Lisboa — A jovem Luíza Gonçalves Cunha nem bem havia começado o curso de direito no Brasil, mas os olhos e a cabeça estavam voltados para Portugal. Era muito comum dedicar horas do dia para estudar sobre o país europeu, que, na visão dela, poderia lhe propiciar um mundo novo, cheio de oportunidades de trabalho. Ela tinha em mente, desde sempre, advogar na área de direitos humanos e entendia que, no Brasil, teria pouco sucesso. Na Europa, porém, o tema sempre foi tratado com muita relevância, sobretudo em terras lusitanas. Não demorou muito para definir onde aportaria tão logo se formasse. A cabeça estava a mil.
Pouco meses depois de pegar o diploma e de acumular algumas decepções no Brasil no mercado de trabalho, Luíza, que completará 28 anos em dezembro, fez as malas e cruzou o Atlântico em busca de seus sonhos. Ao mesmo tempo em que faria um mestrado na área que escolheu, buscaria um emprego para reforçar o orçamento. Afinal, as despesas passariam a ser em euros. Não havia porque queimar rapidamente as reservas que poupou. Logo nas primeiras entrevistas, sentiu o tamanho da barreira que teria de enfrentar.
O fato de ser mulher e brasileira jogava contra ela. Não imaginava que um país integrante da União Europeia fosse tão arraigado a preconceitos. “Ouvia falar, no Brasil, que os portugueses nos viam como prostitutas. Para mim, isso não passava de uma fábula. Mas, tão logo pisei em Portugal, vi que era realidade. Levei um susto”, conta. Luíza, porém, não se deixou intimidar. Conquistado o primeiro emprego, tratou de procurar um imóvel para alugar. Mais uma vez, pesou o fato de ser mulher e brasileira. “Infelizmente, minhas propostas não foram aceitas”, diz. O jeito foi recorrer a uma república. Ali, com jovens portugueses, tinha a certeza de que seria acolhida, sem preconceitos, sem xenofobia. Deu certo.
Poucos meses depois, o mundo de Luíza desabou. Os colegas de república, que, até então, se mostravam acolhedores, colocaram para fora o que tinham de pior. Quando descobriram que a brasileira havia conhecido o namorado dela por meio de uma rede social, o Tinder, simplesmente decidiram expulsá-la da residência. Diante da forma violenta com que foi tratada, ela foi obrigada a chamar a polícia. “Foi terrível”, afirma. Apesar do desapontamento e da raiva, a jovem, em nenhum momento, pensou em abrir mão de seus objetivos e retornar para o Brasil. “Isso não passou pela minha cabeça. Tinha uma meta e os portugueses que me trataram muito mal teriam de me engolir.”
Luíza reconhece que o primeiro ano em Portugal foi terrível, pois enfrentou todo tipo de xenofobia. Agora, dois anos e meio depois de pisar em território luso, tem a certeza de que fez a coisa certa. Não só está muito bem empregada como pesquisadora e gestora de eventos em duas associações, como reabriu o coração para as experiências que a vida lhe tem proporcionado. “Depois de tudo o que passei, me fechei completamente. Agora, estabilizada, me abri para a vida e para as relações e tenho descoberto uma nova geração de portugueses que é muito acolhedora e defensora da diversidade”, ressalta. “Vivi as dores e, agora, saboreio as delícias de ser brasileira em Portugal.”
Saúde pesou muito
A baiana Adélia Pauferro, 47, desembarcou em Lisboa há 20 anos certa de que ficaria um tempo curto na cidade, exatamente o tempo de duração do projeto decorrente de uma parceria entre os ministérios da Educação do Brasil e de Portugal. Pedagoga, tinha se proposto a estudar o impacto da cultura popular portuguesa nos países colonizados. A pesquisa, no entanto, foi interrompida antes do tempo previsto. Mas, em vez de retornar imediatamente para Salvador, prevaleceu a vontade de ficar na cidade que a acolheu tão bem. Foi um caso de amor carregado de desafios que ela se impôs. Tinha de dar certo a decisão que havia tomado.
