Especial

Ano novo, vida nova! Novos começos se aproximam em 2024

Com a aproximação da virada do ano, os planos para o ciclo seguinte invadem a mente. Iniciar um novo projeto ou realizar um sonho pode ser desafiador, por isso, organização e bom planejamento são fundamentais na hora de se aventurar em horizontes desconhecidos

Pollyane de Oliveira não planejava ser mãe quando engravidou, aos 23 ano. Agora, aguarda 2024 ansiosamente para viver os desafios e asdescobertas da maternidade  -  (crédito: Arquivo pessoal )
Pollyane de Oliveira não planejava ser mãe quando engravidou, aos 23 ano. Agora, aguarda 2024 ansiosamente para viver os desafios e asdescobertas da maternidade - (crédito: Arquivo pessoal )
postado em 31/12/2023 07:00 / atualizado em 02/01/2024 09:47

"Eu quero amor, eu quero tudo que for bem colorido, tudo que for leve…" Os desejos cantados por Alice Caymmi na música Tudo o que for leve assemelham-se aos manifestos universais de fim de ano. Com a virada de ciclo se aproximando, o frio na barriga sobre o que acontecerá nos meses seguintes toma conta.

Há cenários em que a nova jornada é uma completa surpresa, mas em outros, existem planos para traçar um caminho totalmente diferente do que foi percorrido no ano que fica para trás. Independentemente de saber ou não o que virá, ansiar por conquistas e acontecimentos positivos é de praxe. No caso de Juliana Leite e Icaro Machado; Pollyane de Oliveira; Mickaelly Santos e Matheus Costa, o ano de 2024 reserva um grande percurso de descobertas e autoconhecimento.

Encontro marcado com a maternidade

A paixão pelas bonecas é muito comum na infância das meninas. Combinar as várias roupinhas, preparar mamadeiras e colecionar chupetas costuma ser um momento de diversão. Com Pollyane de Oliveira, 23 anos, era exatamente assim. Quando menina, passava horas brincando de "mãe e filha", mas a afeição que nutria pela maternidade foi perdendo força ao passo que crescia. Já adulta, passou a se questionar acerca da própria maturidade, não sabia se era suficiente para que pudesse se tornar mãe. A infeliz experiência com relacionamentos amorosos conturbados também contribuiu para que o desejo diminuísse.

Entretanto, em março deste ano, após um descuido no final do ciclo menstrual, começou a sentir um mal-estar persistente e, para desencargo de consciência, optou por fazer um teste de gravidez de farmácia. O resultado foi positivo e Pollyane se viu imersa exatamente na situação para a qual se sentia despreparada. "Inicialmente, entrei em desespero, mas informei ao pai da criança, que, embora chocado, me confortou, assegurando que assumiria a paternidade. Contamos aos nossos pais e, para a nossa surpresa, eles nos acolheram calorosamente, demonstrando apoio desde o primeiro momento."

Pollyane sempre considerou válido fazer uma retrospectiva do ano que se encerra para agradecer pelas coisas boas e compreender os aprendizados, traçando metas e planos para o próximo ano, ainda que mudem com o tempo. Para esta virada, conta que tem sido difícil lidar com as expectativas, pois sabe que sua vida mudará completamente. Apesar da ansiedade, tenta manter o pensamento positivo.

A previsão é de que Isabela venha ao mundo logo no primeiro mês do ano, em 27 de janeiro de 2024. "Será uma mudança total e, com certeza, para melhor, pois ela estará conosco e trará alegria à minha vida. Sinto que 2024 será o ano mais desafiador da minha vida, e cuidar da minha filha será minha prioridade absoluta."

Faltando muito pouco para a virada, Pollyane acredita que a transformação começou desde o momento em que descobriu que seria mãe. "Demorei alguns meses para aceitar, mas quando me dei conta do amor que já sinto por essa garotinha na minha barriga, percebi o quanto preciso mudar para ser ao menos metade da mãe que desejo ser para ela. Isso tem alterado minha forma de pensar, reagir a certas situações e até mesmo às minhas vontades."

Para a mãe de primeira viagem, a maior mudança será a percepção da própria força, acredita que, após a experiência do parto, sua capacidade será evidenciada. Atualmente Pollyane não está empregada, mas conta com uma sólida rede de apoio que a ampara enquanto não volta ao mercado de trabalho. Para além da maternidade, em 2024 pretende finalizar a faculdade de pedagogia, uma vez que faltam apenas dois semestres para receber o diploma.

