Viajar, conhecer novas culturas, lugares, pessoas, novas gastronomias e viver experiências enriquecedoras. Uma viagem vai muito além de um simples passeio, sendo um convite para o autoconhecimento, apreço da própria companhia e até mesmo, uma mudança de vida diante de todos os momentos vividos de forma solo.
Para as mulheres, no entanto, nem tudo são flores, e os desafios e perigos, podem ser inúmeros. Se perder, ser vítima de um assalto, e outros perigos maiores como ser vítima de sequestro, assédio e estupro. Diante dos inúmeros perigos, uma iniciativa que veio como solução tem ganhado força e conquistando mulheres no mundo todo. Os grupos de viagem exclusivos para mulheres. Esses grupos unem mulheres que têm um objetivo em comum: explorar o mundo.
Bruna Faria, de 31 anos e Camila Faria, de 33 anos, são irmãs e compartilham um canal de viagens com mais de 500 mil seguidores e a paixão por explorar o mundo, conhecendo novas culturas e vivendo novas experiências. Experientes quando o assunto é viagem, as irmãs já realizaram intercâmbios no período escolar e na vida adulta, além de já terem passado diversas temporadas morando fora do Brasil.
Compartilhando as experiências e perrengues das viagens, as irmãs inspiram as seguidoras a fazerem o mesmo, explorar o novo, seja lugares, culturas e experiências. Depois de muitos pedidos, Bruna e Camila tiveram a ideia de abrir grupos de viagens focado em mulheres. “Elas assistiam nossas histórias de viagem, mochilão pela América do Sul sozinha e até mesmo intercâmbios e expressavam através de comentários em nossos vídeos que gostariam de fazer o mesmo, mas tinham medo, não tinham companhia ou experiência”, explica Camila Faria, Ceo da Must Share Trips.
“Observamos aí uma oportunidade de serviço no mundo de viagens, já que nós mesmas não conhecíamos nenhuma empresa com uma proposta focada em mulheres”, pontua a influenciadora e empresária, que ao lado da irmã e sócia Bruna Faria buscam oferecer experiências e não um simples roteiro ou serviço. “Os destinos escolhidos são destinos que fizeram diferença na nossa vida pessoal. Sempre escolhemos lugares que já fomos, conhecemos muito bem e amamos. O roteiro é todo organizado pensando em proporcionar muito mais que apenas uma viagem de turismo, mas uma experiência única de conexão com si mesmo e outras pessoas”, explica Bruna.
Um ponto abordado frequentemente pelas irmãs nos conteúdos publicados nas plataformas digitais, são as novas experiências que cada viagem proporciona, seja em um âmbito físico, de conhecimento e até mesmo, emocional e psicológico. “Os principais benefícios que vejo é aumento da autoconfiança, autoestima e até uma percepção mais positiva sobre elas mesmas. Fazer algo novo, fazer algo que não imaginava que fosse capaz como pegar a primeira onda, pegar um avião pela primeira vez, viajar sozinha pela primeira vez, conseguir se comunicar em outro idioma, fazer amigos etc. Isso tudo faz com que a pessoa se sinta capaz, se sinta mais preparada para lidar com futuras adversidades e frustrações em outros âmbitos profissional e pessoal”, comenta Bruna.
Jessica Monteiro, tem 31 anos e atua como gerente de operações e já viveu a experiência de viajar sozinha. “Minha primeira viagem sozinha (também a primeira de avião) foi das grandes, atravessando um oceano para um intercâmbio na Irlanda. Eu sentia um misto de medo em pensar como eu me viraria sozinha em outro país que fala uma língua que eu nem falava na época? Mas também sentia um friozinho na barriga, borboletas no estômago, igual de quando estamos apaixonados. Porque eu acho que era isso, eu estava apaixonada pela ideia de viver o novo, de me conhecer de novo”, compartilha a jovem.
Apesar de amar a própria companhia, a jovem relata que às vezes sente falta de companhia para dividir a alegria de explorar e compartilhar sentimentos e por isso, os grupos de viagem femininos são ótimos. “Aquele sentimento de ter alguém que viveu tudo que você também viveu naquele lugar. É o famoso clichê de alegria compartilhada é alegria redobrada”, compartilha Jessica.