Nos oito primeiros anos, Adélia fez de tudo um pouco. Começou trabalhando em uma loja de acessórios indianos até se tornar representante, em Portugal, de uma empresa alemã de produtos ortopédicos. Ela se deu tão bem nesse ramo que optou por abrir a própria loja para vender essas mercadorias. A partir daí, depois de tantas conquistas, a baiana sentiu o peso de ser imigrante. Em um exame de rotina, descobriu dois tumores, um na sequência do outro. “Logo me veio o questionamento: o que vou fazer em Portugal, longe da minha família, sem recursos financeiros suficientes para um tratamento que poderia ser muito caro?” A resposta dada pelo coração dela foi clara: fique e procure ajuda. E assim se deu.
Adélia recorreu à rede pública de saúde. E, para surpresa dela, fez todo o tratamento de graça, até que os médicos lhe dissessem que ela estava curada. “Me senti aliviada e feliz por, mesmo sendo estrangeira, ter recebido toda a atenção que precisava”, assinala. Saúde estabilizada, a baiana voltou à vida normal. E veio o grande baque. O brasileiro que tinha se tornado sócio dela na loja de produtos ortopédicos deu um golpe, saqueou o negócio e ainda deixou uma penca de dívidas. “Fiquei tão estressada, que desenvolvi uma doença autoimune. Foi tão sério que precisei ser internada por quatro meses e meio. Segurei as pontas e não comuniquei nada a minha família”, relata, sem esconder a emoção.
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Os meses de internação foram um enorme pesadelo para Adélia. A despeito do esforço da equipe de nove médicos que a atendiam para descobrir a origem da doença, não se chegava a nenhuma conclusão. No meio do caminho, a baiana, que estava pesando 35 quilos e já não tinha forças para andar, pegou uma infecção hospitalar. A situação era tão grave que um dos médicos implorou para que ela avisasse a família no Brasil e que retornasse para perto dos pais. Ele garantiu que ela faria a viagem em segurança. “Pensei: vou morrer. Mas dormi e, no outro dia, pedi para chamar o doutor Pedro, um dos nove médicos que me acompanhavam, e disse a ele que havia tido um sonho e que ele fizesse um teste nos meus pulmões”, lembra.
Sem muita alternativa, o exame foi feito e o resultado ficou claro. “Descobriram a minha doença autoimune e, assim, pude me tratar”, conta. Com a loja quebrada, endividada, sem um tostão no bolso e ainda debilitada fisicamente, Adélia teve mais uma prova de que havia tomado a decisão certa de ficar em Portugal. Quando voltou para casa, os vizinhos, todos portugueses, haviam pagado o aluguel dela em dia e feito as compras para que ela se alimentasse corretamente. “Em nenhum momento, eles me abandonaram. Todos os dias, eles se revezavam para cuidar de mim, fazer minha comida. Foi assim até que eu me restabelecesse”, celebra.
O desfalque que havia levado do sócio brasileiro, porém, não saía da cabeça dela. Estressada, acabou internada novamente. E, desta vez, foi informada de que, por tudo o que havia passado, não poderia mais ter filhos. Pois a vida lhe pregou mais uma surpresa. Ela, que estava num relacionamento recente, descobriu-se grávida. Quando contou isso à médica que a acompanhava na rede pública, veio a pergunta perturbadora: “Você quer ter esse filho?”. Ela respondeu imediatamente que sim.
No parto, a mesma médica lhe segurou as mãos e disse: “Calma, em 35 anos, nunca perdi ninguém num parto”. Vitória, a filha de Adélia, está com oito anos, usufrui de todas as benesses do sistema público de educação de Portugal, fala inglês muito bem, está aprendendo alemão e diz para a mãe que seu lugar é o país onde nasceu. Hoje, Adélia é produtora de eventos.
