Bichos

Descanso merecido! Saiba como viajar em segurança com os pets

Neste período de férias, viagens são comuns e, como parte da família, os animais de estimação também merecem se divertir. Por isso, todo cuidado é essencial

James Bond (esquerda) e o Johnny (direita) viajam sempre que podem com sua tutora -  (crédito: Arquivo pessoal)
James Bond (esquerda) e o Johnny (direita) viajam sempre que podem com sua tutora - (crédito: Arquivo pessoal)

Verão, época de férias e descanso. Neste período, as famílias se programam e buscam os melhores lugares para tirar um tempo da vida agitada. No entanto, muitas precisam levar os bichos de estimação para viajar, seja no avião, seja no carro. Com isso, todo cuidado é pouco para garantir a segurança dos amigos de quatro patas.

Pensando nisso, o passeio, tanto de tutores quanto de pets, deve ser muito bem planejado. Paulo Tabanez (@paulotabane), médico-veterinário e diretor da clínica veterinária Tabanez, afirma que a família precisa se atentar ao clima da região, às regras de transporte, ao esquema de vacinação, ao uso de repelentes e ao controle de ectoparasitos e endoparasitos.

"É preciso se certificar de que as hospedagens são pet friendly e adaptadas para recebê-los. Caso viaje para a casa de familiares, entender as condições locais de segurança para evitar fugas e se há outros animais no local. Não se esquecer de levar a alimentação que o animal está acostumado para não ocorrer troca brusca de comida e gerar desconfortos gastrointestinais", recomenda Paulo.

Se o animal toma medicamentos de uso contínuo, é preciso se lembrar de separar e levar a quantidade adequada para o tempo de permanência da família. Ver com antecedência indicações de clínicas veterinárias ou profissionais locais, como referência para possíveis emergências, é crucial para uma viagem de conforto e qualidade.

De acordo com o veterinário, o tutor pode, ainda, conversar com o profissional que cuida do bichinho, para saber se a região de destino tem doenças diferentes do lugar em que o animal vive e se existem medidas de prevenção a serem tomadas. "Se irão para locais onde tem piscina, certifique-se de que tem proteção, pois os pets podem sofrer acidentes. É importante que os animais usem coleiras de identificação, chips e tags de localização para caso se percam ou fujam acidentalmente", ressalta.

James e Johnny

Em busca de um ambiente calmo, Maria Clara de Paula Machado, 21 anos, levou os pets James Bond e Johnny para Caldas Novas, onde a família tem um chalé. Lá, a paz e a tranquilidade foram as razões que fizeram a tutora viajar com os bichos. "Além disso, é uma cidade próxima de Brasília, então queria que eles se acostumassem às viagens de carro", acrescenta.

O primeiro passo é separar a carteirinha de vacinação e arrumar a mala de ambos, com ração, comedouro e pote de água. Maria Clara também compra remédio contra carrapatos e pulgas e administra vermífugo para os dois antes de viajar. Por fim, na hora de entrar no carro, coloca uma capa protetora no banco, a cama e os cintos de segurança, para que consigam viajar seguros e confortáveis.

"Sempre procuro com antecedência hotéis que aceitam pets e costumo fazer mais paradas para que eles possam beber água e fazer necessidades", completa. Com personalidades diferentes, um deles já se acostumou aos passeios no veículo da família e até dorme durante o trajeto.

O segundo, entretanto, fica um pouco ansioso nas primeiras horas de viagem, mas logo consegue se acalmar e ficar tranquilo, como descreve Maria Clara. "Acredito que os dois se ajudam nesse ponto, e conseguem ficar calmos", finaliza. Além de Caldas Novas, a tutora costuma viajar com os amigos de quatro patas ao Rio de Janeiro, de carro, todos os anos, pois tem parentes na cidade.

Mais orientações

Clarissa Rocha, cirurgiã-geral, ortopedista, neurologista e mestre em saúde animal, destaca que existem algumas informações a serem vistas com antecedência para viagens de avião, em especial as políticas da companhia aérea em relação aos animais de estimação. "Cada uma tem uma especificação com relação às caixas de transporte e ao local em que o animal poderá ser transportado, levando em consideração principalmente o peso e o tamanho do mesmo. Alguns pets poderão viajar no compartimento de malas, outros, acompanhando os proprietários. Para todos os voos é exigida a guia de transporte animal, que deve ser emitida apenas por médicos-veterinários", complementa a especialista.

Após avaliação clínica e física do animal, o médico emite um atestado de saúde e a guia de transporte. Além disso, é necessário que a vacinação contra raiva esteja atualizada por mais de 30 dias antes do voo. Para viagens de carro, segundo a veterinária, é necessário que o tutor se certifique de que o pet está seguro em uma caixa de transporte ou com cinto de segurança apropriado.

Em veículos, a depender do tempo de viagem, é importante manter o ambiente climatizado e espaçoso, executando algumas paradas ao longo do trajeto para que os bichos possam realizar suas necessidades, esticar as perninhas e gastar um pouco de energia. Alguns animais podem sofrer com enjoos durante o transporte e, para isso, é necessário consultar o médico veterinário com relação aos medicamentos que podem ser utilizados para evitar esse desconforto.

Praia com pets?

De acordo com Clarissa, é sempre recomendado que os animais mais peludinhos passem por tosa antes de viagens que envolvam água (praia e piscinas), facilitando os cuidados com banhos e secagem após exposição ao cloro, água dos mar e areia. "Durante o passeio, devemos manter o pet hidratado, protegê-lo da exposição solar, utilizando protetores solares específicos e roupas de proteção, e evitando os períodos mais quentes do dia. Evite a ingestão de água do mar e fique de olho nos dejetos que são deixados no chão. Além disso, em regiões praianas, a probabilidade de adquirir o famoso "verme do coração" (doença causada por parasita) é maior, dessa forma, consulte o médico veterinário com relação aos medicamentos de prevenção", explica

Natureza é o destino

Apaixonada por cães desde pequena, Bárbara Geovana Ferreira, 33, fez a primeira viagem com o pet Galileu para Alto Paraíso, em 2011. No local, o levou para conhecer as cachoeiras e fazer trilhas. Na maioria das vezes, os passeios são sempre para a natureza. Assim, ela tem como um dos cuidados utilizar coleira repelente, como a Scalibor.

"Atualizo a carteira de vacinação para que ele não pegue nenhuma virose. Cuido sempre de mantê-lo hidratado e longe de perigos. Antes de ir, sempre passa por uma avaliação veterinária minuciosa, na qual fazemos o atestado sanitário, obrigatório para transitar com cães e gatos fora dos limites do meu estado", conta a tutora.

Como o cão é de grande porte, Bárbara evita lugares muito longe, que necessitem de avião, para que ela não se distancie do pet. Entretanto, quando é preciso, faz uso de caixa de transporte para levar o animal, pois é a maneira mais segura e recomendada para realizar o passeio.

Acostumado às viagens, a felicidade é o único sentimento possível durante o traslado de carro. "Geralmente vamos para locais com muita natureza, para desacelerar do ritmo da cidade. Chapada dos Veadeiros e Chapada Diamantina são alguns dos destinos que estamos habituados a ir", revela a tutora. 

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 07/01/2024 08:00
x