Camila Faria, do Must Share Trips, conta que recebe todos os tipos de mulheres que tenham mais de 18 anos. “A ideia é realmente sair da zona de conforto, a experiência começa desde pegar um voo internacional para um destino que jamais imaginou ir, fazer aulas de surf pela primeira vez, escalar um vulcão, participar de uma sessão de terapia em grupo com pessoas que acabaram de se conhecer. Com o passar do dia, elas vão se superando juntas, compartilham experiências e criam um laço que vai além do grupo”, diz a empresária.
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Contato com a natureza e benefícios psicológicos
Da vontade de compartilhar experiências enriquecedoras e transformadoras conquistadas através de viagens, surgiu o Vivenzia, idealizado por Bruna Medeiros, de 24 anos e Mariana Fernandes, de 34 anos. A iniciativa tem como intuito promover viagens em grupo para mulheres, oferecendo muito mais que roteiros turísticos: uma profunda conexão com a natureza e o autoconhecimento.
Antes de criarem o Vivenzia, Bruna e Mariana já eram viajantes solo. Bruna começou a viajar em 2021, após o término de um relacionamento conturbado, enquanto Mariana estava completando um projeto pessoal de conhecer todos os estados brasileiros. Durante uma viagem juntas, tiveram a ideia de unir mais mulheres em torno do propósito de autoconhecimento, natureza e conexão.
“Viajar solo é um misto de emoções e aprendizados, é algo muito poderoso. Pensamos em compartilhar com outras mulheres a oportunidade de vivenciar esses momentos únicos, para que elas pudessem sentir a força da mulher em conjunto e se abrir para novas oportunidades. Quando pensamos em unir mulheres em uma experiência, pensamos no poder que o afeto tem.” explica Bruna Medeiros, influenciadora e empresária à frente da Vivenzia.
Ver essa foto no InstagramUma publicação compartilhada por VIVENZIA • Viagens & Vivências com propósito (@vivenziaroad)
Diferente de uma agência de viagens comum, o Vivenzia foca na conexão com a natureza e na criação de laços afetivos entre as participantes. As viagens, guiadas por Bruna e Mariana, são calorosas e pessoais. “O nosso propósito maior é a transformação. Quando pensamos nos destinos, escolhemos lugares que são muito especiais para nós e que fizeram parte de algum momento importante da nossa vida, e é isso que oferecemos: além de conexão com a natureza, conexão também com a cultura local, com as histórias de outras pessoas e além de tudo, a experiência transformadora que elas podem viver consigo mesmas”, conta Mariana Fernandes, também idealizadora do Vivenzia.
Os destinos de viagens promovidas pela dupla sempre têm um ponto em comum, a natureza, seja na Bahia, em Caraíva, na Amazônia e até mesmo perto da capital federal, na Chapada dos Veadeiros, e incluem atividades que facilitam a conexão entre as participantes. A programação conta com práticas de yoga, atividades de autoconhecimento, rodas de conversa ao redor da fogueira e momentos simbólicos, como queimar medos ou sentimentos no fogo. As viagens também incluem momentos de lazer, como assistir ao pôr do sol e sair para barzinhos.
A Chapada dos Veadeiros, com sua energia mágica, é um dos destinos preferidos, escolhido por sua capacidade de proporcionar experiências transformadoras e as participantes relatam inúmeros benefícios emocionais e psicológicos após as viagens. “Temos feedbacks de mulheres que tiveram coragem para terminar relacionamentos tóxicos, que passaram a valorizar mais o contato com a natureza, e que se sentiram encorajadas a viajar sozinhas,” compartilha Bruna.
“Acredito que é esse o diferencial: essa relação próxima de contato e de troca que a gente estabelece. Além disso, a energia que a Chapada dos Veadeiros tem é inexplicável. Impossível não ficar tocado com a magia daquele lugar”, conta Bruna.
Uma das histórias mais marcantes que já passaram no grupo é a de Juliana, de Santa Catarina. Durante uma das expedições do Vivenzia, Juliana decidiu viajar sozinha até o Ushuaia de carro, em busca de seu propósito de vida. Poucos meses após a viagem, ela pediu demissão, se organizou financeiramente e realizou a viagem, passando pelo Uruguai, Chile e Argentina. “Ela já está de volta, radiante, compartilhando suas novas experiências conosco. Estamos muito felizes com o impacto do projeto Vivenzia na vida de mulheres como a Ju,” celebra Mariana.