Entre o céu e o inferno
Mineiro de nascimento, mas carioca de criação, o motorista de transporte por aplicativo Arlindo Pereira, 53, reconhece que, nos últimos três anos, foi do céu ao inferno em Portugal, onde mora há 24 anos. Quando pisou na terra de Cabral, tinha uma condição privilegiada. Havia sido transferido pela empresa em que trabalhava na área de rádio. “Meu salário, na época, era muito superior à média paga em Portugal”, afirma. Seguro, um ano depois, já estava casado. “Construí uma família linda, com dois filhos, hoje, o menino com 16 anos, e a garota, com 12”, detalha. A vida feliz em casa funcionava como esteio para que ele construísse um patrimônio que desse suporte a todos em momentos de dificuldades.
“Montei uma empresa de transportes. Tinha três carros e seis funcionários. Comprei a casa onde passamos a morar e uma casa na praia”, lembra Arlindo. Era uma vida de classe média alta, que ela jamais teria no Brasil. Esse mundo, no entanto, começou a ruir em 2020, quando estourou a pandemia do novo coronavírus. “A empresa quebrou, os funcionários foram demitidos, fiquei cheio de dívidas, meu casamento acabou, meu pai morreu no Rio e eu sequer pude ir ao enterro. E, para piorar, já não tinha mais o emprego que me levou para Portugal. Fui do céu ao inferno”, lamenta.
Quando tudo parecia perdido, veio a esperança de onde ele menos esperava. O mineiro foi tomar um café com um antigo empregado, um português. Durante a conversa, ao relatar tudo o que estava acontecendo, o amigo ofereceu a Arlindo a possibilidade de trabalhar com ele. “Esse português tinha montado uma empresa de transporte, utilizando todo o conhecimento que acumulou quando trabalhou para mim. Desde então, consegui pagar minhas dívidas, alugar um imóvel e reconstruir minha vida”, diz. “Mas, para me levantar, estou tendo de trabalhar muito. São 10, 12 horas por dia, bem diferente de quando eu era o patrão, em que começava às 9h30 da manhã e ia até às 17h, com tempo livre para a minha família.”
O entusiasmo com que fala desse momento de reconstrução reflete a certeza de Arlindo de que suas raízes estão fincadas em Portugal. “Sei que o país tem problemas, que há preconceitos, que há xenofobia, que tudo está preparado para empurrar você, que é estrangeiro, para trás. Contudo, no meu caso, só tenho a agradecer. Voltei a poder ajudar os meus filhos e parte da minha família no Brasil”, ressalta. Para ele, a felicidade de poder andar de cabeça erguida, de não se intimidar diante das dificuldades, não tem preço.
Educação e segurança
A cuidadora Elisamar Fernandes, 51, levanta as mãos para o céu quando fala do neto Pedro Miguel, 11. “Agradeço todos os dias por meu filho, João, ter se mudado para Portugal. Isso permitiu que meu neto mudasse o destino dele. Se ele continuasse morando em Fortaleza, no Ceará, não sei que futuro teria. A violência onde ele vivia é enorme”, frisa. Nos quatro anos em terras lusitanas, estudando sempre em escola pública, Pedro já fala inglês e francês e está tendo as primeiras aulas de espanhol. “O convívio com garotos de todas as partes do mundo tem permitido ao meu neto conhecer uma diversidade cultural impressionante. Certamente, todo esse conhecimento fará muita diferença quando ele estiver adulto, entrando no mercado de trabalho”, emenda.
Elisa, como gosta de ser chamada, reconhece, porém, a dureza da vida para quem é imigrante em Portugal. Há dois anos, quando chegou no país, mal tinha dinheiro para comer. O jeito que encontrou para garantir comida e moradia sem precisar gastar o pouco que tinha foi se empregar como cuidadora em uma casa na Trafaria, zona portuária de Almada, para cuidar de uma idosa de 94 anos. “Ficava de segunda à sexta na casa dessa senhora e, aos fins de semana, ia para a casa do meu filho”, relata. Como o dinheiro era curto e ela tinha de economizar ao máximo, caminhava por duas horas do emprego até chegar onde o filho morava.
