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Aceita um cafezinho? Veja como a bebida está presente na vida dos brasileiros

Em comemoração ao Dia Mundial do Café, a Revista traça um panorama sobre a bebida, bastante apreciada no Brasil, segundo maior consumidor mundial

Arriscamos dizer que não há quase nenhum brasileiro, ou mesmo turista visitando o país, que nunca tenha ouvido a gentil oferta. Ele está nas casas, lojas, locais de trabalho, oficinas, hospitais, hotéis, bancos. É difícil pensar em algum lugar ou estabelecimento que não tenha pelo menos uma garrafa térmica com os típicos copinhos de plástico ao lado. Nem sempre ele será gostoso, pode ser fraco ou forte demais, muito doce ou amargo, mas o fato é que o café é quase onipresente.

Neste domingo, é celebrado o Dia Mundial do Café. Presente em 98% dos lares brasileiros, a bebida, além de ser uma das preferidas no país, tem importante papel na nossa história, economia e vida diária.
Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), a tradição de “tomar um cafezinho” teve início em 1450, quando os filósofos tomavam a bebida na intenção de ficarem acordados para práticas de exercícios espirituais. Com os anos, o hábito se popularizou e se tornou um ritual social, praticado mundialmente.

Na história do Brasil, o café teve grande importância para a economia do país, principalmente durante a Primeira República, época em que os lucros das lavouras permitiram grandes mudanças e avanços para o território brasileiro. Hoje, o Brasil é o maior exportador de café no mercado mundial e o segundo entre os consumidores da bebida.

Aline Marotti, coordenadora de qualidade da ABIC, brinca que o Brasil só fica em segundo lugar porque nos Estados Unidos, o maior consumidor de café, também se considera o consumo da bebida gelada. “Eu aposto que se fôssemos contabilizar apenas o café quentinho, nós ganhávamos. Nossos dados mostram que cada brasileiro consome, em média, 1.430 xícaras de café por ano ”, conta.

 

Variedade brasiliense

Os métodos de preparo do café são diversos, e Brasília oferece aos apreciadores uma grande pluralidade. Segundo o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (Sindhobar-DF), no ano passado, o Distrito Federal tinha mais de 300 unidades de cafeterias, além das inúmeras microtorrefadoras e fazendas produtoras instaladas nas regiões rurais da capital.

Devido às condições climáticas favoráveis ao cultivo de café, a capital do país vem comemorando o aumento da produção do grão. Conforme dados da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), existem 83 agricultores no DF especializados em café e, em 2022, foram registrados um total de 1.204 toneladas do fruto em 48 hectares de área plantada em 11 regiões administrativas.

Além da grande quantidade de estabelecimentos, o Sindhobar ressalta que Brasília se destaca pela variedade e inovação. A barista Petra Moreira Cruz, técnica júnior na oficina do Espresso/BH, esteve à frente de um dos cafés mais descolados do DF durante alguns anos, o Objeto Encontrado, e afirma que o brasiliense tem à sua disposição baristas qualificados e cafés para todos os gostos.

Ela destaca que o café coado é subestimado e que as cafeterias que conseguem oferecê-lo com qualidade estão entre as preferidas. Além dele, o espresso está entre os queridinhos do público, com suas variações como mocha, latte e cappuccino. Entre os mais diferentes, Petra ressalta que a prensa francesa e o cold brew são alguns que se destacam e têm um público crescente na capital.

Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - O nitrogênio café tem como missão difundir outras formas de beber café, como os drinks feitos com o Cold Brew, Coconutbrew, Pinkbrew e o especial da casa, Nitrocoffee.

Nitrogênio

Poder tirar um momento do dia para sentar em uma cafeteria aconchegante e tomar um café saboroso e diferente é uma experiência proporcionada pelo Nitrogênio Café. Localizado na 704/705 Norte e inaugurado em 2019, a cafeteria é especializada em cold brew, um método de infusão em que a água quente não é utilizada para extração, resultando em um café refrescante e autêntico.

A maior diferença desse método é o tempo em que os grãos ficam imersos na água, natural ou fria. “Uma extração que você faz no coador, em casa, leva, no máximo, cinco ou oito minutos. O cold fica de 22 a 24 horas imerso na água, para extrair tudo que você quer”, explica o barista do Nitrogênio Café, Filipe Alcantara.

