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Uma viagem à Armênia: berço do Cristianismo, terra da fé e da resiliência

Situada no Cáucaso, entre a Europa e a Ásia, a Armênia tornou-se o primeiro reino cristão em 301, após São Gregório curar o rei. Local de peregrinação dos apóstolos São Judas Tadeu e São Bartolomeu, o país também tem como símbolo o Monte Ararat

Yerevan, Tatev, Noravank, Garni, Khor Virap, Geghard, Khndzoresk. É impossível retornar da Armênia e não se recordar de cada lugar com carinho. Sentir uma palavra genuinamente brasileira: saudade. Cada canto do pequeno país incrustado no Cáucaso, entre a Europa e a Ásia, transpira — e inspira — fé, misticismo e devoção. O berço do cristianismo no mundo possui nada menos do que 2 mil igrejas, muitas delas erguidas poucos séculos depois de Cristo.

Um dos principais símbolos da Armênia, o Monte Ararat, se impõe, quase que onipresente, com seus 5.137m de altura. Naquela montanha, segundo o Livro do Gênesis, a arca construída por Noé, a pedido de Deus, ficou encalhada depois de 40 dias e 40 noites de chuvas que inundaram o planeta por cinco meses. Hoje, o Ararat parece tão perto e tão distante do povo armênio: há 100 anos, passou a integrar o território da Turquia, depois do genocídio perpetrado pelo Império Otomano entre 1915 e 1921 — uma ferida aberta no seio de uma nação que anseia viver em paz e que ainda sofre agressões de vizinhos.

Yerevan, a capital das artes

Rodrigo Craveiro/CB/D.A.Press - Obra do colombiano Fernando Botero exposta diante do Complexo Cascade, mistura de jardim suspenso e galeria de arte

Um bom ponto de partida para conhecer a Armênia é a capital, Yerevan. Com cerca de 1 milhão de habitantes — um terço da população do país —, a cidade tem o charme das metrópoles europeias com uma vantagem: a segurança. É tradição dos armênios caminhar pelas calçadas, em grupos de amigos ou em família, em busca dos excelentes restaurantes ou de apresentações de ópera e teatro.

Ao cair da noite, os prédios históricos da Praça da República, no coração de Yerevan, ganham uma iluminação especial. Um dos edifícios guarda o brasão nacional com a foice e o martelo dos tempos de União Soviética apagados. Um sinal de que foi preciso abandonar o passado para forjar um futuro de prosperidade e desenvolvimento.

Quem vai a Yerevan não pode deixar de conhecer o Cascade, uma mistura de jardim suspenso em cinco terraços, em forma de escadarias, e de galeria de arte. Ao fim dos 572 degraus, é possível ter uma vista de tirar o fôlego do Ararat se erguendo sobre a cidade. Concebido pelo arquiteto Alexander Tamanyan (1878-1936) e finalizado pelo também arquiteto Jim Torosyan (1926-2014), o Cascade também é uma conexão entre a área alta, basicamente residencial, e a região central da capital. As peças de arte expostas no interior do Cascade, e acessadas também por meio de uma escada rolante, fazem parte do acervo do filantropo armênio Gerard Cafesjian (1925-2013).

Rodrigo Craveiro/CB - Praça Charles Aznavour, que abriga o cinema Moscou, da era soviética, no centro de Yerevan

Na pequena esplanada diante do Cascade, podem ser admiradas esculturas do colombiano Fernando Botero. Caminhar pelas ruas da capital é um convite a se surpreender. De repente, surgem estátuas magníficas, como a de um homem imenso sentado sobre uma árvore, no meio de um parque, onde se destaca o som de corvos, ou um busto em pedra sabão de Martiros Saryan, um dos maiores pintores armênios. Durante a caminhada, é possível saciar a sede em muitas fontes de água fresca e potável, as pulpulaks, parte da cultura armênia.

