A relação entre tutores e seus animais de estimação é especial e única, envolvendo não apenas cuidados físicos, mas também profunda conexão emocional e interações comportamentais. Quem nunca se surpreendeu ao ver que, ao longo da convivência, os pets vão ficando cada vez mais parecidos com os seus donos e vice-versa? Isso aconteceu com Gustavo Rodrigues, 25, e Floki, o @dog_altinha, como ficou conhecido nas redes sociais — só no Instagram, ele tem mais de 130 mil seguidores.
Professor de educação física, Gustavo contagiou o border collie com a paixão pelo futevôlei — o cachorrinho não só acompanha o tutor nas partidas como arrisca uns passes de mestre.
"Eu jamais imaginei que ele iria se envolver tão profundamente no futevôlei, participando de jogos na quadra. Como professor, eu sei o quanto esse esporte pode ser desafiador para as pessoas, e ele pegou essa manha muito rápido. Ele é realmente um cachorro incrível, capaz de realizar diversas proezas", admira-se. Por
É comum flagrar Floki, 2 anos, em uma roda de altinha nas quadras de vôlei de praia do Parque da Cidade. E ele é sempre o centro das atenções. "Quando as pessoas veem, já vão logo gravar vídeos e pedem para tirar fotos", diz um orgulhosos Gustavo.
O tutor também menciona que Floki segue uma dieta semelhante à dele, uma vez que ambos são atletas. A alimentação do cachorro inclui arroz, carne, frango e legumes, mas essa é cuidadosamente planejada com o auxílio de especialistas em alimentação natural para cães e gatos. "Tudo o que oferecemos a ele é amor e cuidado, atendendo às suas necessidades, e é isso que nos motiva a continuar nessa jornada."
Por dentro da psicologia
Embora a personalidade do tutor possa influenciar o pet, especialistas afirmam que é fundamental lembrar que cada animal tem sua própria natureza e características individuais. Ao considerar a adoção, é importante destacar que não existe uma raça que corresponda diretamente à personalidade humana. Cada bichinho é único em sua essência, e a melhor abordagem é interagir com ele antes da adoção, permitindo que a conexão natural se estabeleça e garantindo que seja uma escolha mutuamente gratificante.
Para a psicóloga Nathalie Gudayol, especialista em neuropsicologia e pesquisadora do Centro de Pesquisa e Análises Heráclito (CPAH), os laços entre humanos e seus animais de estimação são profundos e moldados pela observação e empatia. Ela afirma que, frequentemente, projetamos nossas próprias características nos animais, o que nos faz sentir que eles têm personalidades semelhantes às nossas.
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"Essa conexão se fortalece com o tempo que passamos juntos, fazendo com que valorizemos comportamentos e traços nos animais que são parecidos com os nossos. Observar atentamente também ajuda na comunicação entre tutores e animais, permitindo ajustes para atender às necessidades do animal", afirma. "O relacionamento entre tutores e animais também pode ser afetado por características de personalidade semelhantes ou conflitantes. Nesses casos, é fundamental educar-se sobre a linguagem corporal e os sinais de comunicação dos animais."
Convivência em harmonia
Cleber Santos, especialista em comportamento animal, aconselha que o futuro tutor ou tutora considere alguns fatores importantes do próprio estilo de vida para que os pets se adaptem à rotina e, assim, garantir uma convivência harmoniosa e evitar problemas de comportamento. Para ele, ter um animal que não se encaixa no nosso estilo de vida pode causar problemas, tanto para o animal quanto para nós, como latidos excessivos, comportamentos inadequados e situações embaraçosas.
O treinamento é importante, mas não pode superar limitações físicas, como as de raças específicas, como o pug. "O treinamento desempenha um papel crucial na harmonia entre humanos e pets, e é importante que o tutor escolha um treinador qualificado e esteja presente durante o processo para garantir a educação adequada do animal."
Teste você mesmo
— Existem testes on-line que dizem “qual animal você seria”. Eles fazem sucesso nas redes sociais porque são uma opção descontraída que proporciona a identificação da pessoa com características de animais, mostrando traços de personalidade de forma lúdica. Normalmente, as respostas das perguntas são sobre nossas preferências, traços de personalidade e comportamentos, e depois o teste nos compara com animais específicos.
— Esses testes podem ser uma maneira leve e descontraída de autoconhecimento, muitas vezes
podendo surpreender. Além disso, são compartilháveis nas redes sociais, o que incentiva os seguidores a
participarem. Isso cria uma experiência social em torno dos testes, tornando os virais em algumas situações.
— Outra tendência interessante são os filtros de pets no Instagram e TikTok. Eles são projetados para identificar nossas características faciais e acrescentar elementos de animais de estimação em nossas fotos, como orelhas, nariz ou até a imagem completa de um animal.
— Esses filtros permitem o compartilhamento do conteúdo criativo relacionado a eles. Além disso, podem ser usados para conscientização sobre a adoção de animais, arrecadação de fundos para organizações de proteção animal e promoção de causas relacionadas aos pets.
*Estagiária sob a supervisão de Sibele Negromonte