Quando denunciou a agressão sofrida pelo então marido, em 2016, em um apartamento de luxo em Nova York, Luiza Brunet não imaginava que a trajetória dela, a partir daquele momento, mudaria completamente de curso. Não que a violência fosse exatamente uma novidade em sua vida. Como contou em uma longa entrevista que deu à Revista, passou a infância vendo o pai ser agressivo com a mãe. Ela mesma, aos 12 anos, foi vítima de abuso sexual quando trabalhava como babá em uma casa de família.
Talvez aquela agressão, vinda das mãos do homem com quem se relacionava havia cinco anos, tenha sido o gatilho para Luiza mudar a chave da vida e entrar de cabeça no movimento em favor das mulheres. Não só as que são vítimas de violência doméstica, mas todas que, de certa forma, estão em vulnerabilidade, como as brasileiras que vivem no exterior e são submetidas a trabalhos escravos ou à prostituição.
O tráfico humano é mais uma bandeira defendida por essa mulher que foi sex symbol nos anos 1980 e 1990, quando se tornou uma das primeiras brasileiras a entrar no mercado internacional de modelos, e que hoje atua como uma ativista de gênero. “A violência contra as mulheres é a mais democrática do mundo. Ela está (presente) no mundo inteiro, independentemente da situação econômica, independentemente da religiosidade ou do tanto do quanto você é e estuda”, resume.
Luiza esteve em Brasília, na semana passada, para cumprir uma extensa agenda em celebração aos 17 anos da Lei Maria da Penha. Deu palestras no Ministério Público Federal, no Senado, circulou entre políticos e autoridades para fazer o que mais gosta: defender os direitos das mulheres. “Eu acho que é muito bom salvar pessoas. Acho que é nosso papel, como ser humano, poder ouvir as pessoas, poder ver as pessoas e poder ajudar. Isso já é um legado que a gente deixa”, diz.
- Feminicídios: autonomia financeira é o caminho para salvar vidas da mulher
- Mulheres negras são maioria das vítimas de feminicídio, afirma especialista
Recentemente, ao lado de outras quatro mulheres, Luiza Brunet lançou o Instituto Nós Por Elas, que, entre outras iniciativas, criou um selo de certificação da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para empresas que protegem as mulheres. “A empresa tem que cumprir um protocolo de 14 itens, que é super possível, e tem que promover um ambiente favorável para as mulheres, como criar uma ouvidoria da mulher, porque ela pode estar sob violência dentro do trabalho e dentro de casa. Muitas vezes, ela não vai trabalhar porque está machucada e o patrão fala: ‘não veio hoje, não veio ontem, manda embora’. Não é assim que funciona, a gente tem que ter essa responsabilização de procurar saber o que essa funcionária tem, o que ela está passando e dar a ela um atendimento adequado.”
Aos 61 anos, linda e elegante, Luiza é contra procedimentos estéticos que transformam o rosto da pessoa. Vê o estilo de vida saudável como o maior aliado da beleza. “Eu sou super criteriosa com tudo na minha vida. Sou super disciplinada, não sou uma pessoa que bebo, que que me droguei. Acho que o melhor caminho é esse”, conta. E acrescenta: “A gente fala que é o que a gente come, né? A comida pode matar ou deixar você vivo, saudável, assim como outras coisas que você escolhe. Então, eu escolhi sempre o melhor lado da moeda. Acho que isso me deu também a possibilidade de estar com 61 anos e me achar maravilhosa.”
Durante a mais de uma hora de conversa, Luiza abordou ainda a questão do etarismo e como tem sido envelhecer diante do olhar crítico da sociedade, que sempre a viu como um símbolo sensual. “Tem pessoas que dizem assim: nossa, ‘você parece a Luiza Brunet’. Aí eu falo: ‘mas sou eu mesma, você não me reconheceu porque, evidentemente, você tem a lembrança de quando eu era garota. Hoje, eu sou uma mulher de 61 anos de idade’. Eu preciso explicar isso porque tem pessoas que acham que a gente vai permanecer com a mesma jovialidade.”
Atualmente solteira, a ativista conta que curte a própria companhia. “Eu amo ficar em casa, gosto de cozinhar para mim, de escutar música, de ler, de estudar.. é o meu momento. Eu estou o tempo inteiro com gente, então, no final de semana, eu fico em casa tranquila e me sinto muito confortável.”