Depois do tempo de imersão, o café passa por uma dupla filtragem para eliminar qualquer tipo de borra ou resquícios, deixando o café o mais límpido possível. O cold brew é armazenado em temperaturas baixas e pode durar dias.

Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - Filipe Alcantara, barista do Nitrogênio Café, explica que o café fica imerso durante 24 horas na água, garantindo um sabor único e refrescante.

“A empresa tem como missão difundir o nitro coffee e o cold brew. Nossa cultura é mostrar que não existe só uma forma de beber café”, afirma um dos sócios do empreendimento, Joaquim Faria. O outro protagonista da cafeteria, o nitro coffee, é uma versão do cold brew pressurizado com nitrogênio, evitando a oxidação do café e aumentando a durabilidade.

A cafeteria também conta com diferentes opções de drinques e bebidas com o cold crew, doces e salgados de receita e produção próprias, espaço para crianças e, sobretudo, um ambiente acolhedor e funcional para dar aquele empurrão na produtividade, junto com um bom café.

Turco

À frente das duas franquias brasilienses do Asmars Café, Paul Sapountzakis e Rita Mendes contam que a empresa foi criada por uma família libanesa. Ao conhecer o estabelecimento em Fortaleza, no Ceará, o casal de apaixonados por café resolveu trazer a experiência para Brasília. “Somos muito consumidores de café. Quando morávamos nos EUA, tínhamos uma máquina de cada tipo dentro de casa, para ter o café do nosso jeito. E adoramos experimentar cafés diferentes”, conta Rita.

O café turco chama atenção pela areia aquecida, na qual o café passa por três ebulições antes de ser servido, sem ser coado. Paul explica que o pó tem a moagem bem mais fina que a tradicional, e é misturado com água pré-aquecida antes das ebulições.

A tradição de esquentar na areia vem do Oriente Médio e remonta à época dos beduínos árabes, que acampavam no deserto e usavam fogueiras para se aquecer durante a noite. “De manhã, a areia ao redor ainda estava quente e eles aproveitavam para fazer o café ali”, conta.

Por um lado da família, Paul tem ascendência grega e do outro libanesa, tradições muito aparentes em seus cafés. No Asmars, os entusiastas podem experimentar cinco sabores da bebida, que vão desde o tradicional até os cafés com especiarias, como pimenta, anis e cardamomo.

Marcelo Ferreira/CB/D.A Press - A paixão por café de Paul Sapountzakis e Rita Mendes os fizeram trazer para Brasília uma experiência única para amantes de diferentes sabores da bebida

Criador de laços, memórias e afetos

Não é só no âmbito econômico que o café tem valor. Socialmente, a bebida tem o poder de criar laços, memórias e afetos com aquelas que compartilham do momento prazeroso de tomar um café. Seja no intervalo do trabalho, no bolo da tarde com a avó ou na correria do dia a dia, todo mundo tem uma boa história que tenha cheirinho do grão.

O aroma de café sendo passado pode trazer lembranças, seja de uma pessoa, seja de um ambiente. Isso não é diferente para quem possui uma relação afetiva com a bebida, que traz boas memórias. “Meu pai sempre tomou café, e o cheiro me lembra dele coando um cafezinho no meio da tarde ", diz Fernanda Campos, 28 anos, também uma amante do cheiro, do gosto e da experiência de tomar um bom café. O interesse da jovem pela história do produto no Brasil a fez pesquisar e estudar as potencialidades do grão. “Por causa desse interesse, fiz cursos de barista e acabei trabalhando em uma cafeteria durante um intercâmbio na Irlanda”, conta.

A jovem normalmente toma uma xícara pela manhã, todos os dias, para ter mais disposição, porém uma pausa à tarde com um pão de queijo também é especial. “É meu momento de relaxar e de recuperar o foco para terminar o trabalho”, afirma. A jovem também gosta de frequentar boas cafeterias, experimentar diferentes tipos de extração e ter boas prosas.