Pollyane de Oliveira não planejava ser mãe quando engravidou aos 23 anos, agora aguarda 2024 ansiosamente para viver os desafios e descobertas da maternidade
Pollyane de Oliveira não planejava ser mãe quando engravidou, aos 23 ano. Agora, aguarda 2024 ansiosamente para viver os desafios e asdescobertas da maternidade (foto: Arquivo pessoal )

Preparando-se para o novo ciclo

Gestação planejada ou não, lidar com a chegada do primeiro filho é uma experiência desafiadora. O cenário coberto por fraldas, mamadeiras e papinhas pode ser verdadeiramente assustador para alguém que nunca teve contato com um bebê antes. Para auxiliar no processo de anseios e descobertas, existem cursos que ministram ensinamentos que vão desde detalhes a aprendizados essenciais, como primeiros socorros.

Priscilla Montes, educadora parental, certificada pela Positive Discipline Association (PDA), pós-graduanda em neurociências e desenvolvimento Infantil, influenciadora digital e mãe, conta que o curso é um momento interativo que faz parte da tradição da gravidez e que contribui para a união do casal.

A especialista expõe que é essencial estudar mais do que a mamadeira, a cama compartilhada ou como dar o primeiro banho. "Tudo isso é relevante, mas mais do que isso, precisamos começar a estudar sobre qual ser humano vamos entregar ao mundo e de que forma vamos criá-lo, porque a educação respeitosa já começa com o neném na barriga."

Priscilla conta que o primeiro erro e, geralmente, mais comum é achar que não dará conta de tudo. Ela ressalta que, no início da gestação, as emoções estão à flor da pele, então é normal sentir culpa durante o processo e nas tentativas de acerto. A rede de apoio é fundamental, mas é importante saber aceitar e administrar o suporte recebido. "Porém, você só consegue cuidar do outro, cuidando de você. Ter a rede de apoio é fundamental, mas aceitar a rede de apoio também é."

Paulo Lisbão, ginecologista e obstetra da Maternidade Brasília, da rede Dasa no DF, salienta que a compreensão da nova dinâmica familiar é primordial para que as situações de dificuldades, que podem surgir nesse período, sejam minimizadas. "Adquirir conhecimento por meio de cursos, rodas de conversa com outras mães e pais mais experientes, pesquisas na internet, realizar o pré-natal de maneira adequada e cercar-se da atenção de familiares e amigos é o caminho ideal para acolher essa nova vida no seio familiar sem traumas ou maiores dificuldades."

Curso para os futuros pais

A Maternidade Brasília oferece curso para casais grávidos. Com palestras ministradas pela equipe multidisciplinar, composta por pediatra, obstetra, anestesiologista, enfermeira, fisioterapeuta e psicóloga, os profissionais compartilham informações e sanam dúvidas sobre gestação, preparação para o parto e pós-parto. Entre os temas abordados estão os tipos de parto e analgesia (anestesia para redução das dores do trabalho de parto), a importância da vacinação dos bebês e outros assuntos relacionados aos cuidados da gestante e do recém-nascido. Os casais interessados podem se inscrever no site www.maternidadebrasilia.com.br.

Um teto para chamar de meu

A poucas horas da virada do ano, a recepcionista Mickaelly Santos, 21, vivencia uma intensa ansiedade. Em 2024, se mudará da casa onde mora com o pai para viver no próprio lar. A decisão de morar sozinha era pensada há um tempo. Em 2020, quando Mickaelly vivia com a mãe e os três irmãos, a rotina que vivenciava era muito pesada. Estudante do ensino médio, morava em uma chácara distante, na zona rural de Planaltina-DF, e, consequentemente, precisava pegar ao menos três ônibus para chegar à escola.

Diante de tanto sacrifício, a mãe, apesar da boa relação que mantinha com as filhas, pensou que seria melhor se Mickaelly e a irmã mais nova tivessem o próprio cantinho. Em 2021, com 19 e 17 anos, as duas se mudaram. Viviam do salário de menor aprendiz e da pensão que Mickaelly recebia pela morte do pai biológico. "Com o salário ,eu conseguia pagar as contas, o aluguel, fazer as compras e, às vezes, sobrava um pouco de dinheiro, mas sempre acontecia alguma coisinha: o gás acabava, precisava comprar isso ou aquilo."

A relação das duas irmãs sempre foi muito tranquila, mas acabou um pouco abalada depois que passaram a viver juntas. "A gente se dá muito bem, mas morando juntas foi completamente diferente." Mickaelly decidiu, então, depois de dois anos, se mudar mais uma vez, agora para a casa do pai de criação, onde vive até hoje.