Falar sobre Yerevan também é lembrar do cantor franco-armênio Charles Aznavour (1924-2018) e da banda de metal System of a Down. Em 23 de abril de 2015, o vocalista Serj Tankian liderou um concerto histórico, diante de 50 mil pessoas, na Praça da República. No centenário do genocídio armênio, a música escolhida para a abertura do show — Holy Mountains — faz menção ao Monte Ararat e à invasão otomana.

Conhecer Yerevan também exige frequentar restaurantes e apreciar a comida armênia, com destaque  para o mante — pequenas bolas de carne de boi ou de carneiro servidas em um molho de iogurte —; dolma, semelhante ao charuto, mas com arroz, legumes e carne embrulhados em folha de videira; lavash, espécie de pão-folha, muito famoso no país; e o gata, pão feito com castanhas e iogurte armênio. 

Khor Virap, a prisão de São Gregório 

Rodrigo Craveiro/CB - No primeiro plano, à direita de Khor Virap, a cruz de São Judas Tadeu e São Bartolomeu
 
A razão pela qual a Armênia é considerada o berço do cristianismo está no que ocorreu em Khor Virap ("masmorra profunda", em armênio). A 42km ao sul do centro de Yerevan e a poucos quilômetros do Rio Arax, marco da fronteira com a Turquia, a primeira visão do monastério é de tirar o fôlego. A suntuosidade do Monte Ararat, ao fundo, parece guarnecer a construção murada e erguida sobre um pequeno monte, ao lado de uma cruz de pedra — o exato ponto onde os apóstolos São Judas Tadeu e São Bartolomeu se encontraram para começar a pregar o Evangelho na região. São Judas Tadeu chegou ao território da Grande Armênia aproximadamente em 37 d.C., quatro anos antes de São Bartolomeu.
 

Duas igrejas compõem Khor Virap — uma datada do século 7 d.C. e outra do século 17. A mais antiga, e menor, foi construída inclinada, a fim de que o altar principal ficasse exatamente sobre o poço de 6,5m de profundidade onde São Gregório o Iluminador (254-331) esteve preso por 13 anos sob as ordens do rei Tirídates III. Seu crime foi pregar o cristianismo em uma área onde o paganismo era a religião oficial. Único sobrevivente de uma família assassinada em vingança à morte do rei Khosrov II, São Gregório se apegou à religião por ter sido criado por cristãos clandestinos. Ele chegou à Grande Armênia acompanhado de 37 monjas. 

Rodrigo Craveiro/CB - A escada que leva ao fundo do poço onde São Gregório foi confinado, em Khor Virap
Tirídates ordenou que São Gregório fosse torturado e determinou a execução de todas as religiosas que o acompanhavam. Uma das monjas, Santa Nune, fugiu para a Geórgia, onde difundiu o cristianismo. Tirídates III teria ficado louco depois de matar as monjas e torturar São Gregório. Uma versão aceita por historiadores é a de que ele foi acometido por uma doença que provocava alucinações. A irmã do rei recorreu a São Gregório, na tentativa de curá-lo. Levado do calabouço até o palácio, ele concedeu o milagre ao monarca, que se converteu ao cristianismo. Como reconhecimento e em gratidão a São Gregório, Tirídates III converteu o reino armênio no primeiro Estado cristão do mundo, no ano 301.  

Quem vai a Khor Virap pode descer por uma escada de ferro vertical até o fundo do poço onde São Gregório ficou confinado. No local, está exposta uma pintura com a imagem do santo. O monastério também propicia uma das vistas mais fantásticas do Ararat. Na igreja mais nova, um feixe de luz do sol entra pelo domo e vai de encontro ao chão, perto da entrada. A depender da posição, o visitante consegue ser fotografado como que recebendo a luz nas mãos ou sobre a cabeça.