Arquivo Pessoal - Fernanda Campos gosta de ir a várias cafeterias experimentar métodos diferentes de extração de café

Essa experiência de trocas e conversas é muito vivida em cafeterias diversas da cidade pelo professor Paulo Almeida, 42 anos. Além de o café o ajudar na produtividade, é capaz de passar o dia inteiro fazendo amizades com os proprietários e os frequentadores. “Eu vou todos os dias. Para mim, é o lugar onde, além de tomar café, eu consigo trabalhar, escrever meus textos e ser mais criativo.”

Segundo Paulo, que é goiano, a bebida o acompanha desde o momento em que sai de casa até o fim do dia. “Eu já saio de casa com um copo de 300ml no carro. Vou tomando até chegar ao trabalho e, lá, vou recarregando meu copo”, afirma. Para ele, o prazer de beber um café não se dá somente pelo gosto, mas pela companhia da bebida em momentos de tranquilidade e desafios ao longo do dia. “É um impulsionador para minha criatividade, uma pausa para reflexão e um convite para conectar-me com outras pessoas em conversas”.

Métodos de preparo

  • Filtro de papel ou coador de pano: para cafés com moagem média ou fina. O pó é depositado uniformemente no filtro, a água é despejada imediatamente antes da fervura, umedecendo todo o pó.
  • Cafeteira italiana ou moka: o método tem o nome do equipamento usado, no qual se deve usar uma moagem grossa, pois a fina impede a passagem da água. O pó e a água são colocados juntos, na parte indicada da cafeteira, que é levada diretamente ao fogo. Quando a água começar a subir, é hora de tirar. Antes servir, mexa o café com uma colher na cafeteira para uniformizar a densidade.
  • Prensa francesa: o pó e a água quente, entre 80ºC e 90ºC, são colocados juntos na cafeteira. Em seguida, a parte de cima, com o êmbolo levantado, é inserida. Depois de quatro minutos de infusão, aos poucos, o equipamento é pressionado para separar a borra do café.
  • Globinho: equipamento composto por dois globos de vidro, um deles com um funil, um filtro, uma base e a chama. A água fica no globo inferior, encaixado na parte superior junto com o filtro. Conforme a água aquece, ela sobe para o globo superior. É nesse momento que o café moído é adicionado e misturado. Depois, o equipamento é retirado do fogo e, à medida que o globo inferior esfria, cria-se um vácuo que puxa o líquido misturado com o pó para baixo, passando pelo filtro e retendo o pó.
  • Chemex: trata-se de uma “jarra” em forma de ampulheta, feita de vidro resistente ao calor com um colar de madeira polida que serve para isolar o calor. Tem um filtro de papel próprio, mais grosso que os filtros comuns.
  • Aeropress: o diferencial é que produz um café semelhante ao espresso. O filtro de papel, mais comum e descartável, produz uma bebida mais limpa com amargor menor. O filtro metálico não é descartável, e a bebida é menos limpa, pois ele não segura tantas partículas.
  • Hario V60: método japonês com porta-filtro com linhas espirais na parte interna, que proporcionam a expansão do pó de café no momento em que a bebida é coada.
  • Café turco: ficou famoso devido à borra que deixa no fundo da xícara, usada tradicionalmente para prever o futuro. É feito em um dispositivo chamado ibrik e não precisa ser coado.
  • Espresso: feito em máquina específica, é um café em que a água quente passa pelo grão moída com uma pressão quase 10 vezes maior que a normal, permitindo um café intenso e forte

Unsplash/ Mohamed Shaffaf - O espresso é um dos métodos favoritos do brasileiro. Seu gosto forte e concentrado atrai milhares de pessoas

A classificação

O sistema de classificação, antes conhecido como “pirâmide do café”, criado em 2004, continua basicamente o mesmo, mas, hoje, não é mais considerado uma pirâmide. Aline explica que antes da revisão, feita no ano passado, existia uma hierarquia, na qual um café era considerado melhor que o outro. Agora, consideram-se os atributos de cada café e os descritores, mas qual deles é “o melhor” é algo que fica a cargo de cada consumidor. Na base da pirâmide, costumavam ficar os tradicionais e extrafortes. Até em pesquisas feitas às cegas, em que o consumidor provava uma série de cafés sem saber a classificação de cada um, estes eram os destacados como os melhores. “Essa preferência precisa ser respeitada, é o que o consumidor brasileiro mais gosta”, completa.

