Minimalismo e funcionalidade são termos cada vez mais falados e procurados no design de interiores. Em uma rotina tão frenética que a sociedade vive, a busca por um ambiente funcional e tranquilizante dentro de casa vem aumentando, e o estilo Japandi é a decoração perfeita para quem quer juntar o o prático com o belo.
A funcionalidade e a beleza na simplicidade dessa decoração garantem um ambiente sereno e singular para o morador. “É um tipo de decoração que foca no usuário, em quem mora ou usa aquele espaço”, afirma o arquiteto Rick Hudson Castro Silva.
O estilo é uma mistura da simplicidade do design japonês com a elegância e a funcionalidade do design escandinavo. De acordo com o arquiteto e urbanista Lucas Perpetuo, o encontro dessas duas culturas passou a ser usado por profissionais que exploraram e criaram um padrão de uso, cada vez mais procurado. “Com o avanço do minimalismo, o uso de off white e um estilo de vida mais centrado na paz e em poucos mobiliários”, detalha.
De acordo com Rick Hudson, esse estilo contemporâneo se encaixa muito bem com as reflexões sobre funcionalidade e tempo que a pandemia da covid-19 trouxe para a sociedade. “Esse estilo de decoração preza pelo funcional, pelo essencial e, principalmente, respeita o tempo das coisas”, comenta o arquiteto.
A beleza do natural
A utilização de matérias-primas naturais, como madeiras, bambus, tecidos naturais, plantas e cerâmicas, é uma das características marcantes do estilo Japandi. “A escolha de tecidos, madeiras, palhas e outros acabamentos prima trazem conforto e aconchego para quem está no local”, afirma Rick.
Os aspectos e as “imperfeições” trazidos por esses materiais são extremamente valorizados nesse tipo de decoração, pois contam a história e o tempo dos objetos. “Respeitar e valorizar essas diferenças é uma das grandes contribuições da cultura japonesa para esse estilo”, diz Rick.
Para quem deseja adotar o Japandi em casa, prezar por materiais naturais, que possuem traços únicos e mudam com o tempo, é essencial. “É importante adaptar o projeto para a realidade de cada cultura, utilizando sempre elementos naturais e quentes, fugindo de metais, por exemplo”, explica Lucas Perpetuo.
Cores e iluminação
Para quem gosta do ambiente no aspecto clean, o estilo Japandi é a melhor aposta para levar charme e conforto ao lar. Segundo Lucas Perpetuo, paredes em tons de off white são um importante começo, junto com pisos amadeirados para compor a base, contrastando com as cores claras e com a iluminação. Tons de bege, branco e cores menos saturadas trazem o aspecto organizado e minimalista da decoração.
Além disso, a iluminação preferencialmente natural, é outro aspecto predominante. “Parte do estilo Japandi traz muito da contemplação e do respeito ao natural e, claro, do meio ambiente”, afirma Rick. “É comum ver grandes aberturas voltadas para jardins e paisagens naturais com muita claridade.”
Durante a noite, a iluminação tende a ser mais indireta, com temperaturas quentes e amareladas para não cansar a vista e permitir um desacelerar mais natural antes de dormir. De acordo com Rick, as maiores vantagens do Japandi é proporcionar um ambiente de tranquilidade, conforto e aconchego, e a iluminação tem papel essencial para garantir essa ambientação.
Pouco e funcional
Segundo o arquiteto Rick Hudson Castro Silva, o conforto e a funcionalidade da decoração escandinava são os maiores legados para a decoração Japandi, em que cada móvel e objeto possui multifunções para o espaço. Por isso, ele aconselha entender o que é de fato necessário ou não, e o que falta para deixar a rotina mais tranquila e prática.
“É a partir dessa reflexão que você decide que tipo de móvel falta na sala, qual tecido deve ser escolhido para uma roupa de cama, que espécie de adorno vai fazer sentido em uma parede”, afirma. “Não adianta ser bonito se, na prática, não atende sua rotina e as necessidades em casa.”
A busca pela praticidade e funcionalidade na disposição dos móveis é fator determinante na hora de adotar o Japandi. Assim, escolha peças que podem ter mais de uma função e que atendam o dia a dia da casa. “É importante buscar um mobiliário prático, no qual você só terá o que é importante para o uso”, afirma o arquiteto e urbanista Lucas Perpetuo.
Além disso, encontrar objetos e mobílias que atendam mais de uma necessidade garante outro aspecto importante dessa decoração: o minimalismo. Quanto menos informação, maior é a sensação de tranquilidade no ambiente. “Poucas decorações, nada de bibelôs ou retratos nos móveis, tudo isso para trazer esse descanso para o olhar e para a mente do morador”, finaliza Lucas.
Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte*
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