Dois anos se passaram, e Elisa hoje dirige o próprio carro, comprado graças ao trabalho extra que faz como diarista. Para ela, não há sábado nem domingo se tiver um trabalho que vá lhe garantir um reforço no orçamento. “Tem de suar muito para manter o sustento. Não estou a passeio em Portugal. Quero viver neste país e ter uma vida digna”, reforça. “É tão bom chegar ao final do mês com as contas pagas, num local seguro, onde posso andar pelas ruas, a pé ou de carro, sem ter preocupação com a violência. É um ganho e tanto”, diz.
Para a empresária Sílvia Caetano, 67, é a sensação de segurança que a mantém firme em Portugal. “Moro em um bairro bem popular de Lisboa, a Mouraria, e nunca tive nada que pudesse me fazer medo. Saio às ruas a qualquer hora da noite e me sinto segura. Por isso, para mim, o Brasil funciona para turismo, para ver meu filho, que continua morando no país, e meus amigos. O lugar que escolhi para viver é Portugal e vou continuar aqui por muitos anos”, assinala ela, que se diz muito bem recebida pelos portugueses, apesar do jeito fechadão que muitos têm até como instrumento de autodefesa.
Silvia decidiu montar base em Lisboa, em 2005, quando abriu um escritório para prospectar negócios para a sua empresa, a Light Design, especializada em iluminação. Apesar do renome de sua companhia no Brasil, cortou um dobrado para convencer os empresários locais a fazerem parceiras com ela. “De início, houve preconceito por sermos uma empresa brasileira, por ter uma mulher à frente e por atuar em um setor altamente machista, o da construção civil”, relembra.
Mas a perseverança compensou. As operações em Portugal representam parte importante do grupo. “Houve preconceitos, mas creio que mais em relação à empresa do que em relação a mim, particularmente. Minha situação é privilegiada, sem as dificuldades que a maioria dos brasileiros enfrentam quando chegam a Portugal”, reconhece.
Respeito à cultura local
Os gêmeos Alisson e Alexson Silva, 35, até tentaram voltar para o Brasil, acreditando que Portugal, onde chegaram com apenas 16 anos, fosse apenas uma passagem transitória. Em 2013, fizeram as malas e retornaram a Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, cidade em que nasceram. Ao longo de três anos, tentaram de tudo para refazer os vínculos com familiares e amigos, mas não houve jeito. À medida que o tempo ia passando, o desapontamento aumentava e as inevitáveis comparações surgiram. Estava claro que sentiam falta de tudo de Portugal: da comida, da segurança, da vida tranquila.
Os adolescentes foram levados para Portugal pelo irmão mais velho, Anderson, que havia cruzado o Atlântico em 1998. “Foi um porto seguro para nós, dois meninos. Assim que chegamos, fomos trabalhar em restaurantes e estudar. A adaptação foi mais tranquila do que nós pensávamos”, afirma Alisson. Logo depois, a mãe dos garotos e o restante da família tomaram o mesmo rumo. “Assim, tudo ficou mais fácil”, complementa Alexson. Hoje, os irmãos são donos de uma empresa de transporte executivo e de segurança pessoal. No entender deles, tudo os estimula a ficar no país, a começar pela segurança e educação de qualidade para os filhos. E, claro, o fato de estarem inseridos na União Europeia.
“Acredito que todos os brasileiros deveriam ter a oportunidade de passar pelo menos um ano na Europa para ver o quanto é bom. Como faz a diferença o Estado de bem-estar social”, ressalta Alexson, que tem duas filhas — Gabriela, 9, e Valentina, 6. “Além disso, são tantas culturas e muitos os aprendizados.” Alisson, pai de Davi, 9, e Helena, de apenas três meses, afirma que a família procura usufruir do melhor que há em Portugal, sempre, claro, respeitando a cultura e o jeito de ser dos portugueses. “Meu filho viajou de férias para o Brasil em 2020 e voltou dizendo que não quer retornar tão cedo. É uma decisão dele.”