Os planos para 2024 é, finalmente, viver somente com a própria companhia. Mickaelly conta que gosta de liberdade e independência, por isso acredita que morar sozinha seja a melhor opção, pelo menos nesta fase da vida. Atualmente, a recepcionista não tem um profissional para a ajudar com os planejamentos financeiros, mas conta que sempre seguiu o velho e bom modelo de colocar tudo na ponta do lápis.

Por ter tido a experiência de viver sozinha com a irmã, Mickaelly sabe que não será fácil e entende que, às vezes, as coisas sairão um pouco do eixo, especialmente no sentido financeiro, mas declara que está muito ansiosa para, finalmente, experimentar a liberdade de ter um cantinho para si.

Mickaelly vive a expectativa de morar sozinha em 0224
Mickaelly vive a expectativa de morar sozinha em 0224 (foto: Arquivo pessoal)

Vai morar sozinho? Anote as dicas!

Felipe Queiroz, economista e pesquisador da Unicamp, lista tudo que é essencial saber antes de ir morar sozinho em 2024

1. Escolha bem onde morar

Leve em consideração diferentes custos, como o da locomoção. A depender desses gastos, um aluguel barato poderá sair caro ou um aluguel mais caro, em uma localização mais próxima do trabalho, por exemplo, oferecerá melhor custo-benefício.

2. Analise bem o contrato de aluguel

É importante entender que o contrato padrão é, geralmente, de três anos, então caso haja desistência antes, há multa de rescisão. Entretanto, existe a possibilidade de negociar com o locador um prazo menor, por isso a importância de estudar o contrato e dialogar antes de fechar negócio.

3. Não comprometa todo o orçamento com o aluguel

Para além do aluguel, há despesas com alimentação, transporte, lazer e, sobretudo, os gastos emergenciais. Todos esses tópicos devem ser levados em consideração e adicionados na conta, caso contrário, os problemas financeiros poderão aparecer.

4. Saiba guardar o dinheiro que sobrou

Se todos os gastos cotidianos foram supridos, os despesas emergenciais tiverem uma boa reserva e ainda sobrar dinheiro da renda mensal, é importante não deixar o dinheiro parado. Coloque-o em uma aplicação.

Agora a vida é a dois

Em 2024, a vida da engenheira de energia Juliana Leite, 25, e do engenheiro automotivo Icaro Machado, 31, se unificará. A história dos dois começou há cinco anos, quando se conheceram em um grupo cristão, do qual participavam nos intervalos das aulas na Universidade de Brasília (UnB), no final de 2018. A conexão foi estabelecida rapidamente e, em 6 de janeiro de 2019, os universitários começaram a namorar oficialmente.

Agora, o frio na barriga que, de acordo com Juliana, é sentido sempre que se encontram, está ainda mais intenso, não só pela paixão que nutrem um pelo outro, mas pela chegada de 2024. O casal está organizando tudo para que o casório aconteça em agosto.

Juliana conta que a vontade de viver a dois existe desde o princípio do relacionamento, mas se solidificou no ano passado, então decidiram colocar o plano em prática. O pedido oficial ainda não foi feito, mas é justamente pela parceria de pensar em todos os detalhes juntos que ela já sabe quando acontecerá. "A gente vai viajar em 6 de janeiro para um lugar especial, com um programa bem a nossa cara e é lá que acontecerá o pedido."

Apesar de o anel de noivado ainda não ter sido entregue, o casal, de antemão, tem pensado nos mínimos detalhes da cerimônia. A pesquisa de lugares e o contato com fornecedores estão sendo feitos. "Nós já temos a data, 3 de agosto de 2024, que é boa, pois não chove e, geralmente, é fresco."

O casal conta que sempre comemora o ano-novo com muita espiritualidade, junto à família e aos amigos, mas que este ano, em especial, comemorarão ainda mais. "Acreditamos que 2024 será um divisor de águas em nossas vidas. Estamos muito felizes e realizados com tudo o que está acontecendo, será o ano do nosso casamento, o início da vida a dois. Sabemos que os desafios e as dificuldades virão, mas estamos animados e otimistas."

Para além da ansiedade pelo casamento, Icaro acabou de finalizar o curso de engenharia e foi efetivado na empresa em que trabalhava, o que deixou o casal ainda mais animado para receber o novo ano com o pé direito. Aos risos, Juliana brinca que até o número 2024 é bonito, então não tem como dar errado.

