Prática que trabalha o corpo e a mente por meio de movimentos físicos e da respiração, a ioga é procurada por quem procura bem-estar. Relacionada com budismo e hinduísmo, a atividade trabalha o corpo de forma integral. Além da ioga milenar e tradicional, variações podem ser encontradas, como a hot yoga e a yoga do riso, modalidades que têm feito sucesso nos mais variados públicos.
Com diversos benefícios, essas aulas são perfeitas para quem deseja praticar a ioga, mas adora uma novidade. A Revista ouviu especialistas para descobrir as particularidades dessas atividades.
Hot yoga
Fruto da prática milenar da ioga, a hot yoga é feita em ambiente aquecido, em torno de 40ºC, e úmido. Segundo a advogada e professora de ioga no Vidya Studio, Ana Tsuha, a sala aquecida proporciona maior facilidade de alcance das posturas pelo alongamento do corpo. “Além de promover um profundo relaxamento muscular e a liberação de endorfina”, completa.
De acordo com Ana, na hot yoga, é praticado o vinyasa yoga, tipo de ioga bastante focado em movimentos fluidos e respiração consciente, assim como em uma aula tradicional. “A diferença são as técnicas respiratórias, chamadas de pranayamas, e as posturas invertidas que não são feitas”, pontua.
A aula de hot yoga dura em média uma hora e pode ser praticada todos os dias. De acordo com a professora, traz diversos benefícios para o corpo, entre eles: aumento da circulação sanguínea e linfática; relaxamento das articulações; desintoxicação do organismo pelo suor; aceleração do metabolismo e liberação de dermicidina.
Com todas essas qualidades, a prática é procurada por diversos públicos, mas nem todos podem fazer. “Para gestantes, pessoas que passaram por cirurgia recente e indivíduos com queimaduras acima do segundo grau não é indicado”, explica Ana. Fora isso, os movimentos podem ser feitos por todos com liberação médica e que buscam trabalhar o equilíbrio, a flexibilidade e a mente.
Saiba Mais
Yoga do riso
Para quem deseja liberar os sentimentos, trabalhando o corpo e se movimentando, a yoga do riso é uma excelente opção. Segundo Suely Costa, servidora pública federal, terapeuta integrativa e líder de Yoga do Riso, grupo que leva a prática para diversos locais, a atividade combina o riso sem motivo, ou seja, sem piada, humor ou comédia, com práticas de respiração e meditação da filosofia da ioga.
Na prática, que dura em média uma hora, a respiração consciente, lenta e profunda é intercalada entre as atividades de riso. No final, é feito um exercício de relaxamento. “Por meio de exercícios do riso, ajuda a liberar as emoções, reduzir o estresse, a melhorar a circulação sanguínea, a aumentar a energia e a disposição mental”, explica Suely.
Isso ocorre pois, mesmo quando simulada, a risada é impactante para o corpo. “Estudos têm constatado que o riso estimula a liberação de endorfinas, que são substâncias químicas naturais no corpo que promovem uma sensação de bem-estar e felicidade”, afirma a servidora.
Além desse impacto mental, a yoga do riso traz benefícios físicos. “Ajuda a melhorar a saúde cardiovascular, aumentando a frequência cardíaca e o consumo de oxigênio”, cita. Também fortalece o sistema imunológico ao estimular a produção de anticorpos e ao ativar as células imunológicas.
Com tantas qualidades, a yoga do riso também pode ser usada como ferramenta de auxílio para pessoas com instabilidade na saúde mental. No Instituto de Saúde Mental e Psíquica (Inasp), que tem tratamentos para pessoas com depressão extrema, ideação de suicídio e ansiedade, Suely e outros voluntários levam a a prática, com o intuito de ajudar no tratamento dos acolhidos.
Foi assim que ajudaram Mary Jane Souza, terapeuta de 47 anos. “Quando eu conheci a ioga do riso no Inasp, estava em uma situação de depressão severa, em que rir seria a última coisa que pensaria em fazer”, conta. Mesmo assim, deu uma chance à oportunidade e não se arrependeu.
Depois das aulas, Mary se sentia dolorida de tanto rir, mas com o corpo relaxado e bem. Fez durante seis meses, e junto com outros tratamentos do instituto, melhorou seu quadro de depressão. A ioga do riso ajudou Mary a sair do sedentarismo, e, hoje em dia, a terapeuta faz a atividade esporadicamente, além de caminhadas frequentes.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte
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