Durante muito tempo, as cores neutras e claras dominaram o mundo da decoração. Vistas como sinônimo de sofisticação e trazendo uma maior facilidade na hora de harmonizar o ambiente, ficavam sempre como primeira opção.
Mas imprimir a própria personalidade no lar é uma tendência que vem crescendo na última década, e ousar com as cores é uma das opções. O tom da vez é o azul, que surge como uma das apostas para 2024. Um estudo feito pela Suvinil Revela aponta que 30 tonalidades diferentes de azul, indo desde as mais profundas até as mais pálidas, estão entre as mais procuradas do ano.
Na visão da dupla de arquitetas Daniela Miranda e Tatiana Galiano, à frente do escritório Memoá Arquitetos, a cor está em ascensão por sua essência atemporal, pelas possibilidades estéticas e pelas sensações provocadas pelo azul quando consideramos a psicologia das cores.
Tatiana explica que o tom, costumeiramente associado ao céu e ao mar, favorece sentimentos de tranquilidade, serenidade e confiança. Mas alerta quanto ao exagero. “Se não for dosado adequadamente, o ambiente pode sofrer com sobrecarga visual, falta de contraste, desconexão com o estilo geral, perda de foco e incoerência emocional. O azul também pode trazer a sensação de frieza”, completa.
Quem busca suavidade e acolhimento deve investir nos tons mais claros, já os que preferem algo mais ousado, brincando com o mistério e a elegância, pode apostar nos azuis mais escuros e intensos.
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Os quatro azuis
Francesca Alzati, arquiteta e diretora criativa da by Kamy, explica que existem quatro azuis básicos que podem ser usados dentro da decoração com suas leves variações. O primeiro é o marinho, historicamente associado à extrema elegância, ótimo para salas de visitas, quartos e espaços mais sofisticados.
Em seguida, vem o royal. “Ele é mais praiano, tem a cara do sol e do verão. Na Bahia, em casas na cidade de Trancoso, por exemplo, é uma cor muito adotada”, comenta. Mesmo quem mora longe da praia pode apostar na cor para trazer os ares de férias para a área de lazer e da piscina, por exemplo.
O terceiro azul destacado por Francesca é o jeans, mais desbotado e que remete à liberdade, à juventude e à praticidade. “Sabe quando você bota uma calça jeans e sente que pode usar uma camisa de várias cores? Na decoração, é a mesma coisa. Você consegue acompanhar trazendo um sofá de couro ou um estofado em branco, cinza, tudo vai muito bem.”
Por fim, uma escolha mais clássica, o azul claro. A arquiteta enxerga e sugere a cor mais como um toque final para o ambiente, não tendo força para ser o protagonista do espaço. Almofadas, cortinas e objetos de decoração são, para Francesca, acessórios em que os tons mais suaves de azul se encaixam melhor.
Para quem gosta da ideia de inserir o azul na decoração, mas quer opções mais versáteis e não tão permanentes como paredes ou móveis grandes, Francesca indica almofadas, cortinas, vasos, quadros e tapetes, sua especialidade. “Existem desde tapetes chineses antigos até opções contemporâneas, com desenhos geométricos e abstratos bem interessantes.”
Apesar do crescimento do uso do azul na decoração, Francesca acredita que uma ressalva é necessária e deve ser levada em consideração nas escolhas do design de uma casa. Para ela, o lar precisa ter a cara do morador e não ser a cópia do que se vê em uma loja de móveis ou em um catálogo, é importante que os clientes tenham cuidado com as tendências e os modismos e não se rendam a algo que não os agrada.
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