidade podem ser tratados com a fertilização in vitro (FIV). Se o médico recomendou o método para o seu caso, é essencial aprender como se preparar para o procedimento, aumentando as probabilidades de sucesso. Para entender melhor essa preparação, o Dr. Rodrigo Rosa, especialista em Reprodução Humana e diretor clínico da clínica Mater Prime, em São Paulo, dá algumas dicas. Confira a seguir!

1. Exames antes do tratamento

Para que a FIV seja o tratamento de fertilização recomendado pelo médico especialista, inicialmente será necessário realizar diversos exames no casal. “Essa investigação completa deve envolver ambos e inclui uma série de protocolos clínicos como perfil imunológico, metabólico e hormonais, exames de secreção vaginal, avaliar a flora vaginal, espermograma e índice de fragmentação de DNA espermático. Outros exames complementares podem ser solicitados pelo especialista como para identificar ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis)”, diz o médico.

2. Recomendação

O especialista explica que os tratamentos de reprodução humana são recomendados em casos de alterações das tubas, endometriose profunda, idade avançada e casos de alterações importantes de sêmen que dificultam ou impedem a gravidez espontânea.

3. Medicação

Se o casal for encaminhado para um tratamento de FIV, a mulher precisará tomar determinadas medicações hormonais. “Os medicamentos hormonais servem para estimular o crescimento e recrutamento dos folículos existentes naquele ciclo menstrual no ovário. Com isso, há mais folículos crescendo e, na aspiração, maior número de óvulos coletados. O controle dessa estimulação é realizado por meio de ultrassonografia e também por exames de sangue, que colaboram na identificação do momento correto de fazer a coleta dos óvulos”, explica o Dr. Rodrigo Rosa.

4. Duração da FIV

A primeira fase é a de estímulo ovariano, coleta de óvulos e coleta de sêmen, com a união de ambos os gametas no laboratório e o desenvolvimento desses embriões. “Esse estágio dura entre 13 e 14 dias e os embriões se desenvolvem de três a cinco dias no laboratório”, explica.

Conforme o médico, a transferência do embrião pode ser feita no mesmo ciclo menstrual, o que ocorre em 10% dos casos apenas, ou um ciclo menstrual seguinte. “Nesses casos, os embriões são congelados, a mulher menstrua de novo, e a transferência de embrião é realizada de 17 a 20 dias após a menstruação. O tratamento como um todo demoraria entre 45 e 50 dias”, diz.

Ginecologista mostrando útero para mulher em computador
Durante o tratamento de FIV, atividades de impacto, excessos e estresse devem ser evitados (Imagem: Peakstock | Shutterstock)

5. Mudanças na rotina

 Em geral, a mulher não precisará de grandes mudanças na rotina durante o tratamento de FIV, no entanto, os especialistas recomendam que não sejam realizadas atividades de impacto, como corrida ou musculação, que podem provocar o aumento dos ovários e prejudicar o tratamento.

“No período também é recomendado que a mulher não cometa excessos, como consumo de álcool, tabaco ou medicações sem informar o médico especializado em reprodução humana. Mesmo o excesso de trabalho e ansiedade podem ser danosos neste momento, sendo importante evitá-los”, enfatiza o Dr. Rodrigo Rosa.

6. Mudanças na dieta

Com relação à dieta, em geral, o tratamento não exige grandes restrições, mas é recomendado seguir uma alimentação saudável e evitar ultraprocessados, segundo o médico. “Uma indicação é consumir entre 60 a 70 g de proteína diariamente; esse nutriente pode ser encontrado em carnes magras, peixes, favas, ovos e lentilhas. Comer alimentos ricos em cálcio também pode ajudar; eles estão em alimentos como iogurte, amêndoas, queijo e legumes como couve ou espinafre”, afirma o Dr. Rodrigo Rosa.

O médico também comenta sobre a importância de outros alimentos. “O folato, vitamina B9, presente em alimentos verde-escuros, também é importante; coma legumes, frutas, favas, ervilhas, lentilhas, castanhas e cereais. Pode ser sugerida a suplementação com a forma ativa dessa substância, que é o metilfolato. Além disso, a mulher deve ingerir uma quantidade adequada de água diariamente visando manter-se hidratada e nutrida”, conta.

7. Efeitos colaterais

A medicação ingerida durante o tratamento pode provocar alguns efeitos colaterais leves como inchaço e retenção de líquido, que somem logo após a menstruação e coleta de óvulos. “Ocorrências mais intensas como dor de cabeça, desconforto abdominal e mudanças de apetite ou humor estão associadas a casos de estimulação exagerada dos folículos, sendo importante comunicar o médico se ocorrerem. Os efeitos colaterais graves como trombose, sangramentos e infecções são raros, mas podem acontecer, o que exige um monitoramento contínuo do médico responsável”, diz o especialista.

8. Chances de sucesso

O Dr. Rodrigo Rosa explica que o sucesso é variável, de acordo com a idade da mulher e com o número de óvulos coletados, que depende da reserva ovariana (que é o estoque de óvulos) e da resposta ovariana ao estímulo. “A taxa de sucesso pode variar de 60% em mulheres até 35 anos e 10% por volta dos 43 anos. O tratamento pode ser repetido caso não haja sucesso na primeira tentativa”, finaliza o especialista.

Por Maria Claudia Amoroso

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

Redação EdiCase
postado em 22/08/2024 19:43
x