Em 15 de agosto é celebrado o “Dia da Gestante”, dedicado a reconhecer e valorizar a maternidade. A data também é um lembrete sobre os cuidados necessários durante a gravidez, seja ela planejada ou inesperada, e as suas campanhas ressaltam hábitos que podem ajudar a lidar com esse período de intensas mudanças.
“Tudo o que é feito durante a gestação proporciona que ela seja mais leve ou mais preocupante. Por isso, informação é essencial, já que permite a prevenção de complicações, levando a um processo mais saudável e tranquilo”, destaca Renata Lopes, ginecologista e obstetra da Maternidade São Luiz Star, da Rede D’or.
A seguir, a médica elenca 12 práticas para uma gestação saudável. Confira!
1. Se possível, consulte um médico antes de engravidar
A missão de gerar uma nova vida começa ainda no período das tentativas. De acordo com a especialista, uma das consultas mais importantes é a pré-concepcional, aquela em que a mulher avisa seu médico que planeja engravidar.
“Nesse momento, é muito importante que sejam realizados exames de rotina e outros específicos, de acordo com cada quadro clínico, para que o médico já promova saúde e as condições ideais para o desenvolvimento desse bebê”, afirma Renata Lopes. A especialista ainda menciona que é preciso, nesse período, “checar imunidade, tratar infecções silenciosas ou doenças pré-existentes, evitando complicações durante o processo gestacional”.
2. Invista em suplementação
A suplementação deve começar no processo de planejamento, conforme orientação médica, com ao menos três meses de antecedência das tentativas. “Para aqueles que não conseguiram planejar, a orientação é fazer a suplementação durante a gravidez, de forma mais rápida possível. Nunca é tarde para a informação salvar a gestação”, enfatiza a obstetra.
3. Estabeleça um estilo de vida saudável
Adotar hábitos saudáveis é essencial para ajudar a mãe a manter um peso ideal, auxiliando também na prevenção da pré-eclâmpsia, principal causa de morte materna, diabetes gestacional e outras doenças. Há ainda a preocupação com alimentos que apresentam maior risco para infecções congênitas, como a toxoplasmose, como saladas mal higienizadas ou gelo feito a partir de água não filtrada.
Por isso, uma alimentação equilibrada, rica em frutas, legumes, proteínas magras e grãos integrais, combinada com hidratação adequada, é fundamental. Recomenda-se, também, a prática regular de exercícios, como musculação, caminhadas e yoga, para controlar o ganho de peso e melhorar o humor, preparando o corpo para o momento do parto.
Ademais, o estresse causa um impacto significativo no binômio mãe-bebê, aumentando o risco de pré-eclâmpsia e prematuridade. Por isso, apoio psicológico é essencial para a gestante se sentir segura, além da adoção de medidas voltadas para bem-estar e relaxamento, como mudanças na rotina, espiritualidade, terapias e momentos de lazer.
4. Converse com o seu médico
Um dos principais tópicos das consultas de pré-natal é a gestante saber o que ela pode e não pode fazer, já que existem muitos mitos em torno desse tema. Os principais pontos de atenção envolvem bebidas, alimentos, medicamentos e cosméticos, que podem conter substâncias prejudiciais ao desenvolvimento do bebê.
“Dados mostram que 15% das grávidas ainda fazem uso de alguma quantidade de álcool durante a gestação. É importante destacar que a placenta não filtra o álcool e nenhuma quantidade é segura. Além dos exames, é importante repassar os pilares de estilo de vida e fazer ajustes. Na dúvida, consulte o seu médico”, orienta a especialista.
5. Faça o acompanhamento pré-natal
O pré-natal é essencial para monitorar a saúde da mãe e do bebê. Consultas regulares com o obstetra permitem a detecção precoce de possíveis complicações para ambos, como a pré-eclâmpsia e a diabetes gestacional. Além disso, proporcionam o acompanhamento do crescimento do bebê, evitando complicações tanto na gravidez quanto no parto.
