Estética artesanal: decoração mistura originalidade e cultura

Com o uso da arte popular e do artesanato, é possível criar ambientes exclusivos e cheios de personalidade

O uso de peças artesanais e da arte popular, como esculturas, cerâmicas, tapeçarias e pinturas, na decoração da casa é uma boa pedida para enriquecer a estética dos ambientes. A utilização desses elementos adiciona personalidade e exclusividade para o lar, além de valorizar o trabalho de artesãos. A composição pode ser feita em combinação com outros móveis e é ideal para dar vida e cor a espaços neutros.

Esse tipo de decoração é uma opção perfeita para aqueles que prezam pela beleza dos ambientes e pela cultura do país. Além disso, nesse tipo de trabalho, o cuidado com detalhes e com o processo criativo, ligado a sentimentos, valores e até dificuldades, gera um objeto inigualável.

 

Arquivo Pessoal - Ambiente criado por Fernanda Rocha Lima em um consultório

Para o arquiteto Lutero Leme, os artesanatos podem ser incorporados de diversas formas e em diferentes locais: paredes, pisos, móveis e objetos. "Os elementos são interessantes na decoração de ambientes porque adicionam autenticidade e originalidade", acredita.

Além disso, o artesanato torna o espaço mais acolhedor e único. "Eles trazem consigo a história e a cultura de uma região, além de serem peças únicas e feitas à mão, o que confere um charme especial ao ambiente", explica. Segundo Lutero, essas sempre estiveram em tendência, pois criam uma estética convidativa e com identidade.

Como usar

O artesanato pode ser usado de diversas formas. O ideal é sempre encaixar o objeto com a estética da casa. "Primeiro, a gente precisa passar pela identificação da peça e do estilo do ambiente. E aí, combinar as cores e as texturas", explica a arquiteta Fernanda Rocha Lima. 

Pequenos artesanatos adicionados à mesa, por exemplo, trazem personalidade e charme ao espaço. Além disso, muitos arquitetos criam cantinhos com várias peças, como cestas, vasos e arranjos naturais, mas recomendam sempre cuidado para não poluir a estética do cômodo.

 

Os objetos também podem ser colocados em espaços neutros, como paredes brancas. "O próprio tapete, que já usei em projetos, pode virar uma tapeçaria na parede ou um divisor de ambientes", exemplifica Fernanda. Assim, além de tecidos, cerâmicas para plantas e objetos decorativos podem ser adicionados em móveis neutros, como cômodas ou mesas de centro.

O uso da arte popular também é interessante na decoração dos ambientes. Essas são peças únicas, inspiradas em regionalidade, crenças e costumes típicos da cultura dos artistas. O arquiteto Hélio Albuquerque explica que esse tipo de elemento está mais ligado a critérios estéticos e artísticos, enquanto o artesanato refere-se a uma manifestação do artesão.

Esculturas, pinturas e cerâmicas são exemplos de elementos da arte popular famosos no imaginário brasileiro e cada vez mais presentes nos lares. "É importante frisar que a arte popular quase sempre é passada de geração para geração, por isso o valor e a raridade das peças", explica Hélio, que sempre utiliza esses elementos nas suas composições. 

 

Arquivo Pessoal - Projeto Casa Finitura de 2021, da CasaCor, produzido por Hélio Albuquerque. A presença da arte popular é bastante presente na composição do ambiente

O arquiteto costuma utilizar as peças conforme o projeto, o gosto e a harmonia do ambiente. "Não é simplesmente a gente pegar e colocar o elemento em determinado espaço, sem que isso tenha real relevância. Foi-se o tempo em que a arte popular estava na varanda ou debaixo da escada. Ela hoje está na nossa área social, está dentro das nossas salas de estar", pontua o profissional. Para Hélio, a arte popular passou a ser realmente um objeto de desejo e de valor.

O arquiteto ensina que, mesmo com essa característica especial de originalidade, a arte popular pode e deve ser combinada com elementos modernos e mais atuais, a partir de uma composição cuidadosa e profissional. Outros profissionais, como Lutero Leme, também utilizam essa forma de composição nos seus ambientes. "Você pode combinar uma escultura artesanal em madeira com móveis de design moderno, ou utilizar uma tapeçaria tradicional em um ambiente com linhas arquitetônicas minimalistas. A chave está em encontrar o equilíbrio entre os diferentes elementos para criar uma composição harmoniosa", explica.

Decoração comercial

Não é só nas casas que é possível criar esse ambiente com artesanatos, em espaços comerciais também é viável. A arquiteta Fernanda Rocha Lima explica que, nesses lugares, é onde a produtividade e bem-estar andam lado a lado. "A decoração bem aplicada é fundamental para a qualidade das relações nesses espaços", pontua.

Além disso, os elementos certos ajudam na criação de uma atmosfera emocional, capaz de ajudar na conexão com os clientes. "Na decoração de um consultório de psicologia, o uso de tapete de crochê artesanal trouxe mais acolhimento e um ambiente ideal para conversas sensíveis", exemplifica a profissional. Em outro trabalho, para uma loja de roupas femininas, Fernanda  Rocha Lima utilizou vasos artesanais de cerâmica e argila, que contrasta com a fluidez das roupas femininas.

Arquivo Pessoal - Ambiente criado por Fernanda Rocha Lima em uma loja de roupas

Além de todas as vantagens estéticas, o artesanato e a arte popular têm um viés sustentável e ajudam no apoio a artesãos e artistas. "A importância desses elementos na arquitetura está relacionada à valorização da cultura local, à preservação de técnicas tradicionais e à criação de ambientes acolhedores", completa Lutero Leme.

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Arquivo Pessoal - Projeto Casa Finitura de 2021 (CASACOR) produzido por Hélio Barcellos. A presença da arte popular é bastante presente na composição do ambiente.