  • Café superior: é considerado o café com atributos mais equilibrados. Nessa bebida, a doçura, a acidez, o amargor e os sabores amadeirados de cereal e caramelo aparecem nas mesmas proporções.
  • Café tradicional e extraforte: combinação de amargor acentuado e pouca acidez. Possuem um cheiro marcante e sabor forte e tostado, com aromas intensos de especiarias e chocolate.
  • Café especial e gourmet: marcados pela acidez acentuada e pela doçura. Têm sabores mais frutados e florais, puxando sabores como caramelo, amêndoa, chocolate e mel.

E apesar da mudança na classificação dos cafés, Aline garante que o controle de qualidade segue sendo extremamente criterioso. Ela explica que o intuito é que todos os estilos tenham um padrão de qualidade que garanta a satisfação do consumidor. “Independentemente do perfil da bebida, as pessoas precisam saber que estão tomando um café monitorado, livre de impurezas, com o sabor que merecem”.

O brasileiro e o café

Os sentimentos despertados em Paulo e Fernanda fazem parte da vivência da maioria dos brasileiros, como mostrou uma pesquisa realizada pela Abic com mais de 5 mil apreciadores de café, em 14 municípios — a maior já feita sobre o consumo da bebida no Brasil e que revelou alguns dados que todos já imaginavam, e trouxe alguns insights curiosos.

Arquivo Pessoal - Para começar o dia, Paulo Almeida bebe 300ml de café pela manhã. Para ele, não se trata só de uma bebida, é auxílio na criatividade e produtividade, e companhia para os desafios e prazeres do dia a dia

“Os apreciadores relatam que provar um ‘excelente café’ cria sensações prazerosas, marcadas por lembranças de bem-estar e felicidade, algo que traz satisfação e deve ser compartilhado com uma pessoa querida”, conta Giuliana Bastos, do São Paulo Coffee Hub, empresa de inteligência de mercado especializada em café, responsável pela pesquisa.

Feito no segundo semestre de 2021, o estudo dividiu o público em três grandes grupos: o geral, que toma café comum, não entende sobre os sabores diferenciados e, em sua maioria, consome café tradicional e extraforte, representando 83% entre os entrevistados; os entusiastas, que entendem um pouco mais, compram cafés diferenciados e consomem as categorias tradicional, gourmet e especial, 12% entre os entrevistados; e os especialistas, que entendem muito de café, já fizeram cursos, podendo ou não trabalhar na área, verbalizam sobre o assunto de maneira técnica e consomem prioritariamente os gourmets e especiais e representaram 5% dos entrevistados.

Curiosamente, o público geral é o mais exigente e fiel quanto às marcas que toma, já os especialistas citam poucas e não têm preferências. O café moído é o mais consumido entre todos os grupos; o moído na hora, em cafeterias, agrada os entusiastas e especialistas; e os grãos são mais restritos aos especialistas. Já as cápsulas são consumidas pontualmente pelos entusiastas.

Outra surpresa foi o consumo de café sem açúcar. Cerca de 34% do público geral gosta de apreciar a bebida sem adoçá-la. Entre os entusiastas, essa média chega a 49% e, entre os mais entendidos sobre o tema, a 81%.

Métodos de preparo mais usados pelos brasileiros

59% Coador de pano
42% Cafeteira elétrica com coador de papel
35% Coador de papel
13% Cafeteira italiana ou moka
11% Máquina de sachê ou cápsula
9% Espresso de máquina
6% Cafeteira prensa francesa
6% Solúvel
1% Outros

Horários de consumo mais comuns

98% Ao acordar
89% Durante a manhã
79% Após o almoço
64% Durante a tarde
38% À noite

Motivação para tomar café

57% Melhorar o humor e a disposição
39% Ritual, prazer e bem-estar
37% Momento para pausa, reflexão e paz
3% Degustar e saborear a bebida
3% Oportunidade de interação com pessoas

Fonte: dados de estudo feito pelo Instituto Axxus em 2021

Mitos e verdades

Muito se fala que o consumo de café diário pode trazer diversos benefícios e também malefício, se ingerido exacerbadamente. Algumas das informações que propagam por aí são verdadeiras, outras nem tanto. Por isso, junto com especialistas, a Revista separou informações para você tomar o seu cafezinho de forma proveitosa, consciente e saudável.