Os dois fazem questão de ressaltar a participação das famílias durante todo o processo. Após o casamento, se mudarão para uma casa que está sendo reformada. "Estamos comprando móveis, utensílios de cozinha e ganhando muita coisa. Estamos muito bem amparados, somos realmente privilegiados nesse ponto."

Apaixonados por ciência, matemática e, claro, engenharia, planejam montar na casa um escritório com uma estante decorada com globos, ampulhetas, miniaturas de carros e todos os tipos de peças que os cativam. "Atualmente, estamos bem estabelecidos. Não temos dívidas, então todo o dinheiro que a gente consegue é para comprar as nossas coisas. A gente já tem cama, mesa… muita coisa! É só juntar tudo e levar para a nova casinha", celebra.

A agenda do casal para 2024 está praticamente completa. Juliana conta que os dois esperavam o ano há muito tempo e o planejaram em cada detalhe, então farão tudo que os noivos têm direito, desde o chá de panela até viagens juntos. O casamento será religioso, mas não na igreja. A cerimônia acontecerá na fazenda da família da engenheira, em Luziânia, lugar pelo qual os dois cultivam muito apego, além de representar muitas coisas boas para o casal.

Em 2024 os engenheiros Icaro e Juliana finalmente realizarão o sonho de se casarem
Em 2024, os engenheiros Icaro e Juliana finalmente realizarão o sonho de se casarem (foto: Arquivo pessoal )

Atenção à organização

Lidiane Soares, proprietária da Lidi Ternure Assessoria e Cerimonial, explica que o primeiro passo após oficializar o pedido de casamento é procurar o especialista do mercado, que é o assessor e cerimonialista. "Junto com ele, o casal iniciará o planejamento, definindo a melhor época e o local para casar."

A especialista explica que antes da pandemia, os pedidos de casamento e a procura pela assessoria de sua empresa eram feitos com 12 a 18 meses de antecedência da data, mas que os prazos diminuíram. Contudo, agora, a procura voltou ao prazo inicial. Lidiane indica que quanto mais tempo reservado aos preparativos, melhor. Ela sugere que a assessoria seja contatada logo após o noivado, assim o planejamento será muito mais tranquilo.

Em sua empresa, Lidiane recomenda sempre que os casais tenham uma conversa aberta antes do casamento para alinhar expectativas, prevenir mal-entendidos e conflitos, além de, consequentemente, fortalecer o relacionamento.

"Comunicar-se abertamente com a família é essencial para criar um casamento agradável para ambas as partes. Aproveite essa oportunidade para ter uma conversa honesta, compartilhar planos e fortalecer os laços familiares. Não há satisfação maior do que ver todos vibrando e se emocionando no dia do casamento, quando conseguimos atender às expectativas dos noivos, pais, familiares e amigos."

Realizando sonhos

Desde pequeno, Matheus Costa da Cruz, 21 anos, via os Estados Unidos como o destino dos seus sonhos. Por conta dos famosos pontos turísticos, como a Times Square, em Nova York, as belezas da Disney ou o encanto de Hollywood, visualizava o seu futuro no país. Logo, quando a oportunidade para ser intercambista apareceu, não pensou duas vezes. A mudança na vida de Matheus começou no fim de 2023, criando terreno para um 2024 bem diferente.

"A duração do programa é de três a seis meses, vim somente com a passagem de vinda, pois quero ficar até quando puder. É uma experiência completamente diferente de tudo que eu já vivi, espero poder vivenciar novas culturas, novos hábitos e costumes e, através disso, poder enxergar a vida com outra perspectiva, pois estou lidando com várias realidades diferentes, pessoas de vários lugares do mundo e costumes totalmente diferentes dos meus", detalha Matheus.

O planejamento para a mudança começou há um e meio, quando decidiu que tentaria viver esse desafio. Começaram, assim, as pesquisas e os sacrifícios financeiros, abrindo mão de gastos com coisas supérfluas. Para economizar e arcar com os custos, deixou de sair com amigos, priorizando o conforto dentro da própria casa.

"Tudo é bem caro. Um aspecto difícil, também, é a insegurança antes de vir. Pois ter consciência de que você está indo para um país que não conhece nada, onde não tem família, amigos, que você vai trabalhar para se sustentar é, de fato, algo que gera insegurança. Mas, quando você chega aqui e vive um dia de cada vez, entende que tudo é uma questão de tempo", diz o jovem.

