Beleza

No campo da estética, procedimentos minimamente invasivos crescem

Com poucos ou nenhum dia de recuperação, sem grandes cortes e com ótimos resultados, as técnicas minimamente invasivas são cada vez mais demandadas no campo da estética

Existem procedimentos minimamente invasivos que, para além das cirurgias plásticas amplamente procuradas no país, corrigem pontos de forma menos agressiva, -  (crédito: Reprodução/Freepik)
Existem procedimentos minimamente invasivos que, para além das cirurgias plásticas amplamente procuradas no país, corrigem pontos de forma menos agressiva, - (crédito: Reprodução/Freepik)
Letícia Guedes*
postado em 17/12/2023 09:00

Um pouco de botox em alguns pontos, prótese de silicone para os seios, enxerto no glúteo, lipo na barriga… Com a grande variedade de procedimentos disponíveis no mercado, para quem busca se sentir melhor com a própria aparência, ficou cada vez mais fácil fazer as pazes com o espelho.

O Brasil é o segundo país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo, segundo ranking elaborado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), com 1,5 milhão de procedimentos, em média, a cada ano. Contudo, é importante entender que existem procedimentos minimamente invasivos que, para além das cirurgias plásticas amplamente procuradas no país, corrigem pontos de forma menos agressiva, não demandando um pós-operatório longo e, ainda, têm a vantagem de serem menos doloridos.

A dermatologista Michele Kreuz conta que os procedimentos estéticos minimamente invasivos são pequenas intervenções que envolvem menor corte ou nenhum corte significativo na pele, como o uso de agulhas para tratamentos injetáveis ou para procedimentos de entrega de ativos na superfície da pele. Esses procedimentos proporcionam uma recuperação mais rápida em comparação aos mais invasivos.

"Há uma tendência crescente para procedimentos menos invasivos, buscando resultados sutis e naturais, afastando-se de intervenções mais agressivas. Cada vez é mais comum no meu consultório, as pacientes chegarem com uma certa 'fobia' de preenchimentos, devido ao aspecto artificial que temos visto nos últimos tempos."

Jairo Casali, médico cirurgião plástico e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e da "International Society of Aesthetic Plastic Surgery" (ISAPS), ressalta que esses procedimentos são classificados como não cirúrgicos, justamente por não serem realizados em um centro cirúrgico, mas, sim, em consultório.

Requisitados principalmente pelos benefícios, são cada vez mais demandados nos consultórios. Casali aponta que, em sua visão, atualmente o Morpheus está em primeiro lugar no pódio dos mais procurados. Trata-se de uma radiofrequência que tem um alto poder de produção de colágeno. O procedimento é feito com microagulhas, que levam a uma profundidade determinada da derme da pele, aumentando a temperatura e promovendo uma formação grande de colágeno com uma regeneração tecidual consideravelmente grande. 

"Eu diria que em segundo lugar está o Profile. O ácido hialurônico usado para hidratação de pele promove uma melhoria da qualidade cutânea, um turgor melhor, um viço melhor da pele e uma aparência de jovialidade para rugas finas. Com duas ou três sessões, você já consegue ter uma grande melhoria."

Ocupando o terceiro lugar do pódio montado pelo cirurgião plástico estão os bioestimulantes de colágeno, que fazem a pele aumentar a produção de colágeno e rejuvenescer de forma natural, além de combater a flacidez e melhorar as marcas de expressão do rosto.

Um leque de benefícios

O grande benefício dos procedimentos minimamente invasivos é a rápida recuperação. O médico especialista explica que não existe taxa downtime, termo em inglês que significa "tempo de inatividade", ou seja, não há necessidade de afastamento do trabalho, o que é visto pelos pacientes como um ponto extremamente positivo. "O paciente pode tranquilamente fazer o procedimento no intervalo do trabalho, indo ao médico e voltando à atividade no próprio dia ou no dia seguinte. No máximo, alguns exigem cerca de dois dias, algum tempo sem exposição ao sol, mas é uma recuperação muito rápida."

A segurança com que os procedimentos minimamente invasivos são feitos e a inexistência de riscos, que há nos casos de cirurgia, por menor que seja, atraem os pacientes. "Eles têm um custo um pouco menor, quando comparado a um procedimento cirúrgico de alta eficácia, têm baixa taxa de afastamento de suas atividades e promovem, também, uma grande melhoria do estado geral da pele e do corpo do paciente", aponta o especialista.

A dermatologista Michele Kreuz ressalta que a preferência por métodos menos invasivos é positiva, desde que alinhada com as necessidades individuais e as expectativas do paciente. "Profissionais capacitados garantem resultados seguros, independentemente do tipo de procedimento. A consulta com um médico dermatologista ou um cirurgião plástico é fundamental para esclarecer todas as dúvidas e adequar as expectativas aos resultados. Não há como entregar um resultado de lifting cirúrgico apenas com procedimentos minimamente invasivos. E isso deve ficar muito claro para as pacientes."

Quiet treatment

Conceito e filosofia de trabalho que tem ganhado cada vez mais espaço no campo da estética, o quiet treatment trata-se também de tratamentos minimamente invasivos ou cirúrgicos que têm o objetivo de deixar o paciente natural, sem perder seus traços e sua identidade.

Casali conta que esses procedimentos tiram os sinais e as marcas do tempo sem que o paciente fique irreconhecível ou mude demais sua fisionomia. "É aquele tipo de paciente que recebe o elogio: 'Está tão bem, mas não sei dizer o que fez'. O quiet treatment é um tratamento que, de tão perfeito, passou despercebido."

O conceito tem sido amplamente abordado e vai contra a onda de maximalismo percebida no universo da estética pouco tempo atrás. "O que faz os pacientes, hoje, buscarem por tratamentos mais discretos é a onda que vivenciamos, nos últimos anos, de exageros, de transformações quase bizarras em algumas pessoas, que chamam atenção, causam estranheza e geram medo."

Para o cirurgião plástico, o mau resultado de alguns profissionais de baixo critério estético mancha a boa reputação desses tratamentos, que, para ele, são excelentes quando executados em mãos mais criteriosas. "Por isso, é importante que o paciente se informe sobre o profissional que vai executar o seu tratamento, não apenas sobre sua formação correta na área específica e o seu credenciamento legal para atuar, mas também sobre o seu perfil estético e a impressão que ele costuma colocar nos seus trabalhos. Isso, cada vez mais, tem sido a diferença entre o belo e o estranho."

Os queridinhos


Laser
Reduz rugas faciais, cicatrizes e manchas. A remoção gradativa da pele danificada diminui as chances de haver hipopigmentação ou clareamento da pele.

Peeling químico
Utiliza uma solução química para remover as camadas exteriores da pele que estão danificadas.

Preenchimento cutâneo
Preenchimentos dérmicos injetáveis usados para aumentar lábios finos, melhorar contornos superficiais, suavizar rugas faciais, eliminar rugas e melhorar a aparência das cicatrizes.

Toxina botulínica
O famoso botox é um composto injetável que, na medicina estética, permite eliminar ou reduzir as linhas de expressão e rugas faciais, concedendo um aspecto mais jovial à face.

Harmonização Glútea
Modela, hidrata e eleva o bumbum, tornando-o volumoso e tonificado.

*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromote

 

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