Acompanhar tendências através do tempo sempre foi uma realidade presente na rotina da Revista. Escrever sobre temas em alta, sobretudo no universo fashionista, é uma busca diária para aqueles que carregam a responsabilidade de informar o leitor. Em maio de 2005, na edição de número 1, a editoria de moda não existia, já que o novo produto estava sendo, ainda, elaborado. No entanto, logo de cara, a matéria mais importante não estava distante desse mundo. Isso porque uma entrevista com a modelo Gisele Bündchen deu rosto para a primeira de muitas capas ao longo desses anos.
À época, Gisele tinha apenas 24 anos e ainda era namorada do ator Leonardo DiCaprio. O Correio conseguiu entrevistá-la em São Paulo, quando ela gravava um comercial para produtos de beleza. O texto escrito por Graziela Urquiza Mendes contou detalhes sobre os primeiros passos da supermodelo até as passarelas. O cachê, naquele ano, era o maior na história da moda. O mundo de Gisele, que dava título à matéria, revelava os planos e sonhos da maior estrela brasileira em 2005.
A busca pela maternidade, o desejo matrimonial e a vontade de construir um império. Tudo isso, olhando para trás, foi muito bem conquistado. Mãe de dois filhos, foi casada com o jogador de futebol americano Tom Brady, de 2009 a 2022. Ainda que estivesse só no início da carreira, Gisele era referência para muitas modelos que estavam se encontrando nas passarelas. "Sinto-me lisonjeada. Acho que, quando a modelo está começando, ela não sabe muito bem como fazer as coisas. Isso é normal. Por isso é bom ter alguém para se inspirar", disse.
Edição 100
Traçando a linha cronológica da Revista, depois da honra de entrevistar Gisele Bündchen, a edição de número 100 foi escrita por Daniela Hass. Dessa vez, a editoria de moda já fazia parte da grade semanal do Correio. A matéria falava sobre o inverno e a alta dos cintos, que realçavam a cintura e faziam parte de diversos looks.
Naquela época, os cintos eram tidos como os acessórios da vez, que estavam chegando para fazer parte do visual com as calças de cintura baixa, outra peça que era febre, segundo a edição publicada em abril de 2007. De acordo com a reportagem, o item era fundamental para as mulheres que buscavam um toque mais especial na própria estética, sobretudo quando usado com roupas largas, já que o frio era uma realidade naquele momento.
Histórias se misturam
E se o assunto é moda, a Revista sabe bem como compor vários looks em prol de uma data. Por aqui, vários editoriais ao longo de todos esses anos fizeram parte de várias celebrações. Há quem diga que as múltiplas edições se misturam com a história da capital do país. Afinal, as vidas contadas e as emoções sentidas também foram ilustradas por meio das roupas escolhidas.
Os 62 anos da cidade, por exemplo, foram homenageados em um editorial que contou com nomes e marcas nascidos no quadradinho. O céu mais bonito do país, a arquitetura que faz inveja a qualquer lugar e os pontos que fazem todos os turistas se apaixonarem. No fundo de cada foto, o Museu da República e a Biblioteca Nacional.
Produzido pela então estagiária Caroline Marcusse e pela repórter Giovanna Fischborn, o editorial teve o Distrito Federal como fonte de inspiração, provando que, mais que escrever e criar, a Revista também é fundamental na disseminação de novas marcas e nomes voltados ao mundo da moda.
Revista no esporte
O auge do esporte, todo mundo sabe qual é: Copa do Mundo. Em 2022, ano em que a polarização política alcançava vários indivíduos ao redor do Brasil, o maior torneio mundial de seleções acontecia. Em meio aos debates ideológicos, o orgulho em reutilizar a camisa da Seleção Brasileira voltou.
Mais que isso, a crença de que dias melhores estavam por vir. O hexa não veio, mas o privilégio em ressaltar a estética do país renasceu. Bar, chinelo no pé, mesas de plástico e sorriso no rosto. Elementos que foram contados pela Revista em um editorial para lá de bonito.
Rock, bebê!
Sim, a Revista também faz parte da música de Brasília. Em 2023, ao lado do Capital Moto Week, maior festival de motos e rock da América Latina, uma produção punk e despojada nasceu. Muito couro, bracelete e a liberdade de usar as roupas da melhor maneira possível. Representando, o que para muitos, é um estilo de vida.
De cenário, vários motoqueiros e amigos reunidos em um só espaço. Esse estilo rock'n roll se dá, também, por um viés cultural presente em Brasília há mais de duas décadas. Por isso, a decisão de colocar em prática uma vertente que é tão importante e crucial na história musical da capital do país.
Velhinho Noel
Sair do tradicional e mostrar a realidade em sua essência sempre foi uma das bandeiras da Revista do Correio. Ir a fundo em cada detalhe e descobrir, por menor que seja, o que compõe as excentricidades de cada pessoa. Em dezembro, todo mundo sabe, época de Natal e família reunida.
Aquela roupa tradicional focada no vermelho, com o gorro na cabeça, dá para ver de longe. Ainda assim, o editorial proposto pela Revista tinha uma ideia um tanto quanto diferente. Mostrar esse símbolo natalino por outra ótica. Com isso, um editorial de moda para o bom velhinho surgiu em dezembro de 2022, focado no jeans e na simplicidade de quem faz muita gente feliz nos finais de ano.
O presente da Revista
Mais de 19 anos depois, não foi só a moda que mudou. O mundo e a vida como conhecemos também. A influência da internet e da tecnologia sobre o fashionismo, a pandemia, que apareceu no início de 2020. Para Luiza Rodrigues, especialista em moda, esses fatores, certamente, tiveram um grande impacto na indústria. Este ano, por exemplo, as tendências estão diferentes de períodos anteriores.
"Em 2024, teremos a volta do maximalismo na moda. Na pandemia, vivemos uma limpeza, que é essa mistura de cores, texturas, brilhos, estampas, tudo muito brilhante. Muitos se diferenciaram da massa. 2023 foi o ano do quite luxury, só peças contemporâneas, neutras, básicas e elegantes. Mas a moda mudou de novo, e teremos looks com mais personalidade e criatividade. Vermelho, que é ponto focal, não passa batido em lugar nenhum e, ainda, manda a mensagem de energia, desejo, paixão. Vai ser a cor de 2024", detalha a especialista.
Apesar do que existiu antes e do que vai surgir depois, há uma certeza: a Revista estará presente em cada fase. Porque, até aqui, ela se fez presente, ilustrando e contando a importância de cada ciclo e tendência.