6. Não se esqueça dos exames
Realizar os exames recomendados pelo médico durante a gestação é crucial para acompanhar o desenvolvimento do bebê e a saúde da mãe, além de proporcionar tratamento precoce de eventuais doenças. Entre os exames essenciais, estão: ultrassom morfológico; ecocardiograma fetal; hemograma; teste de glicemia; e o “teste do cotonete”, que visa checar a presença da bactéria Streptococcus, evitando infecção neonatal.
7. Cuide da saúde mental
Cuidar da saúde mental e emocional é tão importante quanto cuidar da saúde física. “A gestação é um período de muitas mudanças emocionais. Praticar atividades relaxantes e manter um bom círculo de apoio podem fazer toda a diferença para o bem-estar da mãe e, por consequência, do bebê”, enfatiza Renata Lopes. Como já destacado, uma das principais complicações durante a gestação é a pré-eclâmpsia, relacionada com o aumento da pressão arterial.
8. Durma bem
A grávida que dorme mal desregula a produção de cortisol e melatonina, o que aumenta a incidência de complicações. Há muitas medidas que podem ser tomadas para ajudar e melhorar a qualidade do sono, como criar um ambiente tranquilo, higiene do sono, posições confortáveis, entre outras.
9. Mantenha a vacinação em dia
Manter as vacinas atualizadas é fundamental para proteger a saúde da mãe e do bebê. Recomendam-se especialmente alguns imunizantes como gripe, hepatite B e coqueluche, principalmente em momentos de surtos. O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza os principais imunizantes de forma gratuita, basta procurar uma unidade básica de saúde próxima ao seu domicílio.
“As vacinas auxiliam na formação de anticorpos que serão passados para o bebê por meio da placenta, protegendo-o principalmente nos primeiros meses de vida”, explica Renata Lopes. Mas atenção: algumas vacinas não podem ser aplicadas durante a gestação; por tal razão, a fase de planejamento é tão importante.
10. Conte com uma rede de apoio
O processo gestacional e o pós-parto/puerpério são cercados por expectativas e desafios. Por isso, contar com o apoio de familiares e amigos também é importante para uma gestação tranquila. “Quando o bebê nasce, há uma mudança brusca na rotina. Tendo apoio para atividades secundárias, a mãe consegue se dedicar melhor aos cuidados com o bebê e se sentir menos sobrecarregada. Além disso, estar perto de quem se ama também é essencial para a saúde mental”, aconselha a obstetra.
11. Crie um plano de parto
Saber as diferenças entre parto normal e cesárea, entender os prós e contras de cada tipo e avaliar as opções de analgesia são ações essenciais para esclarecer mitos e dissolver medos infundados. Nesse processo, a obstetra destaca a importância do plano de parto, documento em que a mulher repassa todos os itens junto ao médico, tirando dúvidas e definindo suas preferências para direcionar a equipe médica no dia do nascimento.
“Com essas informações, a gestante vai muito mais segura para o momento do parto. Vale citar que 20% das mulheres em trabalho de parto evoluem para uma cesariana, mas, com informação, elas não se sentirão frustradas ou desrespeitadas, e sim mais seguras e confiantes na assistência prestada”, enfatiza a profissional.
12. Escolha a maternidade
A escolha da maternidade é um passo fundamental para garantir uma experiência de parto segura e tranquila. A gestante deve visitar a maternidade previamente, conhecer as instalações e se informar sobre a equipe médica.
“É importante checar questões de estrutura e acolhimento. Por exemplo, se a maternidade oferece uma boa infraestrutura e espaço físico, se possui equipe especializada e alinhada às melhores práticas, se está preparada para emergências e conta com suporte neonatal, se apoia a amamentação e respeita o plano de parto”, finaliza a ginecologista Renata Lopes.
Por Samara Meni
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br