Em setembro, a ativista segue para uma longa viagem de 50 dias ao exterior, onde fará palestras, visitará abrigos, embaixadas e conhecerá as políticas públicas voltadas para as mulheres em países como Portugal, Itália, Inglaterra, Irlanda, Suíça, Alemanha e Japão. Em Zurique, na Suíça, será palestrante no Museu da Fifa — ironicamente, um local dominado por homens — e falará para autoridades locais e o embaixador brasileiro. Confira os principais trechos da entrevista.
A infância
Eu sempre falo que fui vítima de violência doméstica quando era menina, na primeira infância. Meu pai é pai de cinco mulheres e três meninos, mas ele não conseguiu cuidar da família como deveria ser um modelo normal. Ele se tornou alcoólatra, tinha problemas mentais, que a gente reconhece hoje, tinha crise e chegou a ficar internado em hospitais psiquiátricos. Era extremamente agressivo e ciumento com a minha mãe. Regularmente, eu vi a violência doméstica dentro de casa. Com o agravante de que ele usava arma, porque a gente morava no interior do Mato Grosso do Sul. Dos 6 aos 12 anos, foi muito difícil para todas nós, meninas, mas, enquanto as outras se escondiam debaixo da cama, eu estava sempre me prontificando para ficar do lado da minha mãe, pedindo: “para com isso pai; por favor, não faz isso”.
Normalização da violência
A gente não sabia que era violência doméstica. Era um procedimento normal, naturalizado. Os vizinhos também brigavam, ou seja, não era uma coisa isolada da minha casa. As mulheres da comunidade onde a gente morava se chamavam de comadres e falavam sobre suas dores. De vez em quando, eu via que uma se suicidava, geralmente por enforcamento. Hoje, eu vejo que elas passavam por um processo de sofrimento no casamento, de falta de tudo, inclusive de compreensão. Eu acredito que muitas mulheres se suicidam por conta disso ainda hoje, porque não têm informação de que isso é uma violência.
- "Umas das características do feminicídio é o ódio do agressor", diz perita
- "Para combater o feminicídio, precisamos torná-lo visível", diz advogada
Violência sexual
Minha mãe decidiu pegar todos os filhos, colocar num ônibus, no Mato Grosso do Sul, e ir para o Rio de Janeiro. Eu tinha 12 anos na época, e a gente foi morar, por um tempo, na casa de um parente do meu pai. Mas começou a ficar difícil, porque eles também tinham necessidades, era uma casa pequena, também tinham filhos... A minha mãe acabou destinando eu e uma outra irmã para trabalhar numa casa de família, como doméstica. Eu tinha 12 anos de idade e fui, na verdade, para brincar com dois meninos. Mas eu sofri um abuso sexual nessa casa. Acabei voltando para a casa dos meus pais sem falar nada, porque era uma coisa constrangedora. Eu não achava normal, mas não sabia dizer o que era, pois não existia um discurso dentro de casa sobre isso. Não tinha a menor possibilidade de dizer: ‘mãe, o cara passou a mão aqui, pegou ali’.
Saiba Mais
Assédio
Eu comecei a trabalhar em lojas de rua. Era muito fácil arrumar emprego porque eu era alta, era madura, a vida me amadureceu. Em todos os empregos, passava pelo o que a gente chama hoje de me too, ou seja, assédio moral e sexual, que é o patrão pagar menos, querer aliciar, querer convidar para jantar, querer passar a mão… era muito desagradável. Eu acabei sendo emancipada para casar com 16 anos de idade. Fiquei quatro anos casada e me tornei modelo por acaso, porque queria mesmo era ser cabeleireira.
A carreira de modelo
Eu era fã de uma modelo da época, a Rose Brito. Fui visitá-la no estúdio, e o fotógrafo falou: “vamos fazer um book?” Eu não queria fazer de jeito nenhum, queria ser empreendedora, ter um salão de cabeleireiro… Mas ele acabou levando duas fotos na Editora Bloch. Um dia, o telefone tocou e o diretor das revistas femininas falou que queria me ver porque tinha gostado da minha foto. Eu nunca pensei em ser modelo. Mas aí, rapidamente, comecei a trabalhar, a ganhar dinheiro, e era um dinheiro muito diferente do que eu ganhava no passado. Eu esqueci a carreira de cabeleireira, e a minha carreira de modelo deslanchou. Tinha 17 anos. Naquela época, as modelos eram padrão internacional: altíssimas, magérrimas e loiras. E chegou aquela mulher brasileira, com curvas, morena, que tomava muito sol. E veio a Xuxa junto, na mesma época. Então, acho que a gente quebrou paradigmas já ali.
