O adestramento de cães ajuda no comportamento e na convivência com os humanos. Além disso, ensinar truques e educar o pet, quando feito corretamente, é vantajoso para a saúde dos animais. Pela praticidade e economia, muitos tutores optam por adestrá-los em casa, com ajuda de livros e pesquisa. Mas é preciso ficar atento a alguns cuidados.
A veterinária Lethicia Santos, 24 anos, explica que não é uma atividade obrigatória, mas é interessante para a sociabilidade do animal e para o vínculo com o tutor. Ela indica o adestramento na fase inicial da vida do filhote, quando a janela de aprendizado é maior. "Mas isso não impossibilita a prática em pets adultos. Sempre está em tempo de adestrar para um convívio melhor, lembrando sempre do reforço positivo, para incentivar o animal nas atividades" completa.
Lethicia, então, recomenda ajuda de um profissional para orientar as atividades adequadas para a necessidade do animal. "O maior perigo é o tutor causar estímulos negativos, com adestramento punitivo", alerta a veterinária.
O adestrador Rafael Pupe, 40 anos, também fala sobre os riscos de se adestrar sem conhecimento. Ele cita que pode criar conflitos e dúvidas na comunicação com o pet e confundir aprendizagem com obediência. Mas ressalta que, se o material usado nos estudos for de qualidade, é possível educar seu cãozinho sem o auxílio de um profissional.
A relação entre o adestramento e o fim do sedentarismo é muito citada por profissionais, sendo um fator de melhora na saúde dos animais. Rafael Pupe cita esportes caninos que ajudam a acabar com uma rotina parada. Basta ensinar os movimentos para o pet.
A veterinária Lethicia exemplifica atividades típicas de adestramento como formas de fazer o bicho se movimentar. "Pets precisam gastar energia, então podemos usar atividades de busca de objetos, faro, exploração...", ressalta. Todos esses exercícios geram saúde para o pet, melhorando seu condicionamento físico, prevenindo doenças e ajudando na manutenção do peso.
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Como adestrar em casa
Para que o pet e o tutor falem a mesma língua, é necessário ensinar comandos básicos para o animal. É preciso conhecimento prévio antes de começar, então, a leitura de livros e estudo de truques é importante.
A utilização de petiscos, gratificação para o pet, ajuda a facilitar a trajetória educativa do animal. O reforço positivo, como é chamado, é, justamente, essa técnica, muito usada para incentivar comportamentos desejados. Funciona em um sistema de recompensas, em que é feito o comando e, se o animal obedecer, ganha o petisco.
Quando os comandos são aprendidos e repetidos com a técnica, o cachorro passa a realizar o comportamento de forma mais automática. O adestrador Rafael Sants, 30 anos, utiliza a técnica e conta que, depois da aprendizagem, basta reproduzir no dia a dia. "O segredo está na emoção. Os animais precisam se sentir especiais nesses momentos. Assim, no futuro, vão fazer por esse 'sentimento', não só pelos petiscos", completa.
Para o músico Kaio Oliveira e o seu cachorro, Frederico, de 7 anos, a questão do adestramento veio um pouco depois de o pet completar um ano. Kaio relatava comportamentos de ansiedade no pet, como pular em visitas, puxar a guia durante passeios e muito pressa na hora de comer. O músico queria evitar essas atitudes, pois atrapalhava tanto a sua rotina quanto a do pet.
Ele começou falando comandos e entregando recompensas — às vezes, ração; em outras, petiscos. "Tudo no esquema do esforço positivo", conta. Kaio explica que quando Frederico não respondia aos comandos, ele não o punia, apenas não recompensava.
Assim, o golden retriever aprendeu a comer com calma, não pular nas pessoas e muitos outros truques. Kaio contou que utilizou livros e pesquisou várias linhas de como adestrar Frederico — ele aprendia e passava para as outras pessoas da casa que também convivem com o cão. O conhecimento de canais na internet sobre o assunto também o ajudaram muito, sempre procurando embasamento em seus estudos.
As vantagens são enormes, agora Kaio e Frederico podem desfrutar de momentos com segurança e mais bem-estar juntos. O adestrador Rafael Sants explica que essa mudança de hábitos gera mais interação entre o pet, a casa e os tutores, isso ajuda na união da família. Além de facilitar o encaixe do pet nas atividades e no convívio com outros animais e pessoas.
"O adestramento não proporciona benefícios apenas para os pets, os tutores recebem uma dose de dopamina constantemente quando veem a evolução do seu peludo", finaliza Sants.