Geghard, o monastério da lança

Rodrigo Craveiro/CB - Monastério de Geghard: local teria escondido lança que perfurou o corpo de Jesus
Conta a história que São Judas Tadeu trouxe à Grande Armênia, em 37 d.C., a lança de ferro usada pelo soldado romano Longinus para perfurar o corpo de Jesus Cristo, após a crucificação. Água e sangue espirraram sobre os olhos de Longinus, curando-o imediatamente de uma doença que o deixava parcialmente cego. A lança teria sido entregue ao apóstolo São Judas Tardeu e, depois, escondida por 500 anos no mosteiro de Geghard, um impressionante templo esculpido na própria montanha, ao longo dos cânions do Rio Azat, 37km a sudeste de Yerevan. A presença da arma foi um marco na própria identidade do monastério: antes conhecido como Ayrivank ("A cova"), passou a ser chamado de "Geghard" ("A lança").

Em várias covas abertas dentro da montanha, os monges dormiam e copiavam manuscritos. A origem do mosteiro remonta ao século 4, quando os monges ergueram uma pequena capela. O templo não existe mais: acredita-se que tenha sido destruído durante uma invasão do califado árabe, no século 9. De acordo com a tradição, a construção ficava ao lado de um manancial, o qual foi ponto de adoração da água pelos seguidores do paganismo, antes do século 4. O interior de Geghard é dividido em três ambientes no térreo e mais um grande salão no andar superior, o qual pode ser visualizado, do piso inferior, por um buraco no teto. Tudo ali dentro é rocha bruta. Em um dos ambientes, a água escorre, forte, em forma de filete, depois de represada dentro do templo.

Nas paredes, inscrições milenares em forma de crucifixo e desenhos, talhados na própria pedra, de dois leões — símbolos da família real da Grande Armênia e sinal de que os soberanos frequentaram o mosteiro, atualmente na lista de patrimônio cultural da humanidade. No entorno do mosteiro, assim como em tantas outras igrejas e monastérios armênios, é possível admirar os kachkars, imensos crucifixos incrustados em um bloco de rocha. Um dos símbolos da cultura da Armênia, os kachkars também são patrimônio cultural imaterial da humanidade.  

Tatev, o esconderijo da devoção 

Rodrigo Craveiro/CB - A entrada no Monastério de Tatev, com a Igreja da Santa Virgem à direita
No alto de um penhasco de 500m de altura, acessível por meio do  mais longo teleférico sem paradas do mundo, que cobre uma distância de quase 6km, está mais uma joia da Armênia: o monastério de Tatev. Construído no século 11, além de local de estudo de monges e de celebração de cultos religiosos, foi uma fortaleza quase que inexpugnável. Ao longo do tempo, Tatev sofreu várias invasões desde a queda do reino dos bagrátidas, na mesma época de sua fundação, inclusive dos turcos seljúcidas, dos mongóis, do Império Persa e do Exército Vermelho (da antiga União Soviética). A viagem até Tatev dura cerca de 12 minutos, e a paisagem é deslumbrante. De dentro do teleférico, o turista pode apreciar picos nevados, um rio que contorna as montanhas e uma cachoeira. 

O complexo de Tatev é formado por duas igrejas — a menor, da Santa Virgem, se situa em um ponto mais alto, acessível por meio de escadas; a principal, de São Pedro e São Paulo, que foi erguida dois séculos antes do próprio monastério e concluída no ano 905. Tatev era um local tão importante que o próprio rei Smbat I Bagratuni participou da inauguração. Duas teorias explicam a origem do nome Tatev: a primeira está em um dos discípulos de São Judas Tadeu, chamado Estateus, que pregou o cristianismo na região e foi martirizado; a segunda envolve uma lenda segundo a qual um sacerdote que colocava a cruz na cúpula da igreja principal gritou "Que Deus me dê asas" ("Astvats ta tev", em armênio), tornou-se alado e voou.

