Escrever é praticamente um chamado de vida. Uma força da natureza que escolhe a dedo aqueles que serão responsáveis por propagar a arte e alcançar pessoas. Mas, em alguns casos, certas histórias voltadas à literatura ganham contornos mais bonitos, sobretudo quando elas despertam inspiração. Thalita Rebouças, 49 anos, sabe bem o peso de ser uma das escritoras mais populares do país.
Roteirista, jornalista, atriz, repórter, Thalita só não tentou uma carreira na música porque “não queria magoar pessoas”, como brinca. No fim, Thalita conseguiu ser tudo o que a vida lhe permitiu. Caminhar por tantos desafios, de certa forma, a levou bem mais longe do que jamais imaginaria. “Eu fico muito feliz em ver que minha carreira deu certo e que consigo inspirar outras autoras. Qualquer escritor pode dar certo, basta acreditar”, conclui.
Mais do que escrever, Thalita também tem por luta algumas bandeiras. Ser um símbolo para uma geração inteira de mulheres faz parte, ainda, dos tantos dons que ela guarda dentro de si. No Brasília Shopping, no Dia Internacional da Mulher, marcou presença em um bate-papo entre mães e filhas. Para ela, estar na capital do país é sempre uma honra e sinônimo de carinho recíproco, bem como memórias que diz preservar com zelo no peito.
Desta vez, a condução do talk, realizado por ela, ressaltou a importância do diálogo e da compreensão dentro desses dois mundos que, embora sejam diferentes em algum momento, podem se complementar com muito amor e escuta.
“Na minha adolescência, não tinha ideia de como eu podia aprender com mulheres mais velhas. Eu debochava, revirava o olho e, hoje, fico pensando como não tinha tanta inteligência para isso. A troca para mães e filhas é essencial, uma aprendendo com a outra”, destaca Thalita. E se tem um assunto na qual a escritora tem propriedade para falar com maestria são jovens e adolescentes. Um público que, certamente, é muito grato aos ensinamentos da jornalista.
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Uma carreira feliz
São tantos livros e aparições em programas de televisão que Thalita mal se recorda a quantidade. “Acredito que estou na 28ª obra, às vezes preciso parar para contar. Cheguei a um momento que vou só obedecendo as vozes da minha cabeça e escrevendo tudo o que aparece. Claro que, se é um filme, por exemplo, preciso cumprir um roteiro. Eu não tenho um processo muito bem definido”, completa.
Agora, mais um lançamento está para chegar. Felicidade inegociável e outras rimas é o novo livro da autora, que aborda assuntos como menopausa, relacionamento tóxico, sororidade, luto e decepção. De acordo com Thalita, é a primeira escrita para uma mulher mais madura. Além disso, destaca a importância de abraçar o envelhecimento com mais positividade.
A obra estará disponível em áudio, narrado pela própria escritora. “É o meu primeiro livro de rimas, que será lançado pela Harper Collins. Ele nasceu no Instagram, quando comecei a postar as frases e a mulherada foi se engajando. São mais de 40 poemas. Estou muito empolgada e contente.”
Cinema e televisão
Além dos tantos livros, outros projetos deram um destaque ainda mais emblemático à jornada de Thalita até aqui. São mais de 10 filmes, entre exibições como atriz ou como roteirista. O preferido, segundo ela, é Pai em dobro, produzido pela Netflix e estrelado pela jovem Maisa, em 2021. “Eu tenho sido bem feliz fazendo audiovisual porque sei que não são todos os artistas conseguem”, acrescenta.
Na televisão, a autora é figurinha carimbada em diversos programas. Apenas no The voice kids foram mais de seis anos como apresentadora. “Foi muito legal, pois eu gosto de me comunicar e acredito ser uma boa comunicadora. Gosto de pensar que tudo isso esteja interligado de alguma forma, era gostoso demais brincar e apresentar. É uma experiência muito diferente”, descreve Thalita.
Com uma trajetória tão bonita e cheia de vivências, a autora não deseja e tampouco tem vontade de diminuir a corrida. A criatividade, garante ela, está em dia e espera continuar assim. O novo livro, na visão da jornalista, carrega um pouco dessa energia. Não ter medo da idade, da vida ou de recomeçar. Para quem é um rosto desses ideais, Thalita inspira e mantém no pensamento a crença de que a literatura pode, sim, alcançar o coração de inúmeras pessoas.
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