O ciclo da violência
Eu comecei a revisitar a minha história e ver que tinha uma série de fatores de violência agregados, que culminaram com essa violência que eu sofri, com 54 anos, nesse relacionamento de cinco anos. Na vida adulta, eu não tinha consciência do ciclo da violência. E muitas mulheres não têm hoje em dia, embora o jornalista já tenha trazido a pauta para os jornais, as novelas também, ou seja, tem como a gente saber, mas muita gente não entende. Ontem, em um evento, uma mulher falou exatamente isso: “ele bate na minha funcionária, tira o dinheiro dela, mas ela o ama, separa e volta’. O ciclo da violência é isso, você não percebe que vai entrando nessa vertiginosa decadência humana. Você toma um soco, um tapa um dia; você fica; ele pede perdão; você continua; dá mais uma chance. Isso se estende, às vezes, por vários anos. A minha mãe ficou 24 anos casada sofrendo, até ela conseguir pedir a carta de alforria e a independência. Eu também passei por esse ciclo. Em cinco anos de relacionamento, não foi a primeira vez que sofri violência doméstica. Foram várias vezes, vários tipos de violência, e eu já era uma pessoa que trabalhava com essa pauta. A violência doméstica é a mais democrática do mundo. Ela está (presente) no mundo inteiro, independentemente da situação econômica, independentemente da religiosidade ou do tanto quanto você é e estuda. Quando a mulher está num relacionamento abusivo, ela não consegue entender o ciclo. E é difícil dizer para ela assim: ‘sai o mais rápido possível’, porque cada um tem um tempo.
Dificuldade de denunciar
Quando não se tem esclarecimento, é muito difícil (sair do ciclo), porque geralmente as mulheres que mais sofrem violência não têm muitas possibilidades de fazer denúncia. A Lei Maria da Penha só tem 17 anos; delegacia da mulher também é coisa nova. Imagina as que sofreram antes disso, quando não tinha nenhum aparato. Tudo que a gente tem hoje é muito novo. Eu fico imaginando no passado como deveria ser triste essa falta de informação e de reconhecimento de que elas são vítimas. No meu caso, eu permaneci durante muito tempo nesse relacionamento abusivo, sofrendo vários tipos de abuso, o que culminou foi esse último episódio, que me assustou muito, da forma que foi. Eu estava nos Estados Unidos e, quando voltei para o Brasil, busquei pessoas que pudessem me dizer qual o melhor órgão para fazer a denúncia. Eu tinha um pouco de receio de ficar exposta. E, de fato, fiquei. Fui ao Ministério Público de São Paulo e fui muito bem atendida por um promotor de Justiça homem. É horrível você fazer o corpo de delito. Você tem que ficar nua, marcada. Depois, você vai para o Ministério Público contar a história e ele pergunta de trás pra frente, de frente pra trás, para saber se realmente você está falando a verdade. Mas eu tive a sorte de ter sido bem acolhida, e esse acolhimento é fundamental para a mulher seguir o processo ou voltar para casa. Porque, se ela vai na Delegacia da Mulher ou no Ministério Público e é questionada, ela fica desestimulada e volta para casa. Agora, se ela é acolhida e o promotor ou quem toma a denúncia reconhece que ela é vítima, ela se sente amparada pela Justiça, que é o que a gente precisa. Acho que cada mulher tem o seu momento em que ela vai perceber que precisa tomar uma atitude, porque senão vai terminar no feminicídio.
O trabalho como ativista
O meu trabalho como ativista nasceu organicamente. A partir do momento que eu fiz minha denúncia, ela foi muito amplificada nos jornais. Nessa época, eu recebi números que mostravam que muitas mulheres foram fazer denúncias motivadas pela minha denúncia. Eu me senti muito responsável por isso.Comecei a estudar mais, a frequentar ambientes de mulheres que já estavam nessa pauta para entender um pouco mais sobre o assunto, como eu poderia ajudar. Então, eu me coloquei à disposição da mídia, da sociedade, das mulheres e, agora, do governo também. Eu sou uma ativista apartidária, porque o importante, para mim, é falar para todas as mulheres.