Garni, o templo ao deus-Sol

Rodrigo Craveiro/CB - Templo de Garni, dedicado ao culto pagão a Mitra, o deus-Sol
As 24 colunas greco-romanas sustentam um templo único em toda a Armênia, herança do paganismo. Resquícios de um tempo em que os armênios acreditavam em vários deuses e deusas. Situado 28km a sudeste de Yerevan, Garni foi erigido, no ano 70 d.C., sobre uma das montanhas do vale do Rio Azat. A construção teve o propósito de cultuar Mitra, o deus do Sol, da luz e da pureza. Durante o crepúsculo, o sol se põe e parece adormecer entre as colunatas, enquanto o templo ganha o tom avermelhado. Como oferendas, os armênios pagãos da época faziam sacrifícios de animais ou depositavam trigo diante de um pequeno altar. Um terremoto destruiu parte de Garni em 1679, e ele precisou ser reconstruído durante a era soviética, entre 1950 e 1980.
A Grande Armênia, com seus 400 mil quilômetros quadrados à epoca (hoje, o território armênio se estende por 30 mil quilômetros quadrados), abrigava templos dedicados a vários deuses e deusas. Em alguns deles, os sacrifícios humanos eram uma prática comum. Depois do ano 301, quando o rei Tirídates III proclamou o cristianismo como religião oficial,Khosrovandukht, irmã do soberano, pediu-lhe que poupasse Garni, enquanto os outros templos, estátuas e relíquias do paganismo foram destruídos.
Com 10,7m de altura e feito de basalto, Garni é considerado a construção mais oriental do mundo greco-romano e o único templo desse estilo existente na antiga União Soviética. O local onde foi construído também é de tirar o fôlego: no alto de uma colina serpenteada pelo Azat. Monóculos permitem ao turista ter uma ampla visão do cenário bucólico: o río abaixo e as escarpas das montanhas ao redor. Ao lado, existem ruínas do que seria outro templo, dedicado a uma deusa, e um local para banho romano — utilizado pelo rei e por seus convidados.

Khndzoresk, cidade no abismo

Fotos: Rodrigo Craveiro/CB - Vista geral das cavernas e ruínas ao longo do despenhadeiro, em Khndzoresk, na Armênia
Um conjunto formidável de dezenas de cavernas abertas nas montanhas, por uma extensão de 3km, dos dois lados do desfiladeiro de Khor Dzor ("Abismo Profundo"), e uma grande ponte pênsil — que parece de brinquedo, vista ao longe — tornam Khndzoresk um ambiente surreal. Com 3 mil anos de história, o local sofreu uma mudança de panorama no fim do século 19, quando moradores construíram pequenas casas diante das cavernas, no próprio desfiladeiro, e passaram a habitá-las. No começo do século 20, cerca de 1.800 famílias — ou 15 mil pessoas — residiam em Khndzoresk. A comunidade possuía quatro igrejas e sete escolas. Por considerar o local inadequado, na década de 1950, as autoridades soviéticas removeram a maioria dos moradores para a parte alta e plana, à beira do abismo.
Quem visita Khndzoresk costuma ser recebido por Sevada Charnadzarian, uma espécie de zelador do local, onde nasceu em 1962 e morou em uma das covas por cinco anos. Charnadzarian convida os turistas a conhecerem uma das cavernas transformada em museu.
Com temperatura fresca, quase fria, e espaços bem divididos, as grutas costumavam ter um local para a cozinha, um depósito e um quarto separado para os recém-casados, uma forma de assegurar a privacidade dos pombinhos e facilitar a perpetuação da espécie. Em um primeiro momento, a travessia da ponte pênsil, feita para pedestres, causa pânico. A estrutura balança muito, e a profundidade do abismo sob os pés assusta. Com uma dose de coragem e um olhar voltado para a beleza indescritível de Khndzoresk, chega-se ao outro lado quase sem perceber.
Uma trilha contornando o despenhadeiro leva a uma igreja do século 17, utilizada em cultos até 1920. Outra igreja, do século 6, foi erguida dentro de uma caverna. Durante a era da União Soviética, quando o ateísmo era oficial, o templo de Khndzoresk se transformou em centro cultural do vilarejo — local de exibição de filmes e apresentação de concertos. Depois de atravessar a ponte, de volta, o turista tem a opção de retornar ao centro de visitação — com banheiros, restaurante e mirante — por uma escadaria com 450 degraus de madeira ou por meio da carona de um carro Lada, mediante pagamento de uma taxa.

