Com a chegada do fim do ano, os preparativos para a tão esperada ceia de Natal são iniciados. Peru, uvas passas, salpicão e pavê, com a família reunida, é hora de se esbaldar. Mas, onde ficam os pets nesse momento especial? Os amigos de quatro patas fazem parte da família e muitos tutores prezam por inseri-los nas confraternizações, mas é importante entender que isso deve ser feito com muita cautela e sabedoria, uma vez que os bichos têm organismo completamente diferente dos humanos e, por isso, não podem ingerir os mesmos alimentos.
Para Lucas de Sousa, médico veterinário especializado em animais silvestres e exóticos e responsável técnico da Brasil Silvestre, é perfeitamente possível inserir os pets na ceia. Ele sugere que os responsáveis façam uma refeição especial para os pets, pois a prática é uma boa forma de estreitar os laços entre os donos e seus animais.
Lorena Bastos, médica veterinária da clínica Salud Pet, destaca, porém, que cada animalzinho tem a sua personalidade e nem todos curtem o excesso de movimento de pessoas e/ou outros animais. "Cãezinhos mais tímidos ou agressivos, e a maioria dos gatos, preferem locais mais quietos e silenciosos, podendo levar a um estresse muito grande caso sejam inseridos em confraternizações. Mas os mais sociáveis, que amam a companhia, podem aproveitar muito uma festinha", afirma. A especialista ressalta a importância de avisar aos outros convidados para que não deem alimentos e que tomem muito cuidado ao andar — no caso de o pet ser muito pequeno — para não haver riscos de pisadura.
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Colocando a mão na massa
Agora que você já sabe que os pets são bem-vindos na festa, entenda quais adaptações e alimentos são necessários para incluí-los. Na hora de organizar a ceia dos animais, é importante saber que os produtos destinados para pets são as melhores opções, pois, geralmente, suas receitas são feitas por veterinários especializados na nutrição daquela espécie. "Esses alimentos, porém, têm que ser vistos como um enorme petisco! É igual a uma ceia para humanos: não é algo para se comer todos os dias. É muito calórico, e o excesso pode ser perigoso para a saúde dos animais", alerta Lucas.
O profissional explica que a quantidade é uma questão de extrema relevância quando falamos em alimentar qualquer espécie. "A diferença entre veneno e remédio é só a quantidade, e espécies diferentes têm corpos diferentes. Algumas coisas que são saudáveis para nós podem ser saudáveis para eles também, mas depende da quantidade."
Contudo, há alimentos que, ainda que sejam muito saudáveis para os humanos, podem ser extremamente tóxicos a depender da espécie do pet. A uva e a uva passa, por exemplo, que marcam presença em todas as ceias, não podem ser oferecidas de forma alguma a cachorros e gatos, mas as aves estão autorizadas, pois não oferecem risco algum.
Se a ideia é preparar para o pet uma ceia semelhante com a que será desfrutada pelos tutores, o especialista aponta que o frango pode ser inserido, desde que no preparo não sejam adicionados temperos e sais. "Se for dar carne aos pets, certifique-se de que são de uma espécie carnívora ou onívora — nunca ofereça carne a herbívoros, como coelhos, porquinhos-da-índia, papagaios ou outros."
Mas não há ceia sem sobremesa, certo? Para fazer uma sobremesa para os pets, prefira usar frutas que a espécie possa comer. Doces humanos não devem ser oferecidos. O mais indicado é procurar um veterinário especializado na espécie do pet para esclarecer melhor sobre quais alimentos específicos são seguros para ele, afinal, não se deve oferecer muitas sobremesas caso ele seja diabético, por exemplo.
É possível encontrar, em comércios voltados aos cuidados com os pets, panetones, ceias e biscoitos natalinos próprios para consumo animal. Lorena explica que a maioria desses produtos natalinos vendidos em pet shops trata-se de alimentos processados e que não trazem uma qualidade nutricional importante, mas se oferecidos somente em ocasiões especiais, em geral, não trazem problemas. "Exceções são para animais com estômago sensível, obesos, alérgicos ou com algum outro tipo de restrição alimentar, pois, nesses casos, mesmo uma porção pequena do alimento podem ser maléficos."
Alimentos tóxicos para os pets:
- Uva (inclusive passas)
- Cebola
- Alho
- Chocolates
Ceia natural
Se a ideia é fazer uma refeição natural, use:
- Banana
- Maçã (sem sementes)
- Melão
- Legumes
- Verduras e carnes magras
Sintomas de intoxicação por alimentos
- Vômitos
- Diarreias
- Tremores e apatia
Obs: Lorena Basto alerta os tutores para que, caso vejam o animal comendo algum alimento tóxico ou perceba algum desses sinais, dirijam-se imediatamente para um hospital 24 horas, para verificação e tratamento.
*Estagiária sob supervisão de Sibele Negromonte