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Dicionário capilar: você sabe o que significa low poo, no poo e co wash?

Os nomes das diferentes técnicas usadas na hora de lavar o cabelo podem causar confusão na cabeça de quem não os conhece. Saiba o significado de cada método

Quem nunca se viu na situação de ir à loja em busca de um simples xampu para lavar os cabelos e ficar confuso ao olhar a prateleira e se deparar com infinitas opções marcadas com diferentes termos no rótulo? No poo, low poo, co wash… Mas, o que significa tudo isso?

Para entender a origem dessas técnicas comumente estampadas nos rótulos dos produtos para cabelo, é necessário viajar para 2010, quando a cabeleireira britânica Lorraine Massey criou o método chamado Curly Girl, que consiste em cuidar dos cabelos cacheados e crespos de forma leve e saudável, e publicou o livro intitulado, em tradução livre, O Manual da garota cacheada.

Na obra, a cabeleireira ensina as leitoras a identificarem a curvatura de seus cabelos e a utilizarem os métodos low poo e no poo. A tricologista e dermatologista Larissa Gadelha explica que, no Brasil, os métodos ganharam impulso por meio de comunidades on-line e grupos de cuidados capilares tradicionais, que costumavam compartilhar experiências, dicas e métodos alternativos.

Larissa aponta que low poo se trata do uso de pouco xampu, livre de sulfato e com baixa ação detergente. "É um xampu que limpa, porém de forma suave." A especialista explica que, nesse caso, os cabelos que são muito oleosos ou estão em situações em que há uma patologia que faz com que o couro cabeludo necessite de uma limpeza maior, a técnica não é muito indicada.

Já no método no poo, o xampu tradicional é totalmente dispensado, e a fórmula do produto usado na lavagem deve ser livre de sulfato, silicone e petrolatos. "Nessa técnica, existem alguns anfóteros, que têm agente de detergente baixo, portanto não conseguem remover, do cabelo e do couro cabeludo, os resíduos de silicone insolúveis como, por exemplo, os petrolatos."

No caso da técnica co wash, a tricologista Viviane Coutinho explica que apenas o condicionador atua na lavagem dos fios, o xampu é eliminado da rotina. A especialista aponta que o condicionador não tem a capacidade de remover sujidade, oleosidade e suor, ressaltando que não é ideal que seja usado para substituir o xampu tradicional. "Às vezes, é importante usar um xampu que não seja tão agressivo, mas pensando na pele e no equilíbrio da microbiota. É uma opção, mas não pode ser uma rotina, nem substituir o xampu."

É importante ressaltar que o condicionador utilizado no co wash não pode ser qualquer um. O produto não pode carregar silicone insolúveis, petrolatos, parabenos e parafina em sua fórmula. Larissa declara que, nesse caso, a limpeza é muito sutil, uma vez que a fórmula liberada para o co wash é composta por extratos, óleos e polímeros solúveis à água, o que torna o produto extremamente leve. "Seria uma higienização muito insignificante, o que me causa resistência em indicá-la, pela grande chance de ficarem resíduos nos fios e no couro cabeludo."

Vale a pena aderir? 

O principal objetivo dos métodos é distanciar substâncias agressivas para evitar o ressecamento dos fios, manter a lubrificação natural e o equilíbrio, tanto da pele quanto da fibra capilar, o que, de acordo com Viviane, de fato, acontece. "Os petrolatos podem dificultar a reposição de nutrientes e respiração dos fios, acabando por entupir os folículos. Já o sulfato tem o poder de alterar o pH da fibra capilar, fazendo com que ele fique frágil e mais suscetível à queda e à quebra. O silicone, a longo prazo, pode obstruir os poros da fibra capilar, também impedindo que ocorra a respiração e a penetração de ativos benéficos."

Entretanto, as especialistas apontam alguns pontos como desvantajosos, uma vez que os produtos utilizados nas técnicas não promovem total exclusão da sujidade, o que pode causar acúmulo de produto e de oleosidade, ocasionando algumas disfunções do couro cabeludo. "Como no dia a dia estamos submetidos à poluição e ao suor, é importante usar algo para renovar. Do contrário, o cabelo fica bonito, mas a pele do couro cabeludo fica prejudicada"', aconselha Viviane. 

Larissa sugere que os profissionais de cuidados capilares sejam consultados para orientação personalizada, uma vez que as técnicas podem funcionar melhor para alguns tipos de cabelo e serem perigosas para outras condições. "Uma dica para quem quer seguir essas técnicas é um rodízio de lavagem. Por exemplo: hoje usar um surfactante mais forte na lavagem, daqui a dois dias um surfactante menor, e intercalar para não ter acúmulo cosmético no couro nem no fio. Se usar surfactante muito baixo no couro e nos fios, ficarão resíduos de creme, o fio começará a ficar opaco e sem brilho, com aspecto de sebo, além de aumentar os riscos de desenvolver patologias no couro cabeludo."

Substâncias proibidas no low poo

- Sulfatos

- Silicones

- Petrolatos

- Parabenos

*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte

 

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