Confiança e legalidade
Para Reginaldo Gomes, 38, dono de uma frota de carros e de uma agência de viagens, Portugal lhe deu tudo o que esperava e mais um pouco. Há 16 anos no país, trabalhou em restaurantes, na construção civil, em uma empresa aérea e até como ator de novelas. Baiano de Eunápolis, aproveitou todas as oportunidades para juntar dinheiro, investido, em boa parte, em fazendas e em gado no Brasil. Os negócios são tocados pelo pai dele. “Quando cheguei em Portugal, tudo era muito difícil, não tinha a documentação adequada, passei muito sufoco. A partir do momento que regularizei minha situação, tudo mudou, as portas se abriram por completo.”
Regis conta que um dos momentos mais marcantes em Portugal foi quando abriu um restaurante com o dinheiro que recebeu assim que deixou a empresa aérea. “Foram os portugueses que eu conhecia que me deram força. Estavam sempre lá, almoçando ou jantando, levando amigos para consumir no restaurante”, detalha. Ele afirma, ainda, ver com muito bons olhos o fato de os portugueses, num primeiro momento, serem arredios em relação a estrangeiros. “Primeiro, eles pegam confiança para, depois, dar confiança. Agora, ajo como eles. Concordo totalmente com esse negócio de ter um pé atrás.”
Ele acrescenta, ainda, que a vida dos brasileiros que têm se mudando para Portugal está muito mais fácil do que quando ele desembarcou no país. “Hoje, o esquema de trabalho está quase todo formalizado. Os empresários sabem que, se não assinarem um contrato com os empregados, seguindo a legislação, serão multados”, explica. Por isso, Regis recomenda que aqueles que desejam se mudar para Portugal só o façam dentro da lei, para que possam aproveitar as oportunidades que estão sendo oferecidas. “Não dá mais para se aventurar, entrar no país como turista e querer ficar”, complementa.
A prioridade são os filhos
Alerciana Neves, 47, que está há cinco anos em Portugal, reconhece que, para ela, a mudança de país não correspondeu às expectativas, sobretudo do ponto de vista profissional, mas, para a filha, Maria Eduarda, foi tudo de bom. “Ela está tendo uma formação que jamais teria no Brasil. E, neste momento, para mim, é o que importa”, ressalta. No Brasil, Alerciana era contadora de uma empresa relevante e, em Portugal, trabalha como assistente de dentista, depois de fazer um curso profissionalizante. Ou seja, está ganhando muito menos do que recebia no Brasil. “Foi uma escolha. A prioridade nesse momento é dar um estudo de qualidade para a minha filha. Eu quero que ela tenha um diferencial”, afirma.
A segurança também pesou na decisão de Alerciana, já que Portugal é considerado o sexto país mais seguro do mundo. “Isso também compensa muito a mudança”, frisa. Mas ela aconselha que as pessoas se planejem antes de tomarem uma decisão tão radical, pois as intempéries podem ser grandes. “Se não houver um bom preparo emocional, depois de três meses o desejo de retornar para o Brasil será grande. Não dá para acreditar que tudo é maravilhoso como se vê nos vídeos que circulam pela internet”, alerta.
No caso da fotógrafa Raquel Pelicano, a opção foi por manter os pés tanto no Brasil quanto em Portugal. Ou seja, não houve uma mudança definitiva para o país europeu. Ela e o marido chegaram em Lisboa em 2020, um mês antes da decretação da pandemia do novo coronavírus. Foi um sufoco. Mas, passado esse período complicado, ela acredita que Portugal será uma base importante para criar pontes entre os países lusófonos, desenvolvendo projetos culturais e artísticos. “Não sentimos preconceito e fomos muito bem recebidos”, diz.