Bom começo

Atualmente, Matheus está trabalhando de housekeeper num resort em Pagosa Springs, no Colorado. "Housekeeping é um trabalho de organização e limpeza do quarto para a chegada de novas pessoas nesse cômodo", explica. Para o jovem, sair de onde vive, ver e entender que a vida é mais do que ele sempre esteve acostumado a enxergar é um privilégio. Inclusive, adquirir independência era uma das vontades de Matheus, já que, agora, nessa nova realidade, resolve todas as questões pessoais sozinho.

"Sou eu fazendo minha comida, trabalhando para pagar o housing, limpando casa, lavando roupas, organizando minhas coisas. Não posso depender de ninguém para realizar isso por mim", afirma. No entanto, mesmo com os desafios naturais desse início avassalador, ele ressalta: o lugar é deslumbrante. A adaptação está tranquila no momento. A maior dificuldade, de acordo com ele, é o fuso horário, pois são quatro horas a menos que no Brasil. Matheus acorda bem cedo, basicamente na mesma rotina que vivia em solo brasileiro.

O primeiro choque de realidade está relacionado ao idioma, pois apesar de falar inglês há muito tempo, somente ao chegar nos Estados Unidos entendeu que não teria mais a língua materna para se expressar da maneira que sempre esteve habituado. "A adaptação está tranquila, pois vivo com outros brasileiros intercambistas, todos se ajudam muito, são unidos e amigáveis e estão aqui com o mesmo propósito. Fui muito abençoado por isso", acrescenta

Apesar dos momentos e memórias que tem acumulado, a parte mais difícil é conviver com a saudade dos amigos e familiares. Estar do outro lado do mundo sem essa convivência é um sacrifício que Matheus precisa fazer em prol do crescimento e do desenvolvimento dele próprio. Esse será o primeiro Natal, aniversário e ano-novo distante. "Nosso contato agora é somente por meio de ligações e mensagens, além de interações nas redes sociais. Ainda está muito estranho lidar com isso."

Para se preparar

Gustavo de Faria Franco, membro da Comissão de Intercâmbio de Jovens do Distrito 4530 do Rotary (Distrito Federal, Tocantins e Goiás), explica que existem diferentes tipos de intercâmbio, desde os comerciais até os não comerciais. Mas, para se planejar, é necessário fazer certos sacrifícios.

"Se está realmente interessado em deixar sua família e seus amigos por um ano e mergulhar em uma experiência que, quase sempre, é a melhor de sua vida, precisa pensar que, em primeiro lugar, não se trata de uma viagem de turismo, mas, sim, um intercâmbio cultural. Ou seja, levamos a nossa cultura para que possamos divulgá-la, e vamos com a mente aberta para absorver tudo o que for possível da cultura do país para onde iremos", destaca.

Para isso, de acordo com Gustavo, o indivíduo deve se preparar aprendendo o básico da língua do país que irá recebê-lo. O aprendizado de um idioma estrangeiro é uma consequência da prática e da convivência no local em que o intercambista estará inserido. "Quanto menos português falar, melhor e mais rápido se aprende", complementa.

Matheus de mudou para os EUA em 2024
Matheus de mudou para os EUA em 2024 (foto: Arquivo pessoal)

O que é necessário?

Na avaliação de Gustavo, as necessidades variam de acordo com o tipo de intercâmbio escolhido. Inicialmente, precisa-se fazer a inscrição com todas as suas informações. Se for um comercial, o mais importante é ter o valor para custear, o que não costuma ser barato. Variando de R$ 50 mil a R$ 90 mil, dependendo do país escolhido.

Se não for um comercial, é preciso estar mais bem preparado para o exame de seleção. No caso do Rotary Club, onde Gustavo atua, é necessário apresentar três famílias para que recebam o estudante que virá em contrapartida do intercâmbio. Ele, inclusive, afirma que estar de coração aberto para ser recebido por uma família anfitriã ajuda no processo.

Os processos, a depender de cada caso, saem de maneira simples. "No Rotary Club, é feita uma seleção, que costuma acontecer no período de um final de semana, constando de provas de conhecimentos gerais, conhecimentos de inglês, redação e teste psicotécnico. Mas, em primeiro lugar, o candidato tem que ser apresentado por um clube de Rotary, que já teve a oportunidade de conhecer o estudante e sua família, respaldando a sua indicação.

*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte

  • Pollyane de Oliveira não planejava ser mãe quando engravidou, aos 23 ano. Agora, aguarda 2024 ansiosamente para viver os desafios e asdescobertas da maternidade
    Pollyane de Oliveira não planejava ser mãe quando engravidou, aos 23 ano. Agora, aguarda 2024 ansiosamente para viver os desafios e asdescobertas da maternidade Foto: Arquivo pessoal
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