Doenças neurológicas

Os benefícios do café vão de melhorar o foco, a energia e a concentração até a prevenção de doenças. “O café tem uma variedade gigante de compostos bioativos, incluindo muitos antioxidantes, ácido clorogênico, polifenois, e todos eles podem, sim, proporcionar muitos benefícios”, afirma a nutricionista Camila Pedrosa.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), estudos vêm mostrando que o consumo de café pode estar relacionado com a redução dos riscos de doenças neurodegenerativas, como a doença de Parkinson e o Alzheimer. Um estudo de corte apontado pela Abic mostrou que homens que consumiam pelo menos três a quatro xícaras de café por dia apresentavam um risco cinco vezes menor de desenvolver Parkison do que os não consumidores.

“Alguns estudos sugerem que os compostos antioxidantes e anti-inflamatórios presentes no café podem desempenhar um papel na proteção do cérebro contra danos oxidativos e inflamação, processos que estão relacionados com o desenvolvimento do Alzheimer’, explica o neurologista Nicolas Balduino.

Insônia

O café é comumente consumido para dar energia e tirar a sonolência. Segundo Nicolas Balduino, isso ocorre devido à capacidade da cafeína de bloquear a ação da adenosina, neurotransmissor responsável pela promoção da sensação de sonolência e relaxamento. A cafeína, por sua vez, pode se ligar aos mesmos receptores da adenosina, causando o efeito contrário.

“Como resultado, a cafeína estimula o sistema nervoso central, aumentando a vigilância, a concentração, a capacidade de atenção e a energia”, afirma. É por esse motivo que, se consumido próximo ao horário de se deitar, o café pode propiciar insônia ou outros distúrbios do sono. “É recomendável evitar o consumo de café algumas horas antes de dormir e monitorar a sensibilidade individual à cafeína”, completa o neurologista.

Ansiedade

Pelos mesmos motivos que o café interfere na qualidade do sono, a bebida também pode, em algumas pessoas, aumentar os sintomas de ansiedade, como agitação, tremores, palpitações e dificuldade para relaxar. “A cafeína pode aumentar a produção de cortisol, o hormônio do estresse, o que pode contribuir para a sensação de ansiedade em algumas pessoas", afirma Balduino. O médico ressalta que a resposta à cafeína pode variar de pessoa para pessoa, por isso é importante ficar atento à sensibilidade individual para consumir em quantidades que não sejam prejudiciais.

Irritação gástrica

Outro ponto importante de se ficar atento quanto ao consumo de café é que, em excesso, ele pode piorar casos de gastrite em pessoas com predisposição. Segundo a nutricionista Camila Pedrosa, isso ocorre devido à estimulação de ácido clorídrico no estômago, que auxilia no processo digestivo. “Isso vai aumentar a inflamação da mucosa do intestino, aquela mucosa gástrica, e pode contribuir para a piora dos casos de gastrite”, detalha.

Unsplash/ Devinavery - O café possui diversos benefícios para a saúde porém, se consumido em excesso pode trazer efeitos não desejados.

Grávidas

Segundo Camila Pedrosa, a cafeína atravessa a placenta e pode, sim, afetar o feto, por isso, em muitos casos, a recomendação é que ocorra a redução do consumo de café, assim como de alimentos com muita cafeína. “Essa quantidade adequada para uma gestante precisa ser em comum acordo com o obstetra, para que não tenha efeitos adversos no feto”, explica a nutricionista.

Crianças

De acordo com Nicolas Balduino, o consumo de café por crianças deve ser feito com moderação, cautela e sob orientação médica. É importante observar a sensibilidade da criança à cafeína, pois os efeitos colaterais indesejados também podem acometer os pequenos. Por terem corpos menores, eles podem sentir os efeitos negativos da cafeína consumindo uma quantidade menor que um adulto.

“Recomenda-se que crianças de 4 a 6 anos não consumam mais do que 45mg de cafeína por dia, e crianças de 7 a 9 anos não consumam mais do que 62,5mg por dia”, diz Nicolas. Outra dica dada pelo especialista é evitar o consumo perto da hora de dormir, pois os efeitos da cafeína podem afetar a qualidade do sono, momento de grande importância para o desenvolvimento infantil.

*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte

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