Hin Khot, a "Machu Picchu" armênia 

Uma cidadela construída na encosta da montanha, com um pico nevado ao fundo e um riacho abaixo. Não à toa, Hin Khot ganhou o apelido de "Machu Picchu da Armênia". A diferença é que as ruínas de Hin Khot seguem praticamente intocáveis. Caminhar pelo mato, entre as casas de pedra, requer atenção: serpentes, vez ou outra, podem ser vistas no local. O povoado teria sido habitado por volta de 1205, quando um conde presenteou o território para o monastério de Tatev, 20km ao sul.

Famílias permaneceram no local até a década de 1970, e várias gerações compartilhavam uma mesma moradia. No primeiro andar das casas, em estábulos, os habitantes mantinham seus animais presos. Assim como em Khndzoresk, algumas residências foram esculpidas na própria rocha da montanha, o que fazia com que o telhado de uma casa servisse de varanda para a casa seguinte.
Apesar de remontar ao século 13, existem indícios de que o vilarejo de Hin Khot possa ter sido habitado bem antes. As ruínas de uma igreja datam do século 5. Na área do povoado foram encontrados artefatos de 2 mil anos antes de Cristo. Chegar à cidadela é uma aventura e uma volta no tempo. Por uma estrada cheia de cascalhos e à beira do precipício, a descida até Hin Khot envolve uma caminhada de quase uma hora. Próximo ao início da jornada, o turista pode apreciar uma parada de ônibus da era soviética, com arquitetura diferenciada e inusitada. 

Noravank, a morada eterna

Vanush Melkonyan/UGAB Brasil - Mosteiro de Noravank: igrejas dos séculos 9 a 13 e tumbas de nobres
 
As duas igrejas — de São Estevão, do século 13, e da Santa Virgem, do século 14 — parece terem sido feitas sob encomenda para o cenário de tirar o fôlego. Montanhas e falésias de cor marrom clara conferem um aspecto harmônico, quase surreal, aos templos, quase da mesma tonalidade. Uma terceira igreja, do século 9, teria sido completamente destruída durante um terremoto. O mosteiro de Noravank ("Novo Monastério"), situado na região de Areni, 117km ao sul de Yerevan, é um convite a belas fotografias e a um mergulho na religiosidade e na história.
 
Dois arquitetos principais trabalharam na construção do complexo: Siranes e o monge Momik, que morreu em 1333. Siranes tinha tanta influência à época que os representantes da família de nobres Orbelyan lhe presentearam com um palácio e com serviçais. Momik foi o autor da igreja da Santa Virgem, um templo de dois andares. Em seu pórtico, talhada na rocha, está a imagem em alto relevo da Virgem Maria segurando Jesus com as duas mãos, ao lado dos arcanjos Gabriel e Miguel, e a inscrição "A mãe de Deus". No pórtico do andar superior, aparecem Cristo com os apóstolos Pedro e Paulo.
 
O primeiro piso servia de mausoléu: ainda hoje, as tumbas de nobres e de religiosos estão espalhadas dentro da construção, e é preciso cuidado para não pisá-las. O segundo piso era o local de cultos e de adoração a Deus, a Igreja propriamente dita. Os cidadãos da época acreditavam que, quando alguém falecia, sua alma subia e visitava a igreja, o que tornava mais fácil o processo da morte. As tumbas ornadas com desenhos de leões guardam os corpos dos nobres.
 
Noravank e outros monastérios do sul e do centro da Armênia foram poupados da destruição durante as invasões dos mongóis. Tudo porque os nobres tinham um acordo de não agressão com os invasores: eles pagavam multas aos mongóis em troca da preservação dos templos.
 
A igreja de São Estevão ainda está em funcionamento, com a celebração de missas todas as manhãs e casamentos esporádicos. O turista, inclusive, pode orar no local e receber a benção de um sacerdote armênio. Um terceiro prédio remanescente abrigava a escola, local em que os monges copiavam manuscritos e recebiam educação religiosa. Vale a pena se aventurar na montanha de trás do monastério e subir pela trilha, para ter uma ampla visão do complexo e da paisagem ao redor, além de tirar belas fotos.

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