Cuidados especiais, em uma época que demanda atenção. No período da seca, é normal que os humanos sigam determinadas recomendações para manter a saúde em dia. Em relação aos pets, não é diferente. Muito pelo contrário, é fundamental que os tutores estejam atentos a essas mudanças climáticas, para que os bichos não sofram e permaneçam com um ótimo bem-estar.
Segundo Tainã Vaz, veterinário do Hospital Veterinário Star VET, existem algumas orientações fundamentais para que a qualidade de vida do animal seja preservada neste período de seca. "Primeiramente, mantenha sempre água fresca e limpa disponível para seu animal. Trocar a água várias vezes ao dia ajuda a deixá-la fresca e atrativa para o consumo. Além disso, procure oferecer alimentos úmidos, como rações enlatadas, que ajudam a aumentar a ingestão de líquidos. Lembrando semprew de oferecer água filtrada", ensina.
Outro fator importante é a necessidade de criar um ambiente confortável e fresco para o pet, com acesso a sombras e, se possível, sempre utilizando ventiladores ou ar-condicionado. Tudo isso para que o animal tenha onde se abrigar em dias de calor excessivo, buscando áreas ventiladas e sombreadas.
Para incentivar a hidratação, o tutor pode usar fontes de água, que são mais atrativas para muitos animais, principalmente gatos. "Adicionar cubos de gelo na água ou saborizá-la levemente com caldo de carne ou frango sem tempero também pode ajudar. Distribuir potes de água em vários locais da casa facilita o acesso e incentiva a ingestão. Uma dica é bater frutas com iogurte natural e integral e congelar, como se fosse picolé. Pode ser feito também com pedaços de carne", acrescenta Tainã.
Amor e atenção
Uma relação que começou desde a infância. Isabela Sobrinho, 20 anos, é tutora da shitszu Loli. Em casa, a família é apaixonada pela cadela e mantém todos os cuidados necessários em eventuais mudanças climáticas. Na seca, claro, essa realidade não se modifica. Por isso, tem o costume de colocar gelo na água da animal, trocando com constância para mantê-la gelada e fresca.
"Também sempre tem algum ventilador ligado, por sempre ter alguém em casa com ela. A seca piora um pouco o probleminha de pele dela, então temos que dar um pouco mais de atenção. Além disso, ela não passa nenhuma dificuldade", completa a jovem. O que facilita todo o processo neste período é a boa vontade de Loli, que sempre teve hábito de beber bastante água em qualquer época.
No entanto, essa razão também faz com que os familiares fiquem em alerta, para que o líquido seja oferecido em vários cômodos da casa com alguns cubos de gelo no recipiente. No que diz respeito aos passeios curtos, Isabela não costuma levar nenhuma garrafinha de água para consumo. "Fazemos isso apenas quando saímos de casa com ela por um longo período de tempo", ressalta a estudante de fisioterapia.
Seca prejudicial
Cuidados com a hidratação da pele, evitar locais quentes e sem ventilação são outras orientações destacadas pelo veterinário Mário Falcão, especialista em oftalmologia veterinária de pequenos animais. Segundo ele, a utilização de colírios lubrificantes para olhos e umidificadores para as vias respiratórias ajudam a minimizar os impactos da seca. Evitar exercícios físicos intensos ao Sol também é aconselhável.
De acordo com Mário, os problemas respiratórios estão relacionados a variações de temperatura e ao tempo seco, que podem levar a gripes, resfriados e até mesmo quadros mais graves de pneumonia se não tratados a tempo. "Quando pensamos em gatos, o complexo respiratório felino tem predisposições que podem afetar todo sistema respiratório, além do ocular. É mais grave em filhotes e possuem alta taxa de transmissão", aponta.
As doenças dermatológicas também podem ser uma preocupação nesta época do ano, sobretudo as dermatites alérgicas. Elas causam desconfortos, lambeduras e coceiras constantes. Os olhos dos cães sofrem com dois problemas principais na seca: a conjuntivite alérgica pelo excesso de poeira e a síndrome do olho seco, que ocorre por aspectos quantitativos ou qualitativos.
Ambos os quadros, no entanto, favorecem o aparecimento de lesões oculares preocupantes como as úlceras de córnea, que têm potencial de levar à cegueira se não tratadas e identificadas de forma adequada. Os sinais incluem olhos vermelhos e irritados que levam à secreção ocular excessiva e à coceira constante.
Entretanto, como ressalta Mário, a desidratação, sem dúvidas, é o que causa maior preocupação. "Os cães trocam temperatura pela boca, por não terem o mecanismo de transpiração como o nosso, por isso a ingestão de água se torna muito importante. Além da desidratação, o risco de hipertermia maligna aguda se torna muito alto. Ou seja , não deixe o pet em ambientes fechados (como carros e caixas de transporte) sem ventilação e sem acesso à água fresca", finaliza.
Quais os cuidados para cães e gatos?
Para os cães, é importante evitar passeios nas horas mais quentes do dia, preferindo horários mais frescos, como o início da manhã ou o final da tarde. Usar protetor solar específico para pets em áreas expostas, como nariz e orelhas, é recomendado para espécies de pelagem curta. “Para os gatos, que tendem a beber menos água, oferecer alimentos úmidos é crucial para garantir uma boa hidratação. Essencial mantê-los em ambiente interno fresco e com áreas sombreadas, pois os gatos são mais sensíveis a mudanças no ambiente”, complementa Tainã Vaz.
Prejuízos físicos
— Desidratação
— Desmaio ou até mesmo síncope
— Aumento da temperatura corpórea com risco de óbito
Cuidados ao passear
* Leve água fresca e limpa para o seu pet em todos os passeios.
* Evite passear com seu pet durante as horas mais quentes do dia.
* Procure áreas com sombra para descansar e permita que seu animal se refresque.
* Nunca deixe seu bichinho sozinho em um carro fechado, mesmo que por pouco tempo.
* Evite pisos quentes.
* Ande com um lubrificante ocular sem conservante no bolso para usar quando necessário.
* Fique atento ao padrão respiratório do seu pet. Caso o mesmo fique muito arfante ou com uma respiração formada, é hora de parar o passeio e deixá-lo descansar.
Fonte: veterinário Mário Falcão, especialista em oftalmologia veterinária de pequenos animais
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