Acolhimento à vítima
Eu vim a Brasília para falar sobre o Estatuto da Vítima (do Conselho Nacional de Justiça), que, na época, eu ajudei a criar, justamente falando como vítima. Ele completou um ano agora. É importante para o Ministério Público compreender a vítima e dar o apoio jurídico que ela precisa. Eu converso com muitas vítimas, e elas ficam desesperançosas pela lentidão da Justiça. A violência contra a mulher cresceu demais no Brasil, e a gente tem que parar com isso. A gente tem filho, tem filha; nosso filho pode ser o agressor e nossa filha pode ser a vítima de feminicídio.
Filhos de violência doméstica
No calor da emoção, briga entre um casal é normal. Mas é preciso evitar que isso seja uma coisa que agrida os filhos, porque o filho de violência doméstica sofre muito também. Ele pode criar um ódio pelo pai. Fica uma relação muito muito deturpada. Eu acho que a educação seria o caminho perfeito. A escola tem que inserir no currículo escolar o que a gente tá vivendo hoje em dia.
Mulheres migrantes
Eu ajudo mulheres no mundo inteiro porque eu viajo muito para fora do Brasil para falar para as mulheres migrantes. A gente tem mais de 4 milhões de migrantes fora do Brasil, a maioria são mulheres mulheres de baixa renda que vão para lá aliciadas para trabalhar em lugares que não são realidade que pensavam. Elas chegam lá e são colocadas em trabalho que consideramos plataforma de tráfico humano ou sexual. Muitas delas me tem como um exemplo. Mas é difícil porque o ativismo tem um limite, tem que colocar essa mulher que precisa de ajuda com quem pode ajudar. Então, eu faço essa ponte, seja com o consulado brasileiro, seja com a embaixada. Eu falo no ministério, com as amigas promotoras, ou seja, quem pode ajudar. Dessa forma, tenho ajudado muitas mulheres. Eu tenho sido muito convidada para falar nas embaixadas do Brasil em todos os lugares. Eu entrei em um coletivo novo que fica na Suíça e a gente propôs fazer um evento na Fifa. É a primeira vez que o Museu da Fifa abre para a gente fazer um evento sobre sobre violência de gênero. Isso é muito bom porque quebra um paradigma. A gente precisa dizer para esses jogadores de futebol que os nossos meninos, do Brasil e do mundo, são apaixonados por futebol, e eles têm que dar bons exemplos, não ir a uma boate estuprar uma mulher, dizer que não foi e depois ficar configurado que foi.
Instituto Mais por elas
O Instituto Mais por elas fez uma parceria com a ABNT para certificar a empresa com selo de responsabilidade social. Ela tem que cumprir um protocolo de 14 itens, que é super possível, e tem que promover um ambiente favorável para as mulheres, como criar uma ouvidoria da mulher, porque ela pode estar sob violência dentro do trabalho e dentro de casa. Muitas vezes, ela não vai trabalhar porque está machucada e o patrão fala: ‘não veio hoje, não veio ontem, manda embora’. Não é assim que funciona, a gente tem que ter essa responsabilização de procurar saber o que essa funcionária tem, o que ela está passando e dar para ela um atendimento adequado. Se a mulher estiver em um relacionamento abusivo, ela só vai sair se tiver autonomia financeira.
Trabalho internacional
A primeira vez que eu fiz uma palestra grande para falar sobre violência de gênero no Brasil foi, em 2017, na Índia. Tinha acabado de acontecer um estupro coletivo dentro de um ônibus, uma menina foi estuprada com um cano de aço, ela estava de uniforme. Houve um evento de mulheres numa faculdade em Nova Déli e eu achei aquele ambiente maravilhoso, poder estar interagindo com mulheres de outras etnias. Eu comecei a aceitar todos os convites que me foram feitos nesse sentido. Eu tenho me colocado bastante à disposição da sociedade, das mulheres, da mídia.
