As doenças cardíacas não são exclusivas dos seres humanos e podem também afetar os animais de estimação, comprometendo significativamente a saúde deles. Por isso, é importante que os tutores compreendam os tipos mais comuns dessas condições, pois facilita a identificação precoce e permite que os pets recebam o tratamento adequado quanto antes.
A seguir, a médica-veterinária Juliana Germano, do Pet de TODOS, explica quais são as doenças cardíacas mais comuns e os cuidados que devem ser adotados. Confira!
1. Insuficiência Cardíaca Congestiva (ICC)
De maneira geral, a insuficiência cardíaca congestiva se caracteriza pela perda de capacidade do coração bombear a quantidade necessária de sangue para a realização plena das atividades do organismo do pet.
“Essa doença costuma formar edemas, principalmente nas pernas. Quando ocorre nos pulmões, os principais sintomas são o cansaço e a tosse. Outro sinal da enfermidade é o surgimento da ascite – que se caracteriza pelo acúmulo de líquido na cavidade abdominal”, explica Juliana Germano. O tratamento dessa doença baseia-se no acompanhamento e administração de medicamentos.
2. Cardiomiopatias dilatada e hipertrófica
Essa enfermidade se caracteriza pelo engrossamento (dilatada) ou afinamento do músculo cardíaco – miocárdio – dos pets, causando o enfraquecimento e dificultando a contração desse músculo. Em casos mais graves, pode levar à insuficiência cardíaca.
“A cardiomiopatia pode acometer cães e gatos. Cães de raças grandes, como dogue alemão e labrador, estão mais sujeitas à forma dilatada. No caso dos felinos, a doença aparece na forma hipertrófica, sendo as raças maine coon e persa as mais suscetíveis”, explica a médica-veterinária.
3. Valvulopatias
Essa enfermidade é mais comum em cães, principalmente os de pequeno porte, como pinscher, maltês, yorkshire e poodle. “Essas doenças são diagnosticadas nas consultas de rotina como ‘sopro’ e são caracterizadas por falhas anatômicas nas valvas, que alteram o fluxo na passagem de sangue, podendo, em casos graves, levar à insuficiência cardíaca ou outras complicações”, diz a profissional. Nesses casos, o tratamento consiste na administração de medicamentos, que melhoram o funcionamento do coração e reduzem os sintomas.
4. Dirofilariose
Caracterizada pela presença de parasitas, segundo a médica-veterinária, essa doença pode afetar a função do coração dos animais. “É ocasionada por um parasita chamado ‘verme do coração’, que se aloja dentro do coração do pet, comprometendo, na maioria dos casos, o funcionamento cardíaco do animal, podendo acometer cães e gatos”, comenta.
A profissional salienta que essa enfermidade é transmitida por picada de mosquito, sendo mais comum em cidades litorâneas, onde há maior incidência dos insetos transmissores. O tratamento mais comum é a administração de medicamentos.
Cuidado com a alimentação
Segundo a veterinária, as doenças cardiovasculares em pets não estão associadas à alimentação, como ocorre com os seres humanos. Elas, geralmente, estão associadas a idade e a raça dos animais. Mas a prática de cuidados gerais como medidas preventivas são essenciais para evitar que eles fiquem doentes.
“Vale ressaltar que uma alimentação adequada, exercícios regulares e check-ups anuais são medidas preventivas, que vão trazer uma longevidade e qualidade de vida aos pets”, completa Juliana Germano.
Cuidados comuns para todas as raças
Segundo a veterinária, algumas raças específicas estão mais suscetíveis a doenças cardíacas. No entanto, os cuidados com o coração dos pets devem ser comuns para todos os animais. “Não podemos nos apegar às regras. A verdade é que todos os cães e gatos são susceptíveis a alterações cardíacas, incluindo a hipertensão arterial. Portanto, as visitas regulares e os exames de check-up são extremamente importantes para todas as raças de pets“, complementa.
O diagnóstico precoce aumenta as chances de sucesso no tratamento dessas doenças, principalmente por serem consideradas silenciosas. “Sem a frequência nas visitas ao veterinário, as doenças cardíacas são diagnosticadas tardiamente, pois são notadas pelos tutores somente quando o animal já está apresentando os sintomas, como tosse frequente, cansaço, sonolência, falta de ar, alterações na coloração de língua e mucosas, o que pode dificultar o tratamento”, salienta.
Juliana Germano alerta também que, no caso dos felinos, a atenção dos tutores deve ser dobrada. “Em felinos, as doenças cardíacas aparecem de forma ainda mais silenciosa do que nos cachorros. Por isso, muitas vezes, elas são detectadas tardiamente e com um prognóstico negativo, ou seja, com poucas chances de tratamento”, explica.
Tratamento cardiovascular para pets
Conforme explica Juliana Germano, as doenças cardíacas em animais de estimação, normalmente, são tratadas em conjunto com um cardiologista, que avalia a necessidade da administração de medicamentos e outros procedimentos para o tratamento conforme a necessidade de cada paciente.
Por Aline Bonholi Barbosa
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