RELACIONAMENTO

Natal: é de bom tom dar presente para um ficante?

Psicólogo explica porque esse assunto gera tantos dilemas e o que levar em consideração nas relações mais informais

Se você está inseguro quanto aos desdobramentos da relação e acha que pode se arrepender, melhor apostar em algo simples -  (crédito: Pixabay)
Se você está inseguro quanto aos desdobramentos da relação e acha que pode se arrepender, melhor apostar em algo simples - (crédito: Pixabay)
postado em 19/12/2023 04:00

Com a chegada da temporada de fim de ano ano começa também um dos melhores períodos para o comércio. Seja no amigo oculto, na confraternização da família, por conveniência de se dar presente no Natal ou genuinamente para demonstrar carinho por quem se gosta, nunca falta uma lembrancinha ou outra. E, se você estiver se envolvendo romanticamente com outra pessoa, mas não tiver nenhum relacionamento definido, fica aquela pulguinha atrás da orelha: é de bom tom dar presente para o ficante?

Para o psicólogo clínico Frederico Mattos, autor dos livros Maturidade emocional – porque algumas pessoas agem como adultas e outras não (2021), Relacionamento para leigos (2014) e Como se libertar do ex? (2014), o mais importante é entender as próprias vontades e o que esse gesto representa para você mesmo. “Para algumas pessoas dar e receber presentes pode ser sinal de gentileza, para outros pode ser um avanço de controle, então depende da visão e paranoia de cada um”, destaca.

O psicólogo ainda ressalta que relações mais informais, sem “rótulo” de namoro ou outros tipos de relacionamento, não são sinônimo de impessoalidade. Pode sim demonstrar carinho, desde que você esteja confortável com isso, mas é preciso observar alguns fatores se a ideia for aprofundar essa conexão. “Tudo aquilo que aponta para maior intimidade dá indicativos: frequência, assiduidade, profundidade na troca, estabelecimento de acordos, conexão com outras pessoas íntimas, inclusão em momentos especiais”, elenca.

Segundo Frederico, conversar sobre essas condições pode ser uma forma de entender melhor a situação. Porém, é necessário entender qual o estágio de profundidade desse relacionamento, pois estabelecer acordos em uma relação muito recente pode ser algo precipitado.

Mas que presente eu posso dar?

Se você está inseguro quanto aos desdobramentos desse caso amoroso e acha que pode se arrepender, melhor apostar em algo simples (ou simplesmente não presentear). Mas se aquela for uma vontade sincera de presentear, sinta-se livre, mas analise  bem a situação.

O valor do presente, segundo o especialista, depende da pessoa que dá e de quem recebe. “Para alguns isso é irrelevante e o valor é mais sentimental, e vale uma demonstração mais pessoal, para outros o valor financeiro representa o peso que se dá ao amor”, destaca.

Essa insegurança, tanto para quem presenteia quanto para quem recebe, é reflexo das configurações de afeto dos dias de hoje, segundo o psicólogo, onde muitas coisas são ditas da boca para fora. “Normalmente falta o senso de intimidade, confundimos carinho com acordos ou confissão com cumplicidade. No fim, a gente vai se comprometer com aquilo que responde uma pergunta profunda (e às vezes ignorada) sobre quem somos, o que desejamos para a vida e para qual direção devemos seguir”, finaliza.

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