Aborto
Eu falei (que fez um aborto) e fui muito criticada na época. Eu não acho que o aborto tem que ser feito porque você engravidou e se descuidou, mas, às vezes, você tem que tomar uma decisão, que é muito pessoal, e isso tem que ser compreendido também. O que eu vejo são muitas meninas que fazem aborto em clínicas clandestinas e são mortas no procedimento, porque fazem escondido. Tem meninas de 12 anos que ficam grávidas e não têm condições de ter um filho.Tem coisas que precisam ser repensadas, e a sociedade precisa entender isso como uma coisa natural. Uma criança pode engravidar com 12 anos de idade, e eu não acho normal uma criança levar uma gravidez adiante com 12 anos de idade.
Planos
A minha carreira de modelo foi muito bem-sucedida, foi muito longa, fiz muitas coisas no Brasil e fora do Brasil também. Fiz parceria comercial com algumas empresas e continuo fazendo as minhas coisas com muita tranquilidade. Mas, agora, eu me encontro no meu melhor momento, como mulher, como mãe e como ativista, pois eu acho que estou contribuindo para a sociedade no entendimento da violência, porque muitas mulheres não entendem que estão vivendo nesse ciclo. O que eu mais tenho feito é isso, que não dá dinheiro, mas eu me sinto muito realizada e feliz. Eu estou no meu melhor momento, de verdade! Eu acho que é muito bom salvar pessoas, acho que é nosso papel, como ser humano, poder ouvir as pessoas, poder ver as pessoas e poder ajudar. Isso já é um legado que a gente deixa.
Etarismo
Sinto (preconceito de idade), sim. “Tem pessoas que dizem assim: ‘nossa, você parece a Luiza Brunet’. Aí eu falo: ‘mas sou eu mesma, você não me reconheceu porque, evidentemente, você tem a lembrança de quando eu era garota. Hoje, eu sou uma mulher de 61 anos de idade’. Eu preciso explicar isso porque tem pessoas que acham que a gente vai permanecer com a mesma jovialidade. As mulheres são as piores críticas de outras mulheres. Existe uma falta de sonoridade incrível. Mas eu não ligo muito não, eu lido muito bem com a questão do etarismo. Eu acho que a idade é uma coisa maravilhosa. Ela traz tantos benefícios, como a maturidade, a compreensão. Você fica mais inteligente, mais altivo, você fica muito melhor, porque a juventude rapidinho vai embora. A gente tem que ter uma qualidade de vida boa para que esse processo seja um pouco menos doloroso, mas vamos todos chegar à velhice. Tem mulheres que não conseguem lidar com isso (o envelhecimento). Também não precisa ficar escondendo a idade. Eu tô com 61 e falo que estou com 62 (risos). Eu sou grata pelos dias de vida que tenho e quero ter mais, para poder fazer mais.
Cuidados com a saúde e a beleza
Como eu fui inserida na moda muito jovem, aprendi a ter cuidados com o corpo e com a saúde. Eu fazia muitas campanhas de maiô ou de biquíni, ou seja, fui uma mulher de corpo livre, então, eu o mantinha saudável. Eu sou super criteriosa com tudo na minha vida. Sou super disciplinada, não sou uma pessoa que bebo, que me droguei. Acho que o melhor caminho é esse. Você conserva o seu corpo bem quando tem qualidade de vida. A gente fala que é o que a gente come, né? A comida pode matar ou deixar você vivo, saudável, assim como outras coisas que você escolhe. Então, eu escolhi sempre o melhor lado da moeda. Acho que isso me deu também a possibilidade de estar com 61 anos e me achar maravilhosa.
Vida pessoal
Eu estou solteira, mas ontem mesmo me atribuíram um namorado (risos). Eu amo ficar em casa, gosto de cozinhar para mim, de escutar música, de ler, de estudar.. é o meu momento. Eu estou o tempo inteiro com gente, então, no final de semana, fico em casa tranquila e me sinto muito confortável. Sozinha, você faz muitas reflexões, coloca a sua agenda mental em dia.
Rotina de beleza
Faço pilates, caminhada, apesar de que tenho feito muito pouco ultimamente por causa dessa agenda maluca. Quando eu viajo, não consigo ser disciplinada. Com o passar da idade, você faz escolhas. Entre ficar uma hora na academia e poder ter uma hora conversando com uma mulher sobre violência doméstica, para mim, é muito mais agradável conhecer a história dessa mulher.
Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores.