Bichos

Paciência e atenção são fundamentais para cuidar de pets adolescentes

Cães e gatos passam pela adolescência, assim como os humanos, apresentando uma série de mudanças. Alguns cuidados e atividades precisam ser seguidos, para que os pets vivam essa etapa da melhor maneira

Nala Maria 
é a pet 
do jovem Bryan Dantas, 
21 anos -  (crédito: Arquivo pessoal)
Nala Maria é a pet do jovem Bryan Dantas, 21 anos - (crédito: Arquivo pessoal)

Mudanças comportamentais e uma etapa que requer atenção. Assim como nos humanos, cães e gatos também passam pela adolescência. Um período marcado por várias emoções pede, sobretudo, carinho e atenção maior para que eles não se sintam sozinhos ou incompreendidos. Por isso, todo cuidado é fundamental para garantir o bem-estar dos bichos. 

A adolescência nos bichinhos não segue um cronograma rígido, mas há faixas etárias aproximadas. De acordo com a médica veterinária Monique Rodrigues, geralmente, ela começa por volta dos seis meses, embora em raças maiores possa começar a partir de nove meses, e pode chegar a até 18 meses de idade. Isso varia de acordo com o porte do animal.

"Durante essa fase, os cães podem se tornar um pouco mais rebeldes. Alguns comportamentos comuns incluem ignorar comandos, desobedecer e, às vezes, destruir objetos. Podem, ainda, se tornar hiperativos e agressivos. Nesse período há também maior ocorrência na demarcação de território", afirma. 

Segundo a veterinária, apesar de nem todos passarem pelas mesmas transformações, os traços mais característicos são agressividade, excesso de energia, problemas na socialização, desobediência, hiperatividade, comportamento sexual obsessivo, necessidade de marcar território e curiosidade exacerbada. "No entanto, após esse período, eles tendem a se acalmar e deixar para trás a rebeldia da adolescência", destaca. 

A cachorra teve problemas comportamentais e de obediência durante a adolescência
A cachorra teve problemas comportamentais e de obediência durante a adolescência (foto: Arquivo pessoal)

A depender do sexo, o comportamento pode mudar. As fêmeas, neste período, produzem hormônios diferentes em relação aos machos. Para elas, chega, também, a época do cio, que acarreta posturas mais agressivas e humor mais arisco, além de se tornarem mais territorialistas, se agravando na companhia de outras fêmeas. Para marcar território, os machos têm por costume o levantamento da perna para fazer xixi, bem como a demonstração de comportamento possessivo e agressivo. "Pela alta produção de hormônios nessa fase, é normal que os pets simulem nas pessoas atos sexuais", detalha.

Mudanças e sinais

"Nala Maria foi a famosa adolescente rebelde." Bryan Dantas, 21 anos, conta que a vira-lata não podia ver um calcanhar que queria morder. No entanto, sempre na brincadeira, nunca para machucar. Aos 18 meses de idade, está passando pela adolescência, quase no fim. Entretanto, o jovem relembra os detalhes vivenciados no início dessa fase. "Ela pulava na cama para me acordar, puxava minha coberta, comia chinelos, do nada tinha picos de energia e corria a casa inteira", relata. 

Sobre a obediência, Nala Maria acatava as ordens somente da avó de Bryan. Em casa, deixou de escutar o tutor. Antes calma, a cadelinha tornou-se inquieta, sem parar por nem um segundo. "Pensávamos até que ela poderia estar doente. Logo após o seu primeiro cio, mudou completamente."

Por sempre estar bem acompanhada e cuidada profissionalmente, os problemas de Nala foram resolvidos, mesmo que depois de um determinado tempo. Seguindo recomendações do veterinário, Bryan a levava para passeios de alta intensidade, dava bastante carinho para que ela relaxasse, além de oferecer diferentes brinquedos para entretê-la. "Hoje em dia, ela deixou de ser rebelde para ser apenas uma cachorra brincalhona e obediente.", finaliza. 

Pode demorar, mas passa

Segundo Igor Melo Zimovski, diretor da Clínica Veterinária Escola do Centro Universitário Uniceplac, o mais importante dessa fase é ter paciência e lembrar que ela não dura para sempre, pois também é um período difícil para o pet. "Uma dica é não mudar a rotina de atividades para não deixar o pet mais confuso", destaca. Assim, recompensá-lo quando ele fizer algo certo, mesmo que demore um pouco mais para ele responder a um comando. 

Para o tutor, o profissional recomenda calma, mesmo que seja frustrante parecer que seu animal de estimação tenha esquecido o que aprendeu. "Não castigue seu cão, pois isso vai assustá-lo e torná-lo menos propenso a obedecer. Canse-o, aumente a rotina de atividades,
passeios e brincadeiras, pois eles terão mais energia para gastar. Ajude a seu pet a sentir-se seguro, existem produtos veterinários que podem ajudar nessa fase", acrescenta.

Nala Maria é a pet do jovem Bryan Dantas, 21 anos
Nala Maria é a pet do jovem Bryan Dantas, 21 anos (foto: Arquivo pessoal)

Os felinos também passam pela adolescência. Diferentemente dos cachorros, os gatos iniciam um pouco mais tarde, por volta de um ano de vida, podendo durar até os 6. Conforme explica Igor, os hábitos territorialistas são comuns nessa etapa. Uma característica disso é a prática de urinar com mais frequência em locais inapropriados. 

"Nessa fase, ficam mais carinhosos e podem passar grande parte do tempo dormindo — o ciclo do sono do gato adolescente pode durar entre 15 ou 16 horas por dia. É normalmente nesse período que os gatos passam a arranhar móveis, o que é normal e saudável, devendo ser incentivado, pois ajuda a lixar as garras dos animais." Para poupar os móveis, o ideal é comprar arranhadores de diversos tipos e modelos. Também é importante ter uma rotina de brincadeiras com seu bichano.

 

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postado em 02/06/2024 08:30 / atualizado em 02/06/2024 08:30
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